MERCADO
Bolsa
O Ibovespa voltou a ganhar força em dia de reunião do Fomc que mais uma vez não trouxe nada de novo. A política de estímulos à economia segue inalterada enquanto não reduzir a pressão da inflação. Com isso os mercados firmaram do lado positivo. O Ibovespa fechou em alta de 1,34%, aos 126.286 pontos. O giro financeiro foi de R$ 35,4 bilhões (R$ 28,9 bilhões à vista). As bolsas americanas fecharam em queda ontem, mas hoje o movimento é de recuperação em todos os mercados. A agenda econômica desta quinta-feira traz índices de confiança na Europa (consumidor, economia, indústria e serviços), com melhora na percepção da economia e indústria. No Brasil, sai a inflação de julho medida pelo IGP-M e nos EUA, destaque para o PIB anualizado (T/T), dados de consumo e novos pedidos de seguro desemprego. Além disso, os mercados avaliam o resultado da reunião do Federal Reserve ontem, que mais uma vez não trouxe nada de novo. Hoje as bolsas internacionais operam em alta na Europa acompanhando o fechamento das bolsas asiáticas que retomaram o caminho de alta após os esforços do governo chinês para acalmar os nervos do mercado após as notícias negativas dos últimos dias. Além disso, foi aprovada uma injeção de recursos de curto prazo na economia, pelo banco central. Nos EUA, o Senado votou para seguir com o pacote de infraestrutura após um grupo bipartidário de senadores e a Casa Branca terem chegado a um acordo sobre um plano de US$ 550 bilhões. O petróleo sugue em alta nos dois tipos (WTI e Brent). O Brent avança acima de US% 75 / barril, com a demanda firme no mercado internacional. Os estoques nos EUA voltaram a cair após duas semanas de alta no país.
Câmbio
A moeda americana caiu mais um pouco no fechamento de ontem, de R$ 5,1713 para R$ 5,1170 (-1,05%). Sem novidades em relação aos juros americanos e maior apetite ao risco, o dólar teve um dia pressionado.
Juros
Os juros futuros encerraram o dia com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 fechando em 6,245%, de 6,239% no ajuste da terça-feira e para jan/27 a taxa ficou estável em 8,76%.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Movida (MOVI3)
Lucro líquido recorde de R$174 milhões
Movida divulgou bons resultados na noite de ontem, trazendo números da combinação de negócio CS Brasil + Movida aprovada no dia 26/07. A CS é um empresa de GTF líder no setor público com 24 mil carros, somando os pouco mais de 134 mil carros da Movida, ao todo serão quase 159 mil veículos.
A Movida mostrou recordes na receita líquida de R$1,2 bilhão e no EBITDA de R$388 milhões, com margem consolidada de 32,1%, e evolução de 17,6 p.p. se comparado com 2T20, um base fraca devido a pandemia. O lucro líquido foi também recorde de R$174 milhões. Esse desempenho consolida o novo patamar de rentabilidade aliada a crescimento. Houve adição de cerca de 23 mil carros na frota durante o 2T21, resultando em uma expansão líquida de mais de 12 mil carros. O ticket médio de compra dos carros no 2T21 foi de R$65,8 mil, um aumento de 14% frente ao 1T21 refletindo o mix com maior participação de SUVs.
O crescimento de frota, que é o principal elemento de capex líquido positivo, aliado a manutenção das taxas de ocupação em RAC e crescimento do GTF, é resultado da estratégia flexível adotada desde o início da pandemia. As margens consolidadas apresentaram expansão na comparação anual. Em função do aumento do preço do carro na renovação de frota, a geração de caixa operacional atingiu R$ 754 milhões. No 2T21 foram gerados R$ 385 milhões a mais de caixa pelo aumento de EBITDA.
O RAC foi impactado pelos períodos de restrições pelo COVID, onde o trimestre apresentou volatilidade, mas culminando com uma forte recuperação no mês de junho após um início sob quarentena, atingindo 4,6 milhões de diárias, ticket médio atingiu o valor de R$84,10, com crescimento de 41,3% quando comparado ao 2T20, auge da quarentena. A taxa de ocupação ficou em 79,6%. Entretanto o número de diárias caiu de 5.067 no 1T21 para 4.618 2T21, mesmo com o aumento no preço da diária média, não foi suficiente para impedir uma leve queda da receita média mensal por frota média operacional de 2.130,8 para 2.033,6 T/T e margens menores .
No GTF, o segmento de pequenas e médias empresas e no segmento pessoa física por meio do Movida Zero Km contribuiu para o aumento da receita, expansão de 57,5% no 2T21 versus o 2T20, com a adição de 17 mil carros na frota média operacional. A menor receita líquida de Seminovos se comparado ao 2T20, R$ 680 milhões, reflete a estratégia de melhorar a eficiência nas vendas e ao mesmo tempo priorizar o crescimento em RAC e GTF. Foram vendidos 12,5 mil carros no trimestre, com ticket médio de R$ 54.576. O aumento do volume de vendas na comparação com o 1T21, é explicado pelo maior número de carros recebidos no trimestre.
O spread do ROIC versus o custo da dívida foi de 8,3 p.p. no 2T21 inferior ao verificado pela Unidas ontem de 10,7 p.p. Os indicadores têm mostrado forte recuperação, na medida em que os efeitos da crise do novo coronavírus vão se reduzindo e a performance da empresa melhorando.
Continuamos positivos com a companhia agora nessa nova fase. A ação da MOVI3 fechou cotada a R$ 21,06 com valorização de 3,38% em 2021.
Cosan S.A. (CSAN3)
Aquisição da Gaspetro pela Compass
A Compass Gás e Energia S.A., controlada da Cosan S.A., celebrou um Contrato de Compra e Venda de Ações para aquisição da participação de 51% da Petrobras na Gaspetro. O valor do investimento é de R$ 2,03 bilhões, a ser pago no fechamento, sujeito aos ajustes previstos no contrato.
- A Gaspetro é uma sociedade holding que detém participações em 19 distribuidoras de gás, que operam com exclusividade os serviços locais de distribuição de gás canalizado em diversos Estados do Brasil.
- Suas redes de distribuição somam aproximadamente 10 mil km, atendendo a mais de 500 mil clientes, com volume distribuído de cerca de 29 milhões m3/dia.
A conclusão da transação está sujeita ao cumprimento de determinadas condições suspensivas, dentre elas, a observação do prazo para exercício do direito de preferência de outros acionistas da Gaspetro e suas investidas e a aprovação pelos órgãos competentes.
Vemos como positiva a operação, agregando valor para a empresa e à Cosan. Consideramos mais um passo na direção da abertura de capital da Compass manifesta anteriormente pela administração do Grupo Cosan.
Omega Geração (OMGE3)
Aquisição de 50% de Ventos da Bahia 3
A Omega Geração informa que, após negociações finais exclusivas com a EDF Renewables do Brasil assinou em 28 de julho, um acordo vinculante para adquirir 50% do Complexo Eólico Ventos da Bahia 3.
- O valor da transação (Enterprise Value) para a participação de 50% em Ventos da Bahia 3 foi avaliado em R$ 422,9 milhões, dos quais R$ 196,6 milhões serão pagos em caixa e R$ 226,3 milhões serão assumidos em endividamento líquido.
- Os valores poderão sofrer ajustes em função de diferenças de endividamento líquido e capital de giro dos ativos entre a projeção para a data do fechamento e o balanço efetivo da data de fechamento.
- Ventos da Bahia 3 tem capacidade instalada projetada de 181,5 MW, expectativa de entrada em operação comercial em Janeiro de 2022 e está localizado, na Bahia, adjacente aos Complexos Eólicos Ventos da Bahia 1 e 2.
Multiplan (MULT3)
Lucro líquido de R$ 93,8 milhões, aumento de 32,4% no 2T21. No 1S21 acumulou R$ 140,1 milhões, queda de 43,6% sobre o 1S20
A Multiplan mostrou um bom desempenho no 2T21 após tantos problemas desde o 1º trimestre de 2020 com a pandemia. No acumulado, os números ainda mostrou redução na receita, no EBITDA e no lucro líquido, mas a companhia e o setor têm grande capacidade de recuperação numa condição de normalidade da atividade econômica.
A dívida líquida somou R$ 2,3 bilhões em junho (1,99x o EBITDA de 12 meses). Companhia espera amortizar R$305,7 milhões de dívida até o final de 2021.
O Fluxo de Caixa Operacional (FFO) totalizou R$ 154,5 milhões no 2T21, aumento de 869,8% em relação ao 2T20, com uma margem de 56,1%. Nos últimos 12 meses, o FFO atingiu R$1.003,0 milhões, 51,0% acima do 2T20 (12M), gerando um CAGR de 5 anos de 15,7%, beneficiado principalmente pela venda da Diamond Tower em jul/20.
Ontem a ação MULT3 encerrou cotada a R$ 22,83 com queda de 2,5% no ano.
Vale (VALE3)
Forte crescimento do lucro no 2T21 e grandes dividendos à frente
Na noite de ontem, a empresa divulgou um excelente resultado do 2T21, com aumento de vendas, margens e do lucro líquido. As melhores margens foram consequência, principalmente, dos altos preços do minério de ferro, comprometidas pelo expressivo aumento dos custos de produção. Também foi positivo no trimestre a ausência de grandes perdas, provisões ou impairments, que impactaram muito os resultados recentemente.
- A Vale lucrou US$ 7,6 bilhões no 2T21, valor 36,8% maior que no trimestre anterior e mais de sete vezes acima do 2T20;
- Os maiores preços e volumes levaram a um aumento de 32,7% no EBITDA Ajustado pró-forma durante o trimestre e 213,4% em relação ao 2T20. No entanto, a margem EBITDA, comparado ao 1T21, subiu apenas 0,4 ponto percentual, devido aos aumentos de custos já comentados;
- A empresa também informou que vai distribuir um dividendo mínimo de US$ 5,3 bilhões aos acionistas em setembro próximo. Considerando a cotação do dólar e da ação ontem, este dividendo seria de R$ 27,3 bilhões (R$ 5,17 por ação), gerando um ganho de 4,4% para os detentores de VALE3.
Ambev (ABEV3)
Maiores vendas e um salto no lucro do 2T21 ajudado por créditos tributários
Na manhã de hoje, a empresa divulgou seus resultados do 2T21 apresentando uma expressiva elevação nos volumes vendidos e nos preços, gerando uma expressiva alta na receita. No entanto, a forte alta dos custos e despesas levou a perdas de rentabilidade operacional, mas o lucro cresceu por conta de créditos tributários (R$ 1,6 bilhão).
- A Ambev obteve um lucro de R$ 2,9 bilhões no 2T21 (R$ 0,19 por ação), 120,7% acima do 2T20 e 6,1% maior que no trimestre anterior;
- O volume de vendas consolidado da Ambev no 2T21 (39,8 milhões de hectolitros) cresceu 19,0%, sempre comparando ao 2T20. Os preços também tiveram uma boa alta (14,5%), levando a um aumento de 35,3% na receita. Nas regiões, a receita teve crescimento de 28,5% no Brasil, 71,6% na CAC, 78,9% na LAS e 3,3% no Canadá. Estes incrementos nos preços foram dados por inciativas de melhora no mix e inovação.
Petrobras (PETR4)
Venda da Gaspetro e decisão favorável do TST
Após o pregão de ontem, a empresa divulgou dois comunicados importantes, um versando sobre a venda da Gaspetro e o segundo acerca da decisão favorável em processo trabalhista de grande valor. Ambas as notícias são positivas para a Petrobras.
- A empresa assinou ontem o contrato de venda da sua participação (51%) na Petrobras Gás S/A (Gaspetro) para a Compass Gás e Energia S/A (empresa do grupo Cosan). O valor do negócio é de R$ 2,03 bilhões, sendo que o pagamento será realizado no fechamento da operação;
- No segundo comunicado, a Petrobras informou que tomou conhecimento da decisão favorável do Tribunal Superior do Trabalho em relação à revisão metodologia de apuração do complemento de Remuneração Mínima Por Nível e Regime (RMNR), revertendo decisão anterior. Referente a estes processos, a empresa tinha provisionado R$ 0,7 bilhão (perda provável) e mais R$ 30,2 classificado com perda possível (não provisionado). A Petrobras está avaliando se haverá efeitos desta decisão nas demonstrações financeiras.
Odontoprev (ODPV3)
No 2T21 o lucro líquido somou R$ 86,6 milhões queda de 25,6% em relação ao 2T20
O resultado líquido do 2T21 foi de R$ 86,6 milhões, 25,6% inferior ao mesmo período de 2020. A empresa registrou crescimento de 5,0% na receita liquida do 2T21/2T20, somando R$ 454,6 milhões, mas os custos dos serviços e sinistralidade, pesando sobre o resultado final.
No acumulado do semestre o lucro líquido foi de R$ 195,4 milhões ante R$ 191,7 milhões no mesmo período de 2020, aumento de 1,9%. A receita liquida comparativa no mesmo período, cresceu 2,0%.
O EBITDA ajustado do 2T21 caiu 20% de R$ 170,9 milhões para R$ 136,7 milhões e no acumulado de 6 meses o saldo foi de R$ 283,1 milhões para R$ 296,6 milhões (+4,7%).
A empresa tem um histórico de boa geração operacional de recursos e de pagamento de dividendos. No final de junho a empresa tinha uma posição de caixa líquido de R$ 858 milhões.
A ação ODPV3 encerrou ontem cotada a R$ 13,83 com queda de 7,5% no ano.
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