MERCADO
Bolsa
Em dia de recuperação das ações da Petrobras, o Ibovespa subiu 2,27% fechando em 115.227 pontos, com giro financeiro de R$ 48,2 bilhões e R$ 43,9 bilhões no à vista. A forte queda do dia anterior deu boas oportunidades de compra em outras ações também. A volta da discussão em relação à privatização da Eletrobras, destaque de alta e ações de bancos ajudaram também o índice que teve volume elevado de negócios. Hoje, a agenda econômica traz a inflação (INCC) da construção civil, o índice de confiança do consumidor, o IPCA-15 em fevereiro e investimento estrangeiro direto em janeiro. As bolsas internacionais operam com alta moderada, sem novidades do lado externo. Nos últimos dias as notícias de pandemia deram espaço ao noticiário político, com foco nos incentivos emergenciais, tanto do lado externo quanto doméstico. O petróleo, segue em alta nos tipos Brent e WTI, acima de US$ 61 o barril.
Câmbio
A volta dos investidores à bolsa ajudou para um recuo do dólar, que passou de R$ 5,4591 para R$ 5,4411 no fechamento, queda de 0,33%. No exterior, as declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, acalmaram os mercados em relação a alta de inflação e no Brasil uma expectativa de algum avanço nas reformas ainda neste semestre.
Juros
Em dia de queda, os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) encerraram em 3,465% para jan/22 e com taxa de 7,50% para jan/27.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Telefônica Brasil (VIVT3)
Lucro líquido de R$ 1,3 bilhão no 4T20 e R$ 4,8 bilhões no ano
A Telefônica Brasil mostrou um bom resultado em 2020 se considerados todos os problemas da pandemia. É lide no mercado brasileiro de telefonia, mantém regularidade nos resultados, elevada geração de caixa e boa política de pagamento de dividendos. Ontem a ação VIVT3 encerrou cotada a R$ 45,11 com queda de 3,0% no ano.
Principais destaques:
- Em 2020, crescimento de 1,5% na base total de clientes atingindo mais de 95 milhões de acessos. O total de acessos no segmento móvel foi de 78,532 milhões, alta de 5,3%. Houve incremento da base de clientes pós (3,9%) e pré (7,2%).
- Market share móvel de 33,6% em dezembro de 2020, 7,8 p.p. superior ao segundo colocado;
- Maior eficiência em custos com a digitalização e automação de processos. Os custos operacionais reduziram 3,4% a/a no 4T20, em função da redução de custos comerciais.
- NO 4T20, EBITDA de R$ 4,8 bilhões (+0,8% a/a), com margem EBITDA de 43,6%. Em 2020, o EBITDA atingiu R$ 17,7 bilhões, com margem EBITDA de 41,1% no ano.
- Investimentos de R$ 2.4 bilhões no 4T20, com foco na expansão da rede de FTTH e ampliação da qualidade e capacidade das redes de 4G e 4.5G;
- O Fluxo de Caixa Livre atingiu R$ 9,6 bilhões (+12,6% a/a em 2020), refletindo gestão financeira ativa e eficiente alocação de investimentos;
- Distribuição de proventos de R$ 5,4 bilhões resultando em um Dividend payout de 113,6% e dividend yield de 7,0%;
Eletrobras (ELET3, ELET6)
Medida Provisória que trata do processo de privatização da companhia
A Eletrobras recebeu ontem (23/02) ofício do Ministério de Minas e Energia que informa sobre a edição de Medida Provisória que trata do processo de privatização da companhia (“MP”).
• A MP trata da capitalização da Eletrobras; prevê nova emissão de ações, por meio da qual a participação da União será diluída, e inclui expressamente a renovação antecipada por 30 anos da usina de Tucuruí, um dos principais ativos da Eletronorte, que vence em 2024.
• Lembrando que a capitalização da Eletrobras está condicionada à conversão da MP em Lei, mediante aprovação pelo Congresso Nacional, ou seja, existe um trâmite e um tempo para que o texto seja aprovado. De imediato, apenas a autorização para que o BNDES inicie os estudos de modelagem
Destaques
• A inclusão da prorrogação, por 30 anos, da usina hidroelétrica de Tucuruí, controlada pela Eletronorte, que atualmente já está no regime de produtor independente (e não sob regime de cotas);
• Obrigação de aportes de recursos para revitalização dos recursos hídricos das bacias hidrográficas na área de influência dos reservatórios das usinas hidrelétricas de Furnas (R$ 230 milhões em 10 anos), cujos contratos de concessão sejam afetados pela MP, e para redução estrutural de custos de geração de energia na Amazônia Legal (R$ 295 milhões em 10 anos), diretamente pela Eletrobras ou, indiretamente, por meio de sua subsidiária Eletronorte, além da revitalização dos recursos hídricos da bacia do Rio São Francisco (R$ 3,5 bilhões em 10 anos, que já era previsto no PL);
• Nova repartição de receita entre União (através do pagamento de bonificação de outorga) e a CDE – Conta de Desenvolvimento Energético (através do pagamento de quotas anuais em 30 anos);
• A previsão de criação de ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva da União, que dará o poder de veto em deliberações sociais previstas na referida MP (“Golden shares”).
Movida (MOVI3)
Empresa já se mostra em um novo ciclo de crescimento, lucro líquido anual foi de R$ 109 milhoes, com um 4T20 forte
Movida divulgou seus resultados ontem mostrando um ano desafiador após a pandemia, mas um 4T20 bom, com balanço sólido, financiamentos de longo prazo, aumento de frotas e aceleração dos novos produtos deve trazer um alto crescimento em 2021.
A frota de RAC ficou praticamente estável A/A, em 71 mil carros e a margem EBITDA do ano atingiu 41%. O EBITDA em RAC chegou a R$461 milhões devido à combinação da retomada da demanda de alta temporada e a gestão. Alguns lançamentos como o Web Check-in, possibilitaram a uma taxa de ocupação de 79%, com recorde no 4T20 de 84,4%.
A ação MOVI3 está com uma queda de 8,29% em 2021, em 2020 o ganho foi de 8,73% contra 5,31% do Ibovespa.
GPA – Pão de Açúcar (PCAR3)
Lucro líquido de R$ 1,6 bilhão no 4T20
O GPA registrou lucro líquido aos acionistas controladores de R$ 1,598 bilhão no quarto trimestre de 2020, alta de 1.604% ante o mesmo período de 2019.
Principais destaques na formação do resultado do 4T20:
No 4T20 houve o reconhecimento de elementos excepcionais que impactaram o lucro líquido do GPA Brasil e GPA Consolidado em R$ 941 milhões, sendo:
- R$ 834 milhões na receita líquida e no lucro bruto referentes a créditos fiscais decorrentes do trânsito em julgado da ação de CBD relativos à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins (R$ 994 milhões) e baixa de créditos fiscais referentes à MP do Bem após decisão do STF (R$ -160 milhões);
- Menos R$ 17 milhões na linha de despesas com vendas relacionadas à baixa de diversos créditos tributários;
- R$ 536 milhões no resultado financeiro, sendo R$ 580 milhões referentes à atualização monetária dos créditos fiscais relativos ao trânsito em julgado da ação de CBD relacionada à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins e uma despesa de R$ 44 milhões relacionada à renegociação dos acordos de financiamento com os credores decorrente da cisão de Sendas, conforme fato relevante publicado em novembro;
- Redução de R$ 412 milhões no imposto de renda.
Weg (WEGE3)
Um excelente resultado no 4T20, desdobramento e dividendo
A empresa divulgou há poucos minutos outro excelente resultado trimestral, com aumento nas vendas, na rentabilidade, geração de caixa e no lucro. O anúncio de desdobramento e dividendos, são também notícias positivas para os investidores da Weg.
· No 4T20, o lucro líquido da Weg foi de R$ 742 milhões (R$ 0,36 por ação), 15,2% maior que no trimestre anterior e 48,3% acima do número verificado no 4T19;
· O Conselho propôs para ser discutido na próxima Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, a ser realizada no dia 27 de abril de 2021, que cada ação atual passe a ser representada por duas. A proposta indica que terão direito a este provento os acionistas da empresa no dia da realização da Assembleia;
· Foi também deliberado pelo Conselho o pagamento de dividendos complementares no valor total de R$ 732,9 milhões (R$ 0,349357703 por ação), aos detentores da ação no dia 26/fevereiro, sendo que a partir do pregão de 1/março WEGE3 será negociada “ex-dividendos”. O pagamento deste dividendo complementar e dos JCPs declarados em setembro e dezembro de 2020 vai ocorrer em 10 de março de 2021.
CCR (CCRO3)
Extensão do prazo de concessão da NovaDutra
A empresa informou ontem que a Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou a celebração de termo aditivo ao Contrato de Concessão da Rodovia Presidente Dutra (BR-116 RJ/SP). Com a assinatura deste aditivo, houve a prorrogação do contrato de concessão desta rodovia, operado por uma subsidiária da CCR (NovaDutra), por doze meses até o dia 22 de fevereiro de 2022.
· Esta é uma boa notícia para a CCR, principalmente considerando que esta concessão tem a segunda maior receita deste segmento;
· Nos primeiros nove meses de 2020, a NovaDutra gerou R$ 1,0 bilhão em receita de pedágio, valor equivalente a 20,1% do total das concessões rodoviárias da CCR.
· A empresa informou ontem que a Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou a celebração de termo aditivo ao Contrato de Concessão da Rodovia Presidente Dutra (BR-116 RJ/SP). Com a assinatura deste aditivo, houve a prorrogação do contrato de concessão desta rodovia, operado por uma subsidiária da CCR (NovaDutra), por doze meses até o dia 22 de fevereiro de 2022.
· Esta é uma boa notícia para a CCR, principalmente considerando que esta concessão tem a segunda maior receita deste segmento.
· Nos primeiros nove meses de 2020, a NovaDutra gerou R$ 1,0 bilhão em receita de pedágio, valor equivalente a 20,1% do total das concessões rodoviárias da CCR.
· Nossa recomendação para CCRO3 é de Compra com Preço Justo de R$ 17,50 (potencial de alta em 52%). Em 2021, as ações da CCR apresentaram uma queda de 14,3% e o Ibovespa caiu 3,2%. A última cotação de CCRO3 (R$ 11,55) estava 31,3% abaixo da máxima alcançada nos últimos doze meses e 32,4% acima da mínima deste período.
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