MERCADO
Bolsa
A B3 despencou na sexta-feira fechando negativa em 3,08% a 121.801 pontos, com giro financeiro de R$ 38,8 bilhões (R$ 31,3 bilhões à vista). O mau humor tomou conta dos mercados com aversão a risco no exterior com as bolsas europeias e americanas em queda e a continuidade de um quadro político ruim do lado doméstico somado a preocupações com a situação fiscal. A volta do recesso parlamentar deverá colocar mais lenha nesta fogueira. A expectativa é que este sentimento negativo seja abrandado pelos resultados corporativos do 2T21. A semana da B3 fechou negativa em 2,60% e julho marcou baixa de 3,94%. No ano, o índice limita agora a alta a 2,34%. A agenda econômica traz nesta segunda-feira o IPC-S da FGV e a balança comercial semanal e nos EUA saem dados diversos sem grande representatividade, com as atenções mais concentradas no noticiário da semana com indicadores importantes nos próximos dias. As bolsas internacionais abrem a segunda-feira do lado positivo puxadas por resultados corporativos positivos e dados econômicos, amenizando neste dia as preocupações persistentes sobre a repressão regulatória da China e a propagação da variante do vírus delta. A semana abre com as commodities em queda no mercado internacional com o petróleo (Brent e WTI) pesando com as perspectivas na China e monitorando o aumento nas tensões entre o Irã e os EUA. O minério de ferro também recuou, sinalizando que os fatores econômicos seguem preocupando neste começo de agosto.
Câmbio
Em dia de tensão nas bolsas, o dólar fecha com puxada forte indo de R$ 5,0811 para R$ 5, 2115 no fechamento do mês, (+2,57%) dia de formação da Ptax de julho.
Juros
O mercado de juros também sofreu a pressão da tensão nos mercados, com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 encerrando em 6,320% de 6,219% na quinta-feira e a do DI para jan/27, passou de 8,723% para 9,04%.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Alpargatas (ALPA4)
A ação ALPA4 encerrou a sexta-feira cotada a R$ 51,46 com alta de 22,5% no ano.
A Alpargatas mostrou mais um desempenho expressivo, com crescimento nas diversas frentes de negócio e nos mercados em que atua. O volume total vendido somou 58.998 mil (pares/peças), aumento de 57,1% no trimestre e mais 34,5% no acumulado do semestre total de 116.793 mil (pares/peças).
A receita liquida cresceu 71,4% no 2T21 somando R$ 1,1 bilhão e no acumulado do semestre atingiu R$ 2,0 bilhões (+51,5%) com evolução expressiva no Brasil e no exterior. A margem bruta permaneceu elevada em todos os períodos, recentes e nos comparativos.
EBITDA também teve crescimento significativo mais 163% no 2T21 e aumento de 130% no semestre.
O lucro líquido recorrente do 2T21 somou R$ 114,5 milhões (+ 228,7%) e no 1º semestre R$ 246,6 milhões aumento de 120,6% sobre o 1S20.
A ação ALPA4 encerrou a sexta-feira cotada a R$ 51,46 com alta de 22,5% no ano. .
Petrobras (PETR4)
Novos prazos para conclusão das negociações das refinarias
Após o último pregão, a empresa informou que definiu com Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) um novo aditivo ao Termo de Compromisso de Cessação (TCC), com a finalidade de estender os prazos de conclusão dos processos de venda de várias refinarias.
- A extensão dos prazos é positivo para a Petrobras, que terá mais tempo para efetuar uma boa negociação de ativos com elevado valor, como são as refinarias.
CSN Mineração (CMIN3)
Emissão de debêntures
Na noite da última sexta-feira, a empresa informou que vai emitir debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor total de R$ 1 bilhão.
- As debêntures serão emitidas em duas séries, sendo a primeira composta por 576.448 títulos e juros de IPCA + 4,8790% ao ano. A segunda série será composta por 423.552 debêntures e remuneração de IPCA + 5,0210% ao ano;
- A CSN Mineração tem projetos bastante desafiadores visando o aumento da produção, para que a capacidade cresça dos atuais 33 milhões de toneladas para 108 milhões de t. em 2032, estabilizando em 99 milhões de t. no longo prazo. Para atingir este objetivo serão investidos R$ 31,2 bilhões até 2033, sendo R$ 9,7 bilhões entre 2021 e 2024.
Cemig (CMIG4)
Manifestação favorável do TCE-MG
O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (“TCE-MG”) indeferiu o pedido de liminar que pleiteava a suspensão do processo de desinvestimento da Cemig na Taesa.
- O TCE-MG também revogou a recomendação anterior para que a Cemig se abstivesse de realizar qualquer ato concernente à alienação das ações da Taesa.
- A decisão é positiva, mas o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais solicitou a disponibilização de documentos adicionais para continuidade da análise técnica.
SLC Agrícola (SLCE3)
Conselhos da SLC e da Terra Santa ratificam combinação de negócios
Os conselhos de administração da SLC Agrícola e da Terra Santa ratificaram as decisões sobre a combinação de negócios envolvendo as duas companhias, entre elas a incorporação das ações, a troca de ações e o aumento de capital.
- Com a incorporação das ações, foi confirmado o aumento de capital da SLC, mediante a emissão de 2.516.454 ações ordinárias, pelo preço de subscrição total de R$ 138 milhões, correspondente a R$ 54,84 por ação.
- Recentemente, como uma das condições precedentes, a CVM concedeu registro de companhia aberta para Terra Santa Propriedades Agrícolas na categoria A e a listagem no segmento do Novo Mercado da B3.
- Após a obtenção das aprovações, a alteração do Estatuto Social da SLC foi consumada para refletir o novo valor do capital social de R$ 1,012 bilhão, dividido em 193.111.454 ações ordinárias.
O negócio é positivo para a SLC Agrícola, acelera sua estratégia de crescimento permitindo importante captura de sinergias e geração de valor. Seguimos com recomendação de COMPRA para SLCE3 e Preço Justo de R$ 57,00/ação que traz um potencial de alta de 26,7% ante a cotação de R$ 45,00/ação.
Eletrobras (ELET3)
Conselho aprova Plano de Negócios e gestão PNDG 2021-2025
O conselho de administração da Eletrobras aprovou o Plano de Negócios e Gestão (PNDG) 2021-2025 com investimentos de R$ 41,1 bilhões no período. Deste total, R$ 26,1 bilhões serão na área de geração, R$ 10,2 bilhões em transmissão, R$ 2,0 bilhões em outras áreas e R$ 2,8 bilhões nas Sociedades de Propósito Específico (SPEs).
- Entre as medidas previstas está a avaliação de oportunidades para efetuar a gestão dos passivos provenientes de dívidas do Sistema Eletrobras, buscando potenciais reduções e otimizações no custo médio e nos prazos da dívida existente.
- A companhia dará continuidade no processo de racionalização em SPEs através da alienação, incorporação, permuta, reestruturações societárias, aquisições e encerramento de ativos.
- Além disso, a companhia deverá buscar sinergias econômico-financeiras e societárias entre as empresas do grupo, por meio da reestruturação societária da Eletronorte e da Amazonas GT.
- Estão previstos o aprimoramento da metodologia de priorização de investimentos, possibilitando a melhor alocação de capital e resultando na otimização de portfólio, além da avaliação e implementação de alternativas de capitalização da empresa, no contexto da privatização da Eletrobras.
CCR (CCRO3)
Pequeno retrocesso nos números
Os números operacionais para a semana de 23 a 29 de julho de 2021, divulgados após o último pregão, foram ligeiramente piores em todos os negócios da empresa na comparação com o mesmo período de 2019.
- O tráfego comparável (sem a ViaSul e ViaCosteira) de 23 a 29 de julho nas concessões rodoviárias da CCR, apresentou uma redução de 2,5%, comparado ao mesmo período de 2019. Os veículos comerciais tiveram um crescimento de 3,6%, com redução de 9,7% na movimentação daqueles de passeio. Na semana anterior, a contração no tráfego comparável foi de 1,8%;
- No acumulado do ano, até o dia 29 de julho, o tráfego nas rodovias administradas pela CCR (considerando todas as concessões) aumentou 5,8%, com redução de 8,9% na movimentação dos veículos de passeio e aumento de 18,7% nos comerciais;
- Na CCR Mobilidade, a quantidade de passageiros transportados entre 23 e 29 de julho, comparado ao mesmo período de 2019, diminuiu 40,9%, percentual pior que na semana anterior, que foi de-40,1%. Na CCR Aeroportos, a contração na movimentação de passageiros foi de 38,1%, número um pouco pior que da semana passada (-38,0%).
BB Seguridade (BBSE3)
Lucro líquido de R$ 754 milhões no 2T21 (-23,2% vs 2T20)
A BB Seguridade registrou um lucro líquido de R$ 753,7 milhões no 2T21, com queda de 23,2% em relação ao lucro de R$ 981,8 milhões de igual trimestre do ano anterior, refletindo a queda dos negócios no segmento de risco/acumulação (Seguros, previdência e capitalização) aliado a volatilidade do resultado financeiro, parcialmente compensado pelo bom resultado no segmento de distribuição, notadamente na BB Corretora.
No 1S21 o lucro líquido registrou queda de 7,2% ante igual semestre do ano anterior para R$ 1,73 bilhão refletindo o resultado na BB Corretora por maiores receitas de corretagem nas principais linhas de negócio e da expansão da margem operacional. Por outro lado, os efeitos da pandemia impactaram o resultado das demais operações.
Com base no resultado do semestre o Conselho aprovou a distribuição de dividendos de R$ 1,04 bilhão (R$ 0,52087499717/ação). Os dividendos serão pagos no dia 23.08.2021 e terão como base a posição acionária de 11.08.2021, sendo as ações negociadas ex-dividendos a partir de 12.08.2021. O retorno estimado é de 2,4%.
Temos recomendação de COMPRA para BBSE3 e Preço Justo de R$ 32,00/ação.
Guidance para 2021 foi revisado
No 1S21, as reservas de previdência – PGBL e VGBL da Brasilprev registraram expansão de 5,5% em 12 meses, em linha com o intervalo projetado no Guidance 2021 (4% a 7%) ficando o guidance mantido.
Por outro lado, o incremento do resultado operacional não-decorrente de juros (exholdings) foi de 3,1% no 1S21 abaixo do intervalo de crescimento projetado de 8% a 13% para o ano. O guidance nesta linha foi reduzido para um crescimento entre 1% e 6%.
Já os prêmios emitidos da Brasilseg aumentaram 15,4%, acima do intervalo de 7% a 12%. Guidance elevado para o intervalo entre 10% a 15%.
Se preferir, baixe em PDF:
DISCLAIMER
Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.
