MERCADO
Bolsa
O Ibovespa encerrou o dia com queda de 0,66% a 122.202 pontos, com giro financeiro de R$ 27,0 bilhões (R$ 24,3 bilhões). Ontem, a divulgação do IPCA de julho com alta forte (0,96%) passou a ser considerada como uma ameaça real, à meta de inflação do governo e os investidores deverão dar mais peso a este assunto de agora em diante. A agenda desta quarta-feira tem como destaque as vendas a varejo no Brasil para o mês de junho, que podem dar uma sinalização do ritmo de recuperação das atividades. Nos EUA, sai o IPC de julho. Ontem, os democratas do Senado deram um grande passo em direção a maior expansão em décadas de esforços federais para reduzir pobreza, cuidar dos idosos e proteger o meio ambiente, aprovando uma estrutura de orçamento de US$ 3,5 trilhões que abre o caminho para a agenda econômica do presidente Joe Biden. O pacote ainda passará por votações, mas é visto como um avanço no tratamento com os americanos. O petróleo mostrou recuperação nos preços no mercado internacional com indicação de que os estoques vêm se reduzindo nos últimos dias, em meio à expectativa de novos dados para uma melhor leitura do comportamento da economia global no curto prazo. O minério de ferro que vinha pressionado, também mostra alta. As bolsas lá de fora mostram alta nesta manhã na Europa e no fechamento da Ásia. Os futuros de Nova York mostram cautela dos investidores, no aguardo do relatório de inflação que, na expectativa de especialistas americanos, não deverá mostrar alivio de preços. Segue a expectativa que o relatório dê pistas sobre medidas do governo para manter o equilíbrio na economia.
Câmbio
A moeda americana vem se firmando em outra faixa de preço desde a última sexta-feira. Ontem, o dólar fechou a R$ 5,1903 com queda de 0,86% ante R$ 5,2352 no dia anterior.
Juros
Os juros futuros recuaram ontem com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 encerrando em 6,49%, de 6,534% na segunda-feira e a do DI para jan/27, caiu de 9,513% para 9,43%. O comportamento das taxas segue atrelado ao cenário de inflação, o que pode piorar.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Simpar (SIMH3)
Desdobramento de 1 para 4 ações
A assembleia da companhia realizada ontem aprovou a o desdobramento de 1 para 4 ações. O acionista receberá, em função do desdobramento, mais três ações da mesma espécie, ficando, ao final, com quatro ações ordinárias da SIMPAR.O objetivo é aumentar a liquidez das ações da companhia.
O crédito das ações desdobradas será realizado automaticamente na conta dos acionistas em 13 de agosto de 2021.
A SIMPH3 fechou cotada a R$ 66,20 com valorização de 88% em 2021.
Marfrig (MRFG3)
Lucro líquido de R$ 1,7 bilhão no 2T21 (+9% vs 2T20)
A Marfrig registrou no 2T21 um lucro líquido de R$ 1,74 bilhão e se compara a R$ 1,59 bilhão em igual trimestre do ano anterior, explicado pelo crescimento de 9% de receita, melhora do resultado operacional (nos EUA) e do resultado financeiro consolidado.
Dividendos. Com base no resultado o Conselho de Administração aprovou a distribuição de dividendos no montante de R$ 958,4 milhões, equivalente a R$ 1,40/ação. Os proventos serão negociados ‘ex-dividendos’ a partir de 13 de setembro, com pagamento em 28 de setembro. O retorno estimado é de 7,1%.
Recompra. Conselho aprovou ainda a recompra de até 26.342.240 ações ordinárias pelo prazo máximo de 18 meses, até 11 de fevereiro de 2023. O número de ações representa 3,81% do total e 7,87% das ações em circulação. Foram canceladas 20 milhões de ações mantidas em tesouraria.
Ao preço de R$ 19,56/ação (valor de mercado de R$ 13,9 bilhões) a ação MRFG3 registra alta de 36,3% este ano. O preço Justo de R$ 23,00/ação traz um potencial de alta de 17,6%.
Porto Seguro (PSSA3)
Lucro líquido de R$ 659 milhões no 2T21 e R$ 955 milhões no 1S21
A Porto Seguro registrou um lucro líquido de R$ 658,6 milhões no 2T21 em linha com o lucro de igual trimestre do ano anterior (R$ 656,7 milhões) construído através do crescimento de 17% das receitas, em base anual, em todas as verticais de negócios, aliado ao consistente resultado operacional e incremento do resultado financeiro.
A rentabilidade se manteve elevada, com ROAE de 34,9% no 2T20 e 31,9% no 2T21. Temos recomendação de COMPRA para a ação PSSA3 e Preço Justo de R$ 65,00/ação, que traz um potencial de alta de 22,8% ante a cotação de R$ 52,95/ação.
Copel (CPLE11)
Recebimento de R$ 1,43 bilhão pela Liquidação Antecipada da CRC
A Copel informa que o Governo do Estado do Paraná efetuou ontem (10/08) a quitação integral do saldo atualizado pro rata die da Conta de Resultados a Compensar (“CRC”), no valor de R$ 1,431 bilhão.
Esse montante reforçará o caixa da companhia e será destinado, entre outros, a investimentos sustentáveis nos negócios de energia.
Temos recomendação de COMPRA para CPLE11 com Preço Justo de R$ 37,50/unit que aponta para um potencial de alta de 17,9% em relação à cotação de R$ 31,81/unit.
Eletrobras (ELET3)
Empréstimo Compulsório
A Eletrobras informa que o colegiado da 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (“TJRJ”), negou provimento ao recurso da companhia, sendo mantidos os termos da decisão do juízo de primeiro grau que homologou o laudo pericial.
- Trata-se, na origem, de ação de cobrança relativa a empréstimo compulsório sobre energia elétrica (“ECE”) que se encontra atualmente em fase de cumprimento de sentença.
- A principal controvérsia gira em torno da diferença existente entre os valores apontados pelo perito judicial de primeira instância e aqueles entendidos pela companhia como efetivamente cabíveis.
- O processo está provisionado pelo montante de R$ 1,47 bilhão, acrescido de multas e honorários advocatícios, observado o valor executado pelo autor.
- A Eletrobras informa que aguardará a publicação do acórdão para avaliar as medidas porventura cabíveis.
Randon (RAPT4)
Um bom resultado no 2T21 limitado pela alta dos custos
Na noite de ontem, a empresa divulgou seu resultado do 2T21, mostrando aumento das vendas e preços, mas com a alta dos custos levando a perdas de margem em relação ao trimestre anterior.
- A Randon lucrou R$ 122 milhões (R$ 0,35 por ação) no 2T21, valor 121,0% acima do mesmo trimestre em 2020, mas 8,9% menor que no 1T21;
- No 2T21, sempre comparando ao 2T20, a Randon mostrou uma forte recuperação de vendas em todos as áreas. No segmento Montadoras, o volume de Semirreboques para o mercado interno cresceu 57,2% e os exportados mais que triplicou (211,5%). No segmento Autopeças, foram os produtos da Fras-Le, que tiveram um crescimento de 290,9% nas unidades vendidas, principalmente devido à base fraca (paralisação das montadoras) no 2T20. No entanto, comparado ao 1T21, estas vendas tiveram contração de 9,5%, refletindo os problemas na produção de veículos no 2T21;
- O aumento dos custos teve impacto importante no resultado, levando a perdas de margens operacionais no trimestre. As principais razões destas altas foram os aumentos de salários, a elevação dos preços do aço, resinas e rodas, além dos custos com a transferência da fábrica da controlada Nakata.
Petrobras Distribuidora (BRDT3)
Restrições de circulação impactaram o resultado do 2T21
A empresa divulgou ontem, após o pregão, seus números do 2T21 que apresentaram uma forte recuperação em relação ao mesmo trimestre do ano passado. No entanto, as restrições de circulação ocorridas em várias cidades no trimestre, levaram a perdas de vendas e margens em relação ao 1T21.
- No 2T21, o lucro líquido da Petrobras (BR) Distribuidora foi de R$ 382 milhões (R$ 0,33 por ação), 103,2% maior no 2T20, mas 22,4% abaixo do 1T21;
- As vendas totais da BR Distribuidora no 2T21 tiveram uma expressiva recuperação (+13,2%) em relação ao mesmo período de 2020 (A/A), por conta da base fraca do 2T20. Porém, em relação ao 1T21 houve uma redução de 5,1% (T/T), pelas medidas tomadas no trimestre por vários governos para combate à pandemia;
- O EBITDA por metro cúbico vendido no 2T21 atingiu R$ 115. Sem as perdas com variação do estoque, em parte compensadas pelos resultados de hedge, e os ganhos tributários (R$ 153 milhões ou R$ 17/m³), o valor do EBITDA/m³ seria de R$ 100. Comparado ao número ajustado do trimestre anterior (R$ 110/m³), houve uma queda de 9,1% no trimestre.
Vulcabras (VULC3)
Desempenho positivo acima da média do setor
A Vulcabras divulgou bons resultados ontem, mesmo num trimestre onde o varejo viveu duros efeitos da pandemia, com crescimento em praticamente todas as linhas operacionais, ajudado pela fraca base de comparação do ano passado por conta do pior momento da pandemia. Se compararmos com 2T19 vemos que mesmo assim os resultados foram muito positivos, com ponto de atenção para o volume de calçados vendidos que caiu de 6,6 no 2T19 para 5,7 milhões no 2T21, queda de 13% que foi mais que compensado pelo melhor preço praticado, resultando no aumento de receita líquida atingindo R$ 399 milhões. Em consequência trouxe margens operacionais melhores devido também a contenção de despesas operacionais. O lucro líquido ficou em R$ 91,5 milhões 200% acima do 2T19. O trimestre foi marcado pelo início da confecção da marca Mizuno, além da comercialização de calçados femininos da marca Azaleia somente no Peru e Colômbia.
O resultado positivo mostrou eficiência da gestão. As ações de VULC3 fecharam cotadas a R$ 8,88 com valorização de 11,14% em 2021.
Qualicorp (QUAL3)
Lucro líquido de R$ 90.3 milhões no 2T21 (-28,4% sobre o 2T20).
Destaques:
- Receita liquida cresce 6,9% no 2T21/2T20, somando R$ 517,2 milhões. No 1S21 a receita somou R$ 1,04 bilhão +5,5% sobre o 1S20).
- O EBITDA caiu 13,9% no trimestre e 7,0% no acumulado de 6 meses, somando R$ 201,0 milhões e R$ 442,6 milhões respectivamente.
- O lucro líquido somou R$ 90,3 milhões no 2T21 (- 28,4% em relação ao 2T20), acumulando R$ 204,8 milhões no 1S21 (+3,4%).
A dívida liquida aumentou 55,7% entre o 2T20 e 2T21, somando R$ 926,0 milhões.
A ação QUAL3 encerrou ontem cotada a R$ 24,28 com queda de 24,9% no ano.
C&A Modas (CEAB3)
Lucro líquido de R$ 69,2 milhões no 2T21 ante prejuízo de R$ 192,1 milhões no 2T20. No 1S21 o resultado ainda foi negativo (R$ 69,3 milhões)
A C&A divulgou um resultado trimestral mas ainda reflete os efeitos da pandemia com o fechamento de lojas e redução do horário de operação. Mesmo assim, a receita líquida total somou R$ 1,18 bilhão, 299,2% superior ao 2T20 e 6,7% inferior ao 2T19, período mais comparável operacionalmente. No 1S21, a receita somou R$ 1,95 bilhão (+53,3%).
No 2T21 houve uma melhora na margem bruta e maior controle das despesas operacionais, lembrando que com as atividades reduzidas muitos custos e despesas puderam ser controlados.
O EBITDA teve uma melhora expressiva passando de um valor negativo de R$ 114,9 milhões para um positivo de R$ 223,7 milhões no 2T21, acumulando 186,4 milhões no 1S21.
Ontem a ação encerrou cotada a R$ 11,39 com queda de 11,6% no ano.
Notre Dame Internédica (GNDI3)
Prejuízo líquido de R$ 48 milhões no 2T21 ante lucro de R$ 223,4 milhões no 2T20
O prejuízo no trimestre foi motivado principalmente pelo aumento da sinistralidade caixa, reflexo do aumento de custos com internações hospitalares na rede própria e credenciada, alta frequências de exames e o tratamento de longa permanência dos pacientes com covid-19.
No 2T21, o Ebitda ajustado foi de R$ 131,6 milhões, queda de 75% em relação a igual época de 2020, em razão do aumento substancial da utilização dos tratamentos de pacientes com covid-19 que se traduzem em utilização recorde da rede própria, maiores cobranças em internações e exames, entre outros. A margem Ebitda caiu de 20,2% no 2ª20 para 4,1% no 2T21.
A receita líquida da companhia somou R$ 3,196 bilhões no 2T21 aumento de 22,7% em um ano, beneficiada pelo crescimento da linha de negócio de planos de saúde, planos odontológicos e serviços hospitalares. Ao longo do primeiro semestre, a empresa passou a consolidar as receitas de LifeCenter (janeiro), Climepe (março), BioSaúde (abril), MediSanitas (abril) e Grupo Hospital de Londrina (abril).
Ontem a ação GNDI3 encerrou cotada a R$ 77,62 com queda de 0,6% no ano.
DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.
