Investidores mostram cautela e a bolsa recua 0,19%

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MERCADO


Bolsa

A bolsa chegou a pesar na parte da manhã, mas recuperou na parte da tarde para fechar com pequena queda de 0,19% aos 114.428 pontos e giro financeiro de R$ 33,2 bilhões (R$ 26,4 bilhões à vista). Os dados econômicos ruins divulgados no exterior e as questões domésticas sem sinalização de alivio. As bolsas de Nova York também refletem incertezas nas grandes economias, nesta caminhada para o final do ano. Salvo os resultados corporativos do 3º trimestre, faltam fatores para justificar uma arrancada das bolsas. Ontem, as bolsas internacionais operaram do lado positivo e a terça-feira começa com movimento misto na Europa e os futuros de Nova York em alta.  O otimismo em relação aos resultados corporativos, vem prevalecendo sobre as preocupações com os dados de inflação e menor ritmo de crescimento das principais economias, no curto prazo.

A agenda econômica de hoje já mostra o IPC-FIPE semanal com alta de 1,08% e a produção de construção na Europa de agosto em queda. Nos EUA, saem dados também do setor da construção de setembro. São poucos indicadores para o dia, mas os eventos no exterior com discursos de executivos do Fed e do BCE devem chamar a atenção para as expectativas em relação a medidas econômicas.  Atenção também para os resultados corporativos agendados para esta manhã.

As principais commodities seguem no foco dos mercados, com o petróleo sustentando uma escalada nas últimas semanas, com o tipo Brent acima próximo de US$ 85 o barril e o WTI na faixa de US$ 83. Não há expectativa de um recuo forte no curto prazo, em razão da demanda.  Já o minério de ferro, vem oscilando numa faixa mais estreita de preços diante do comportamento do mercado chinês.  Com isso, as ações domésticas relacionadas ao setor (principalmente a Vale), vêm sofrendo pressão nos preços.

Câmbio

A moeda americana voltou a subir ontem, de R$ 5, 4608 para R$ 5,5127 (+ 0,95%). A pauta política e a expectativa em relação a assuntos relevantes para o governo mostrar uma direção para a economia nos próximos meses, seguem colocando investidores na retaguarda.

Juros

O mercado de juros acompanhou o dólar e as taxas encerraram a segunda-feira em alta, refletindo as mesmas ameaças presentes na economia externa e interna, nos últimos meses. Um quadro que não indica possibilidade de melhora no curto prazo. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/23 fechou com taxa de 9,355%, de 9,29% no ajuste de sexta-feira e para jan/27 a taxa foi de 10,583% para 10,66%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

ENGIE Brasil Energia (EGIE3)

Fechamento da alienação do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda por até R$ 325 milhões

Nesta segunda-feira (18/10), após o cumprimento das condições precedentes, foi concluída a operação de venda da totalidade da participação societária que a companhia e a ENGIE Brasil Energia Comercializadora Ltda. (“EBC”) possuem na sociedade Diamante Geração de Energia Ltda. (“Diamante”), a qual detém a totalidade dos ativos que compõem o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda.

  • O preço de aquisição de 100% da participação societária da Diamante é de até R$ 325,0 milhões, sendo que R$ 210,0 milhões foram pagos no fechamento da operação e até R$ 115,0 milhões estão sujeitos ao cumprimento de determinadas condições previstas no Quota Purchase and Sale Agreement (QPA).
  • Adicionalmente, a Companhia e a EBC outorgaram à Diamante Holding Participações Ltda. uma opção de compra do Projeto da Usina Termelétrica Norte Catarinense, o qual compreende a futura implantação de uma usina a gás natural, com capacidade instalada de aproximadamente 600 MW, localizada no município de Garuva, na região Norte do Estado de Santa Catarina.

Vimos como positiva a conclusão da venda do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em linha com a estratégia da companhia de direcionar suas operações e investimentos aos projetos de energia renovável e infraestrutura de transmissão.


Cesp (CESP6)

Proposta de Reorganização Societária

Os Acionistas Controladores indiretos Votorantim S.A. (“VSA”) e Canada Pension Plan Investment Board (“CPP Investments”), em conjunto com a VSA, denominados (“Acionistas Controladores”) celebraram ontem (18/10) um memorando de entendimentos não vinculativo (“Memorando”), por meio do qual iniciaram uma reorganização societária.

A presente reorganização societária visa à consolidação de determinados investimentos no setor de energia, incluindo o investimento na Cesp, em uma entidade cujas ações deverão ser admitidas à negociação no segmento especial de listagem do Novo Mercado da B3 S.A.

Etapas da reorganização:

(1) Operação VTRM. A realização de contribuições pelos Acionistas Controladores de ativos e de caixa para a VTRM Energia Participações S.A. (“VTRM”), sociedade controladora direta da Companhia (a “Operação VTRM”), sendo: (i) a contribuição de ativos por meio da incorporação, pela VTRM, da Votorantim Geração de Energia S.A. (“VGE”), controlada da VSA, de forma que a VTRM passará a deter determinados Ativos, avaliados no montante aproximado de R$ 2,5 bilhões; e (ii) a contribuição de caixa por meio da realização de aumento do capital social da VTRM, a ser subscrito e integralizado em moeda corrente nacional pela CPP Investments, no montante total de R$ 1,5 bilhão. Após a implementação da Operação VTRM, VSA e CPP Investments passarão a deter participações societárias de aproximadamente 54,2% e 45,8% no capital social da VTRM, respectivamente.

(2) Operação CESP. A Incorporação de Ações, o resgate das ações preferenciais e a listagem da VTRM (a “Operação CESP”), sendo: (i) a incorporação das ações de emissão da Companhia pela VTRM, de forma que a Companhia passará a ser subsidiária integral da VTRM (a “Incorporação de Ações”), mediante a entrega aos acionistas da Companhia de novas ações ordinárias e preferenciais resgatáveis de emissão da VTRM em substituição às ações incorporadas de emissão da Companhia de que sejam titulares; e (ii) a listagem da VTRM no Novo Mercado da B3.

(3) Operação JV. A manutenção de uma empresa privada a ser detida pela VSA e CPP Investments com o foco no processo de transição energética no Brasil cujo objetivo será investir em projetos na área de energia em estágio inicial de maturação, incluindo novas soluções e tecnologias voltadas para a descarbonização da matriz energética (“JV” e a “Operação JV”).

Conforme destacado: A implementação da “Operação VTRM” não depende da implementação das etapas “Operação CESP” e “Operação JV”. No entanto, a implementação das etapas “Operação CESP” e “Operação JV” estão sujeitas à prévia implementação da “Operação VTRM”.

 

A Cesp realizará hoje, dia 19 de outubro de 2021, às 09:00 horas (08:00 EST), uma teleconferência aberta ao mercado em geral, acessível por meio do endereço eletrônico http://www.nossaenergiaparaofuturo.com.br/ com participação de representantes dos Acionistas Controladores, onde maiores informações sobre os méritos da reorganização serão fornecidas.


JBS (JBSS3)

Conselho aprova emissão de até R$ 1,2 bilhão em debêntures para a aquisição de animais para abate

O Conselho de administração da JBS aprovou a 7ª emissão de debêntures simples não conversíveis em ações, que servirão como lastro em oferta pública de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

  • A emissão será de até R$ 1,2 bilhão em até duas séries para colocação privada.
  • A primeira série terá o prazo de 3.648 dias e a remuneração será a maior entre NTN-B 2030 + 0,65% ao ano ou 5% ao ano.
  • A segunda série com prazo de 5.475 dias, cuja remuneração será a maior entre NTN-B 2035 + 0,95% ao ano ou 5,3% ao ano.

Uma operação de dívida em reais, de longo prazo, no curso normal dos negócios da JBS, cujos recursos captados, serão integralmente destinados à aquisição de gado vivo. A alavancagem da companhia é reduzida e não representa nenhum risco. Ao final de junho/21 sua dívida líquida era de R$ 54,2 bilhões (1,6x o EBITDA) com uma disponibilidade financeira total de R$ 26,4 bilhões – mais de três vezes superior a sua dívida de curto prazo.


Camil Alimentos (CAML3)

Conselho aprova emissão de R$ 650 milhões em debêntures simples

Conselho de administração da Camil aprovou a 11ª emissão de debêntures simples não conversíveis em ações, no montante de R$ 650 milhões em duas séries.

  • A primeira série será de R$ 150 milhões com prazo de 7 anos e remuneração equivalente à taxa DI + 1,7% ao ano.
  • A segunda série será de R$ 500 milhões com prazo de 7 anos e remuneração equivalente à taxa DI + até 1,73% ao ano
  • Os recursos da 1ª série serão utilizados para construção de planta de cogeração de energia elétrica a partir de biomassa enquanto os da 2ª série serão destinados à gestão ordinária da empresa.

Ao final de agosto de 2021 a dívida líquida da companhia era de R$ 1,2 bilhão (1,6x o EBITDA) com R$ 1,4 bilhão em caixa.


Multilaser (MLAS3)

Aquisição da Obabox por R$ 15 milhões

A Multilaser anunciou acordo comercial com a Obabox Comércio e Tecnologia, para associação de negócios de comercialização e desenvolvimento de produtos, numa operação de R$ 15 milhões. O acordo prevê que as operações da Obabox serão incorporadas à Multilaser.

A marca será adicionada ao atual portfólio da companhia, que soma 25 nomes.

Em operação desde 2004, a Obabox é uma especializada na venda direta de produtos ao consumidor e desenvolvimento de soluções tecnológicas ancoradas em pesquisas e estudos mercadológicos.

A empresa possui ainda canais de venda e atendimento dedicados que provêm serviços acessórios e de suporte aos seus clientes.

No ano passado, a Obabox registrou faturamento superior a R$ 63 milhões. Segundo a Multilaser, os recursos para a aquisição são originários da oferta primária de ações ocorrida em julho de 2021.

No 2T21, o lucro Líquido totalizou R$ 202,3 milhões e R$ 395,9 milhões no 1S21, apresentando aumento de 122,9% em relação ao 2T20 e de 4,5% comparado ao 1T21. No semestre o aumento foi de 376,2% em comparação a 2020.

Ontem a ação MLAS3 que iniciou as negociação na B3 no dia 21/07/21 a  R$ 11,10 encerrou cotada a R$ 8,01 com queda de 27,8%.


MRV Engenharia (MRVE3)

Bom desempenho operacional nos 9M21

A companhia acumulou R$ 6,19 bilhões em lançamentos no período de 9 meses, contra R$ 5,43 bilhões nos 9M20 (+14,0%). No 3T21 o VGV lançado somou R$ 2,08 bilhões, praticamente estável em relação ao 3T20 e 13,1% abaixo do 2T21.

As vendas liquidas subiram de R$ 5,46 bilhões para R$ 5,70 bilhões (+ 4,45). A produção de imóveis também mostrou bom desempenho no 3T20, somando 10,930 unidades (10.566 unidades no 2T21). No 3T21, as vendas recuaram 2,4% em relação ao 2T21 e cresceram 2,4% sobre o 3T20. Em unidades vendidas, houve redução nos dois períodos trimestrais comparativos.

Ontem a ação MRVE3 encerrou cotada a R$ 12,48 com queda de 32,4% no ano. AS ações do setor imobiliário tem sofrido bastante com as incertezas na economia e a volta da alta de juros.


Viveo (VVEO3)

Aquisição da Tecno4 e da Pointmed, distribuidoras de material médico

A Viveo assinou o contrato de compra da Tecno4 e da Pointmed, com valor de operação (Enterprise Value) de R$ 43 milhões. Segundo a companhia, ambas atuam na importação e distribuição de instrumentos e materiais para uso médico, hospitalar, cirúrgico e laboratórios.

A Tecno4 e a Pointmed têm sede em São Paulo e foram fundadas em 2000 e 2006, respectivamente. A receita líquida combinada anual das duas é de R$ 59 milhões e o Ebitda de R$ 11 milhões.

A Viveo encerrou o 1S21 com lucro líquido de R$ 252,3 milhões, sobre o resultado de R$ 37,5 milhões no 1S20.

A empresa divulgará seus resultados do 3T21 no dia 16 de novembro após o fechamento do mercado.

A ação VVEO3 iniciou as negociações na B3 no dia 08 de agosto deste ano cotada a R$ 19,82 e ontem a ação encerrou a R$ 21,30.


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