Ibovespa recua 1,26% com pressão sobre ações do setor financeiro

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa pesou ontem com o início dos trabalhos da CPI, que deverão seguir ocupando o espaço e travando outros assuntos mais relevantes para a economia e mercados, por exemplo, as reformas necessárias para o país. Neste ambiente, o Ibovespa recuou 1,26% no fechamento para 117.712 pontos, com giro financeiro de R$ 36,8 bilhões (R$ 28,5 bilhões à vista). Hoje a agenda econômica traz o índice de produção industrial no Brasil para o mês de março e no final do dia a Selic. No exterior, mostra índices de preços na Europa e alguns dados pouco relevantes nos EUA.  As bolsas americanas que tiveram recuo ontem sinalizam uma recuperação nos futuros nesta, manhã e na Europa a alta é mais expressiva neste começo de quarta-feira. Alta firme também nas cotações do petróleo, com o minério de ferro em queda. Os investidores devem ficar atentos aos sinais de pressão inflacionária nos Estados Unidos que começam a gerar especulações a respeito da política de juros no país, o que consequentemente, coloca os mercados de bolsa em alerta a um possível movimento de migração de recursos. Ontem a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que as taxas de juros no país podem ter de subir para evitar o sobreaquecimento da economia americana.

Câmbio
Ontem o dólar fechou perto da estabilidade com alta de 0,01% passando de R$ 5,4423 para R$ 5,4428, com investidores atentos ao movimento da moeda no exterior e ao início do processo da CPI da Covid.

Juros
O dia foi de alta para os juros futuros aguardando a decisão “esperada” do Copom para a taxa Selic neste final de quarta-feira. Ontem a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22, fechou na máxima de 4,795%, de 4,747% no fechamento da segunda-feira e para jan/27, a taxa subiu de 8,504% para 8,66%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Bradesco (BBDC4)
Resultado do 1T21 refletiu o aumento de margem financeira, a queda do custo do crédito e o crescimento do resultado de seguros

O Bradesco registrou no 1T21 um lucro líquido recorrente de R$ 6,5 bilhões (ROAE de 18,7%) com crescimento de 73,6% em relação aos R$ 3,8 bilhões do 1T20 (ROAE de 11,7%), explicado pela melhora da margem financeira líquida por redução de 41,8% da PDD em base expandida; a queda nominal de 4,7% das despesas operacionais e o crescimento de 7,0% do resultado de seguros.

Destaque positivo também para o crescimento de 7,4% da Margem Financeira, em 12 meses, sensibilizada pela alta de 53,3% da Margem Financeira com o Mercado e o crescimento de 2,0% da Margem Financeira com clientes. Em contraponto, as receitas de serviços registraram queda de 2,6% no 1T21 ante igual trimestre do ano anterior, alcançando R$ 8,1 bilhões.

As projeções de crescimento para 2021 foram mantidas. A carteira de crédito expandida cresceu 7,6% no 1T21, abaixo do intervalo esperado (entre 9% e 13%). A margem com clientes cresceu 2,0% no piso entre 2% a 6% do guidance. As receitas de serviços registraram queda de 2,6% ante a expectativa de crescimento entre 1% e 5%. As despesas operacionais caíram 4,7% (entre -5% e -1%) e a PDD expandida somou R$ 3,9 bilhões dentro do intervalo do guidance (entre R$ 14,0 e R$ 17,0 bilhões).


Copasa (CSMG3)
Bom 1T21 por melhora do resultado operacional e financeiro

A Copasa registrou no 1T21 um lucro líquido de R$ 219,8 milhões (+36,7% versus 1T20) um resultado construído a partir do crescimento de 6,0% na Receita Líquida e melhora do resultado operacional medido pelo EBITDA (+7,3%). O resultado financeiro apresentou com forte melhora entre os trimestres comparáveis, com expressiva queda de 48,5% na despesa financeira líquida.

A receita líquida alcançou R$ 1,3 bilhão no 1T21, com alta de 6,0% ante o 1T20. Esse crescimento pode ser explicado pelo reajuste tarifário médio de 3,04% aplicado, a partir de novembro de 2020; o crescimento no número de economias (de 2,8% em água em 2,6% de esgoto) aliado ao crescimento do volume por economia em 2,5% (água) e 2,3% (esgoto).

A linha de custos e despesas apresentou evolução percentual abaixo da receita (+4,3% em 12 meses) contribuindo para a melhora do resultado operacional. As perdas por redução ao valor recuperável de contas a receber foram de R$ 49,0 milhões no 1T21 ante R$ 51,6 milhões no 1T20 e refletem o aprimoramento da metodologia de reconhecimento dessa provisão.

  • O repasse tarifário a municípios, por sua vez, cresceu 22,4% em base de 12 meses, pelo incremento da receita e o maior número de municípios abrangidos. O valor anual previsto é de R$ 117,5 milhões.
  • Os custos com energia elétrica cresceram 13,6% entre os trimestres para R$ 123,9 milhões, principalmente por maiores gastos com bandeiras tarifárias e do aumento de 1,7% no consumo por maior demanda operacional.

O EBITDA somou R$ 520,2 milhões no 1T21 (+9,5%) com margem de 39,5% (+1,4pp). A despesa financeira líquida caiu de R$ 92,7 milhões no 1T20 para R$ 47,8 milhões no 1T21, ajudada pela variação cambial.

Ao final de março de 2021 a dívida líquida da companhia era de R$ 2,7 bilhões equivalente a 1,4x o EBITDA dos últimos 12 meses.


Minerva (BEEF3)
Lucro líquido de R$ 259,5 milhões no 1T21

A Minerva registrou no 1T21 um lucro líquido de R$ 259,5 milhões que se compara ao lucro de R$ 271,2 milhões de igual trimestre do ano anterior. O resultado trimestral foi construído a partir do crescimento de 39,3% da Receita Líquida que somou R$ 5,8 bilhões, com aumento de 22,1% nos preços médios aliados a alta de 14,1% no volume total de venda.

Com esse resultado o lucro líquido dos últimos 12 meses terminados em mar/21 alcançou R$ 685,4 milhões. A despeito da sazonalidade do início de ano, o mercado global de carne bovina continua aquecido, ratificando o bom momento para os exportadores e para a Minerva em particular. As perspectivas para 2021 continuam positivas devido a consistente demanda internacional.

A Receita Bruta consolidada da companhia alcançou R$ 6,1 bilhões no 1T21, com crescimento de 37,7% em relação ao 1T20, acumulando R$ 22,2 bilhões nos últimos 12 meses terminados em março de 2021.  No trimestre as exportações atingiram 68% da Receita Bruta da Minerva, mantendo a companhia como a líder em exportação de carne bovina na América do Sul, com aproximadamente 20% de participação de mercado.

A Receita Líquida da Minerva alcançou R$ 5,8 bilhões no 1T21, om crescimento de 39,3% na comparação com o 1T20, acumulando nos últimos 12 meses uma Receita Líquida de R$ 21,0 bilhões. O EBITDA do 1T21 atingiu R$ 484,9 milhões, crescimento de 27,1% em base anual, com margem EBITDA de 8,4% (-0,8pp).

Ao final do 1T21 a dívida líquida companhia era de R$ 5,4 bilhões, equivalente a 2,4x o EBITDA (abaixo de 2,9x do 1T20) com um caixa de R$ 6,4 bilhões, suficiente para atender ao cronograma de amortização das dívidas até 2026. Ao final do trimestre, 80% da dívida bruta estava atrelada ao dólar. Em linha com a política de hedge, a companhia mantém hedgeada no mínimo 50% da exposição cambial de longo prazo.


BRF S.A. (BRFS3)
Controladas indiretas Nutrinvestment BV e Banvit Bandirma Vitaminli concluíram a venda de 100% da Banvitfoods SRL para Aaylex System Group

A Nutrinvestment BV e Banvit Bandirma Vitaminli Yem Sanayii AS, sociedades controladas indiretamente pela BRF, concluíram em 4 de maio de 2021, a alienação para Aaylex System Group S.A de 100% das ações de emissão da Banvitfoods S.R.L. sociedade que desenvolve atividades de fabricação de rações e granja de ovos na Romênia.

O preço de aquisição pago na presente data foi de EUR 20,3 milhões, equivalentes a aproximadamente R$ 132,4 milhões, o qual encontra-se sujeito a ajustes pós-fechamento, habituais em operações desta natureza.


Iguatemi (IGTA3)
Lucro líquido de R$ 39,8 milhões no 1T21

Mesmo com a pandemia penalizando fortemente o setor de shopping centers desde o começo de 2020, com as restrições no funcionamento dos shoppings, a companhia segue mostrando resultados positivos, ainda que modestos.

As vendas totais nos shoppings somaram R$ 1,89 bilhão, queda de 28,4% no comparativo com o 1T20 e a taxa de ocupação nos shoppings ficou em 90,3%.  Destaque para o aumento da inadimplência de 3,7% no 1T20 para 11,3% no 1T21.

No 1T20, o lucro líquido foi de apenas R$ 12,5 milhões, crescendo para R$ 39,8 milhões no 1T21. Nos anos de 2018 e 2019, os resultados para o 1º trimestre foram próximos de R$ 50,0 milhões.

Neste 1º trimestre, a receita liquida somou R$ 169,4 milhões (+ 8,0% em relação ao 1T20) e o EBITDA caiu 1,4% somando R$ 101,4 milhões.

A ação IGTA3 encerrou ontem cotada a R$ 38,51 com alta de 4,5% no ano.


CSN (CSNA3)
Pagamento de dividendos

A empresa informou ontem, após o pregão, que sua Assembleia Geral aprovou o pagamento do dividendo mínimo obrigatório de R$ 901,1 milhões, equivalente a R$ 0,652949460182923 por ação.

  • O pagamento será realizado no dia 12 de maio/2020, com base nas posições acionárias de 30 de maio;
  • Este provento permitirá um retorno de 1,4%, considerando a cotação de CSNA3 ao final do pregão de ontem.

Petrobras Distribuidora (BRDT3)
Parcela final recebida da Eletrobras

A empresa informou o recebimento da 36ª e última parcela dos Instrumentos de Confissão de Dívida (ICDs) da Eletrobras no valor de R$ 34,3 milhões.  O valor total recebido pela Petrobras (BR) Distribuidora foi de R$ 4,8 bilhões.

  • Esta é uma boa notícia para a BR Distribuidora, com impacto direto no resultado do 2T21, dado que a dívida da Eletrobras já havia sido inteiramente provisionada;
  • Os ICDs foram assinados em abril/2018, entre a Petrobras Distribuidora e a Eletrobras, com algumas de suas controladas (Eletrobras Amazonas, Eletrobras Roraima, Eletrobras Rondônia e Eletrobras Acre), para o pagamento de débitos com valor de R$ 4,6 bilhões (não corrigidos) em 36 parcelas sem carência.  Estas dívidas são decorrentes do fornecimento de combustíveis para a geração de energia.

Ecorodovias (ECOR3)
Bom desempenho do tráfego na semana

A empresa divulgou na manhã de ontem seus dados operacionais de 26 de abril a 2 de maio, com um expressivo crescimento no tráfego, na comparação com o mesmo período de 2019.

  • Na semana de 26 de abril a 2 de maio, o tráfego comparável (sem a Ecovias do Cerrado, Eco135 e Eco050) apresentou um aumento de 7,4%, em relação a 2019.  No período anterior, houve uma redução de 2,1%;
  • No acumulado do ano, considerando todas as dez concessões administradas pela Ecorodovias, ocorreu um crescimento de 15,0% no tráfego comparado a 2019.  Em relação ao mesmo período de 2020, houve um aumento de 18,3%;
  • Vale destacar que, normalmente nossa comparação seria com o ano anterior, mas nesta época em 2020 já havia começado a quarentena, o que distorce as comparações.  Portanto, os melhores resultados são agora fornecidos comparando com os mesmos períodos de 2019, quando a economia não sofria ainda os efeitos da pandemia.

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Ibovespa recua 1,26% com pressão sobre ações do setor financeiro

 

 

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