Ibovespa fecha com alta de 0,30% e dólar recua para R$ 5,2761

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa encerrou a quinta-feira com alta de 0,30% aos 119.921 pontos, e giro financeiro de R$ 36,5 bilhões (R$ 28,4 bilhões à vista).  O dia foi de calma na B3, que só ganhou força perto do final, acompanhando a reação das bolsas americanas, após o pronunciamento da chanceler alemã, Angela Merkel, contrária à quebra de patentes de vacinas contra a covid-19.  Nas bolsas de Nova York, os índices Nasdaq, Dow Jones e S&P 500 fecharam em alta. Destaque também para a alta das ações da Vale com a puxada na cotação do minério de ferro, acima de US$ 200 a tonelada, após o atrito comercial entre China e Austrália. Com agenda econômica carregada nesta sexta-feira, os destaques ficam para os números, já divulgados da balança comercial chinesa para abril com alta expressiva em relação às expectativas do mercado e mais de 3x sobre o dado anterior. No Brasil temos a inflação de abril medida pelo IGP-DI e as vendas a varejo de março. Nos EUA saem os dados do payroll, (variação na folha de pagamentos) e a taxa de desemprego em abril. O dia abre com as bolsas internacionais do lado positivo, aguardando os dados econômicos e o petróleo com pequena queda.

Câmbio
O dólar recuou de R$ 5,3551 para R$ 5,2761 no fechamento de ontem (1,48%) para um patamar há muito tempo não experimentado, reflexo da expectativa de juros mais altos e entrada melhora no fluxo estrangeiro no Brasil.

Juros
Após a definição da nova taxa Selic o mercado de juros futuro começa a definir o rumo, que não deve fugir muito da faixa em que vem operando desde o começo do ano, além dos ajustes naturais e sob a influência de leilões de títulos do governo e outras medidas. Ontem, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 fechou estável em 4,80%, e a do DI para janeiro de 2027 encerrou em 8,65%, de 8,564% no dia anterior.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Banco do Brasil (BBAS3)
Lucro líquido ajustado de R$ 4,9 bilhões no 1T21 (+45%)

O Banco do Brasil registrou um lucro líquido ajustado de R$ 4,9 bilhões no 1T21 (ROAE de 15,1%), com aumento de 44,7% em relação ao lucro de R$ 3,4 bilhões no 1T20 (ROAE de 12,5%). Um resultado acima do esperado e que refletiu, em base de 12 meses, o desempenho positivo da margem financeira bruta (MFB) que cresceu 4,0%; a expressiva redução de 54,2% da PDD ampliada e a queda de 0,4% das despesas administrativas.

Com base no resultado o BB aprovou em 04.05.2021, a distribuição de R$ 212,1 milhões (R$ 0,07433470709/ação) na forma de dividendos e R$ 970,5 milhões (R$ 0,34011137994/ação) sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP). Os valores serão pagos em 28/05/2021, tendo como base a posição acionária de 21/05/2021, sendo as ações negociadas “ex” a partir de 24/05/2021. O retorno líquido estimado é de 1,2%.

Seguimos com recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 43,00/ação que representa um potencial de alta de 47,2% em relação à cotação de R$ 29,21/ação (valor de mercado de R$ 83,7 bilhões). Este ano a ação BBAS3 registra queda de 23,2%.

Expectativa de crescimento (guidance) para 2021 foram mantidas. No 1T21 a Carteira de Crédito registrou alta de 5,8% abaixo do piso estimado entre 8% e 12%, impactada pelo desempenho da carteira Atacado Pessoa Jurídica, com queda de 7,3% cujo fraco desempenho foi influenciado pelo comportamento atípico em março/20 (início da pandemia). O BB espera terminar o ano dentro do intervalo previsto.

As Receitas de Prestação de Serviços (-2,7%) registraram um desempenho alinhado com a estratégia adotada, sendo esperada uma estabilidade em 2021. As despesas administrativas estão em linha com o esperado e as despesas com PDD, abaixo do intervalo previsto. O lucro líquido, se anualizado, mostra-se acima do teto projetado.


B3 (B3SA3)
Lucro Líquido recorrente de R$ 1,34 bilhão no 1T21 (+15,5%)

A B3 registrou no 1T21 um lucro líquido recorrente de R$ 1,34 bilhão, com alta de 15,5% em relação a R$ 1,16 bilhão reportado no 1T20, explicado principalmente pelo resultado operacional medido pelo EBITDA recorrente (+24,0%) reflexo do incremento de receita (+25,8%), melhora do resultado financeiro (por redução dos juros pagos e efeito cambial), que no conjunto, compensaram o crescimento de 10,6% das despesas, notadamente às atreladas ao faturamento e de Pessoal (pelo acordo coletivo e crescimento do quadro de profissionais da companhia).

Cotada a R$ 50,80/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 103,7 bilhões, a ação B3SA3 registra queda de 15,6% este ano. Temos recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 67,00/ação, que aponta para um potencial de alta de 31,9%.

Destaques

O EBITDA recorrente somou R$ 1,95 bilhão no trimestre, com alta de 24,0% ante o 1T20, explicado por aumento de 25,8% da Receita Líquida (para R$ 2,40 bilhões) reflexo dos volumes negociados nas linhas de negócios da companhia e que resultaram no bom desempenho financeiro e consistente geração de caixa. Nesta base de comparação a margem EBITDA recorrente cresceu 0,7pp para 83,1%.

A receita foi impactada por reversão de provisão de R$ 55,5 milhões (2,1% do total) por reclassificação da probabilidade de perda, de provável para possível, da disputa judicial com o Banco BMD.

O resultado financeiro melhorou, passando de despesa financeira líquida de R$ 157,3 milhões no 1T20 para despesa líquida de R$ 43,8 milhões no 1T21, fortemente impactado pelas variações cambiais líquidas entre os trimestres comparáveis.


Neoenergia (NEOE3)
Lucro líquido de R$ 1,0 bilhão no 1T21 (+75%)

A Neoenergia registrou no 1T21 um lucro líquido de R$ 1,0 bilhão, com crescimento de 75% em relação ao lucro de R$ 577 milhões do 1T20, explicado pelo forte crescimento do resultado operacional e que compensou a piora do resultado financeiro entre os trimestres comparáveis.

Ao preço de R$ 16,26/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 19,7 bilhões, a ação NEOE3 registra queda de 5,6% este ano. Temos recomendação de COMPRA com Preço Justo de R$ 24,00/ação, que traz um potencial de alta de 47,6%.

Destaques                                                                                                                                                   

As Despesas Operacionais (PMSO) somaram R$ 801 milhões no 1T21 com crescimento de 6% em 12 meses (em percentual abaixo do crescimento da receita). Desconsiderando o efeito não recorrente positivo de R$ 25,5 milhões no 1T20 de arbitragens, assim como os R$ 25 milhões referentes aos 28 dias de consolidação da CEB-D no 1T21, observa-se redução de R$ 3 milhões versus o 1T20, confirmando a disciplina de custos do grupo.

Receita Operacional Líquida. Alcançou R$ 8,6 bilhões no 1T21 (+27% ante o 1T20).

EBITDA. A geração de caixa medida pelo EBITDA alcançou R$ 2,3 bilhões em 1T21 (+50% versus o 1T20) confirmando a retomada da economia, a manutenção da eficiência e o avanço na construção dos projetos de transmissão.


B2W (BTOW3)
Prejuizo  de R$ -163,6 MM vs R$ -108,0 MM no 1T20, com forte crescimento de GMV

A B2W divulgou ontem seus resultados mostrando forte crescimento de GMV, evolução de margem bruta mas ainda não conseguiu reverter os recorrentes prejuizos. No plano estratégico integrado do Universo Americanas (2020-2022), o objetivo é de ser mais relevantes no dia a dia dos clientes, oferecendo Tudo, A Toda Hora e Em Qualquer Lugar. Com boa experiência de compra e fidelização.

A nova plataforma de marketplace permitiu conciliar um crescimento expressivo com uma importante evolução operacional e no nível de serviço dos Sellers. Como consequência, apresentaram melhora nas taxas de conversão, redução do cancelamento de pedidos e de atrasos na expedição dos produtos.

A Ame,  fintech e plataforma mobile de negócios, também segue em desenvolvimento, superando a marca de 19 MM de downloads e 3 MM de estabelecimentos credenciados (Merchants). Desta forma, o TPV da Ame no 1T21 atingiu R$ 5,1 Bi, crescimento de 350% em relação ao 1T20.

A combinação de negócios da B2W e a Lojas Americanas sobre a proposta de combinação de negócios, criando a americanas sa, será votada nas Assembleias Gerais Extraordinárias no dia 10/06. A combinação é uma oportunidade  de acelerar a evolução dos negócios, maximizando a experiência do cliente.

No 1T21, foram feitas 2,1 MM de entregas em até 3h (13,7% do total). As entregas em até 24h (Same Day), representaram 44,0% do total.

Destaques financeiros:

GMV Total: No 1T21, o GMV foi de R$ 8.680,5 MM, crescimento de 90,4% quando comparado aos R$ 4.558,0 MM registrados no 1T20.

Receita Bruta: No 1T21, a receita bruta totalizou R$ 3.648,8 MM, crescimento de 73,3% quando comparado com os R$ 2.105,4 MM registrados no 1T20.

Receita Líquida: No 1T21, a receita líquida totalizou R$ 2.942,2 MM, crescimento de 73,5% quando comparado com os R$ 1.696,2 MM registrados no 1T20.

Lucro Bruto Ajustado: No 1T21, o lucro bruto ajustado totalizou R$ 937,5 MM, crescimento de 77,9% vs os R$ 526,9 MM registrados no 1T20. A Margem bruta ajustada foi de 31,9% no 1T21 vs 31,1% no 1T20.

Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas (SG&A) Ajustadas: No 1T21, as despesas com SG&A totalizam R$ 808,1 MM, o que representou 9,3% do GMV, um aumento de 0,5 p.p em relação ao 1T20. O aumento das despesas com vendas está principalmente relacionado com os investimentos no programa de frete grátis Americanas Mais, sempre atrelado ao nível de serviço por meio de um modelo de co-participação do Seller, e investimentos em awareness.

EBITDA Ajustado: No 1T21, o EBITDA Ajustado atingiu R$ 129,4 MM, crescimento de 1,4% comparado com os R$ 127,6 MM registrados no 1T20.

Resultado Financeiro Líquido: No 1T21, o resultado financeiro líquido foi de R$ -115,2 MM vs R$ – 110,0 MM no 1T20, crescimento de 4,7%.

Resultado Líquido: No 1T21, o resultado líquido foi de R$ -163,6 MM vs R$ -108,0 MM no 1T20. A margem líquida teve uma evolução de 0,8 p.p., passando de -6,4% no 1T20 para -5,6% no 1T21.

A ação BTOW3 fechou cotada  a R$ 63,0 com queda de 16,6% em 2021.


Sequoia (SEQL3)
Receita Líquida  cresce 97% vs 1T20, R$326,4 milhões

A Sequoia divulgou seus resultados ontem com forte crescimento de receita, impulsionada pelas aquisições realizadas, pelo crescimento do mercado de e-commerce e ganho de share, mas ainda pressionada na última linha. As mudanças no comportamento dos consumidores desde o início da pandemia, aumentaram exponencialmente o consumo de produtos pelo e-commerce.

Desde o início do ano já foram divulgados três novas aquisições que vêm fortalecer o ecossistema Sequoia: Prime em janeiro, Frenet e Plimor assinadas em março. Os processos de integração  devem estar concluídos até o 3T desse ano.

A companhia mostrou evolução de 0,6 p.p. na margem bruta em relação ao 1T20, reflexo do aumento de produtividade e ganhos de escala na operação,  resultado direto dos investimentos em tecnologia e automação.

O lucro líquido ajustado foi impactado pelo aumento das despesas no resultado financeiro em decorrência da consolidação dos contratos de aluguel da Direcional e Prime, adquiridas em outubro de 2020 e janeiro de 2021, respectivamente. Estes aluguéis são alocados no resultado financeiro seguindo a norma IFRS 16. Importante ressaltar que o primeiro trimestre do ano é sempre impactado pela sazonalidade das linhas de transporte, tendo uma menor diluição dos custos fixos.

Destaques:

Quantidade de Pedidos: Total de 10,8 milhões, +37% vs 1T20

Same Client Sales: R$247,7 milhões, +107% vs 1T20

Receita Bruta: R$387,2 milhões, +101% vs 1T20

Receita Líquida: R$326,4 milhões, +97% vs 1T20

Lucro Bruto: R$59,8 milhões (Margem de 18,3%) l +104% vs 1T20

EBITDA Ajustado Ex IFRS: R$15,9 milhões (Margem de 4,9%) l +269% vs 1T20

Lucro (Prejuízo) Líquido Ajust.: R$(3,7) milhões (Margem de -1,1%)

ROIC: +35%

Evento Subsequente: Conclusão da aquisição da Frenet em Abril 2021

A ação SEQL3 fechou cotada a R$ 24,54 com valorização de 7,6% em 2021


Camil Alimentos (CAML3)
Lucro Líquido de R$ 85,1 milhões no 4T20

A companhia registrou no 4T20 (dez/20 a fev/21) um lucro líquido de R$ 85,1 milhões com leve crescimento de 1,7% sobre o lucro líquido de R$ 83,6 milhões do 4T19 (dez/19 a fev/20) construído a partir do bom crescimento de receita líquida (+22,7%), geração operacional de caixa (+6,5%) e piora de margem EBITDA (-1,2pp) por incremento de custos e despesas.

No 12M20 o lucro alcançou R$ 462,7 milhões, com crescimento de 93,1% ante igual período do ano anterior (R$ 239,6 milhões). Cotada a R$ 9,92/ação (valor de mercado de R$ 3,7 bilhões) a ação CAML3 registra queda de 9,9% este ano. O Preço Justo de R$ 14,00/ação aponta para um potencial de alta de 41,1%.


JHSF Participações (JHSF3)
Lucro líquido de R$ 191,5 milhões, 11,7x superior aos R$ 16,3 milhões do 1T20 (na pandemia)

A JHSF mostrou forte resultado no 1T21, não só no crescimento do lucro líquido, que somou R$ 191,5 milhões.

O Ebitda somou R$ 232 milhões, aumento anual de 256% e o Ebitda ajustado foi fechou em 62,6%. O Ebitda ajustado desconsidera despesas e receitas não recorrentes ou sem efeito no caixa.

No 1T21, a receita líquida totalizou R$ 385,3 milhões, crescimento de 136,9%. Destaque para o segmento de incorporação, com alta de 271,3% na receita sobre o 1T20, somando R$ 300,5 milhões.

A Companhia segue focada no equilíbrio de sua estrutura de Capital, fortalecendo a liquidez e aperfeiçoando o perfil e custo de suas dívidas. Em março de 2021, foram emitidas Debêntures no valor de R$ 260 milhões com remuneração anual de CDI+2,25% e prazo total de até 5 anos. As Debêntures foram utilizadas para lastrear emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (“CRIs”). Os recursos dessa captação serão utilizados para o desenvolvimento do empreendimento Real Parque, localizado no Entorno do Cidade Jardim.

No encerramento do 1T21, a empresa mostrou um caixa líquido de R$ 384,8 milhões.

Ontem a ação JHSF3 encerrou cotada a R$ 7,12 com queda de 5,9% no ano.


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