Ibovespa cai 4,87% com efeito Petrobras

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa confirmou a expectativa de forte pressão de vendas em cima da Petrobras após a decisão do governo de troca do comando da Petrobras na sexta-feira. A aversão ao risco de investimentos na B3 acabou contaminando grande parte das empresas do índice e da B3. O volume negociado foi significativamente elevado, somando R$ 84,5 bilhões inflado pelo vencimento de opções sobre ações com volume de R$ 16,9 bilhões (R$ 60,2 bilhões no mercado à vista), o dobro de uma sessão normal. O Ibovespa encerrou o dia com queda de 4,87%, aos 112.668 pontos. Os destaques de alta foram. Lojas Americanas LAME4) com a possiblidade de combinação de negócios com a B2W, Embraer com expectativa de acordo comercial com alemã Lufthansa e Cielo com a possibilidade de fechamento de capital. Embora o mau humor tenha penalizado grande parte das ações, trazendo papéis para um nível de atratividade, a queda pode continuar hoje, seguindo as bolsas internacionais que operam em queda. Os investidores seguem avaliando os desdobramentos da crise nos indicadores macroeconômicos e pincipalmente a pauta política. Hoje, a agenda econômica traz indicadores da Europa e dos EUA, pouco relevantes. O petróleo opera em alta, mas sem impacto no mercado neste começo de dia, com as bolsas mostrando baixa nas ações de tecnologia, na Europa e nos futuros de NY, enquanto os títulos do governo americano operam em alta, na busca de proteção no curto prazo. O crescimento da economia global também é ponto de atenção neste momento.

Câmbio
Em dia tenso no mercado financeiro e com atuação do Banco Central no mercado de câmbio, o dólar encerrou a segunda-feira cotado a R$ 5,4591, com alta de 1,33% sobre o fechamento anterior (R$ 5,3872). A esperada fuga dos papéis da Petrobras, afetando outras ações de peso na B3 e as incertezas geradas de curto prazo, pesaram sobre o real.

Juros
Os juros tiveram dia de alta nas taxas de curto e longo prazo, trazendo de volta a expectativa de retomada de reajustes na taxa Selic no curto prazo. No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22  subiu de 3,442% para 3,53% e o DI para jan/27 fechou em 7,57%, de 7,374% no ajuste anterior.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Itaúsa S.A. (ITSA4)
Lucro Líquido recorrente de R$ 2,7 bilhões no 4T20

A Itaúsa registrou no 4T20 um lucro líquido de R$ 3,7 bilhões, com crescimento de 6,2% em relação ao mesmo período no ano anterior, repercutindo a maior contribuição do setor não financeiro e resultado não recorrente do segmento financeiro. Nesse contexto, “o melhor desempenho da Duratex (DTEX3) no segmento de materiais para construção civil; os maiores ganhos com exportações da Alpargatas (ALPA4) e a apreciação do valor justo de ativos da NTS, explicam a melhora no resultado”.

Em base recorrente o lucro líquido da Itaúsa alcançou R$ 2,7 bilhões no trimestre, com alta de 6,1% ante R$ 2,6 bilhões do 4T19 explicado principalmente pelo crescimento de 92% do resultado recorrente das empresas não financeiras, que compensou a queda de 1% do resultado do segmento financeiro. No acumulando de 2020 o lucro líquido recorrente somou R$ 7,2 bilhões (ROAE de 13,3%) com queda de 26% em relação aos R$ 9,8 bilhões de 2019 (ROAE de 18,4%). Seguimos com recomendação de COMPRA para ITSA4.

Recompra de ações de própria emissão. Em 22 de fevereiro de 2020 foi aprovado pelo Conselho, o Programa de Recompra de 250 milhões de ações de emissão própria (4,5% das ações em circulação) para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento. Poderão ser adquiridas até 50 milhões de ações ON e 200 milhões de ações PN. A recompra será realizada no período de 18 meses, de 23.02.2021 a 23.08.2022 e objetiva a alocação eficiente de capital.


Cteep – Transmissão Paulista (TRPL4)
Bom resultado do 4T20 e distribuição de dividendos

A Cteep registrou no 4T20 um lucro líquido de R$ 374,4 milhões, com crescimento de 8,4% em relação aos R$ 345,4 milhões de igual trimestre do ano anterior, acumulando em 2020 um lucro líquido de R$ 2,0 bilhões (+63,9%). O bom resultado no trimestre pode ser explicado pelo crescimento de 15,0% da receita, pela melhora do resultado operacional em base ajustada e a menor despesa com IR/CS em decorrência do benefício fiscal com o pagamento de JCP. No acumulado do ano o ROAE elevou-se de 18,2% para 25,8% e a margem EBITDA ajustada passou de 79,8% em 2019 para 85,8% em 2020.

Com base no resultado o Conselho de Administração aprovou ontem (22/02) a distribuição de dividendos no montante de R$ 531,2 milhões correspondentes a R$ 0,806156/ação que serão pagos em 21 de maio de 2021. O pagamento será devido aos acionistas que constarem na base do dia 25 de fevereiro de 2021 (data de corte). As ações de emissão da companhia passarão a ser negociadas ex-dividendo a partir de 26 de fevereiro de 2021. O retorno esperado é de 3,3%.

Adicionalmente, a administração propõe a distribuição de dividendos do exercício social de 2020 no montante de R$ 524,4 milhões (R$ 0,795967/ação), a ser deliberado pelos acionistas na AGO em 25 de março de 2021. O retorno estimado é de 3,3%. Esse dividendo, em sendo aprovado, se soma ao valor de R$ 1,1 bilhão já pago no decorrer do ano de 2020 e totalizará R$1,67 bilhão de proventos referente ao exercício social de 2020.

Cotada a R$ 24,17/ação (valor de mercado de R$ 15,9 bilhões) a ação TRPL4 registra queda de 13,1% este ano. O preço justo de R$ 30,00/ação traz um potencial de alta de 24,1%.


Assai Atacadista (ASAI3)
Crescimento de 59,9% no lucro líquido do 4T20, somando R$ 299 milhões

O Assaí, que recebeu o deferimento dos pedidos de listagens e admissão à negociação de Sendas (Assaí) no Novo Mercado da B3 e dos ADSs na New York Stock Exchange (NYSE) com início da negociação das ações em 01 de Março, divulgou resultados expressivos para o 4º trimestre e acumulado de 2020.  É importante lembrar que antes da cisão, os resultados do ASSAÍ representavam a parcela mais relevante no grupo GPA.

Principais destaques:

  • Lucro líquido de R$ 299 milhões (+ 59,9% sobre o 4T19). No ano, o resultado líquido somou R$ 1,0 bilhão;
  • EBITDA de R$ 771 milhões (+ 21,8%);
  • O faturamento líquido chegou a R$ 10,7 bilhões no 4T20 (+ 33,7%) acumulando R$ 36,0 bilhões em 12 meses (+ 29,3%).
  • A empresa gerou caixa de R$ 2,1 bilhões no ano e realizou investimentos de R$ 1,3 bilhão, na manutenção e parque de novas lojas.
  • A relação dívida líquida/Ebitda ajustado atingiu -1,76x em 2020, uma melhora em relação a 2019, quando o indicador estava em -3,77x.
  • Crescimento com rentabilidade: O acelerado cronograma de inaugurações nos últimos cinco anos foi integralmente financiando pela própria operação, dinâmica que deve se manter nos próximos períodos.

CSN (CSNA3)
Um ótimo resultado no 4T20

Na noite de ontem, a empresa divulgou um excelente resultado operacional do 4T20, com aumento nas vendas de aço e melhores preços nos segmentos de siderurgia mineração e cimento. Além disso, a empresa foi beneficiada por ganhos financeiros com a valorização do real no período e uma grande reversão do Imposto de Renda.

• No 4T20, o lucro líquido da CSN foi de R$ 3,9 bilhões (R$ 0,91 por ação), valor 208,9% maior que no trimestre anterior e 243,7% acima do 4T19;

• As vendas de aço na CSN no 4T20 foram de 1.229 mil toneladas, com crescimento de 10,0% sempre comparando ao mesmo trimestre de 2019. As vendas no mercado interno somaram 891 mil toneladas (72% do total), que cresceram 8,8%. Além de melhores volumes, os preços médios da siderurgia subiram 37,1%, permitindo uma forte elevação das margens;

• Na mineração, o excelente resultado do 4T20 foi dado pelo forte aumento dos preços do minério de ferro. O volume vendido no trimestre foi de 8,6 milhões de toneladas, 16,4% menor que no 4T19. O preço médio de venda do minério em reais (R$ 520/t) foi 112,9% maior, beneficiado pelo aumento das cotações no mercado externo e a desvalorização do real.


CSN Mineração (CMIN3)
Preços maiores levam a um bom resultado no 4T20

Após o pregão de ontem, a empresa divulgou seu primeiro resultado após a abertura de capital, apresentando no 4T20 redução das vendas, mas os maiores preços permitiram uma forte elevação do EBITDA e do lucro líquido, na comparação com o mesmo trimestre de 2019.

• O lucro líquido da CSN Mineração no 4T20 foi de R$ 1,3 bilhão (R$ 0,24 por ação), 88,5% acima do 4T19, mas 8,6% menor que no trimestre anterior;

• A CSN Mineração vendeu 8,6 milhões de toneladas no 4T20, volume 16,4% abaixo do 4T19. Isso ocorreu pela redução de 18,5% nas exportações. No entanto, os maiores preços levaram a um aumento de 52,7% na receita líquida.


Randon (RAPT4)
Forte crescimento da receita em janeiro

A empresa informou ontem, que sua receita líquida consolidada em janeiro/2021 foi de R$ 582,3 milhões, 53,5% acima do valor alcançado no mesmo mês do ano passado. Comparado a novembro/2020, último mês divulgado, houve um crescimento de 1,4% em janeiro;

• O faturamento da Randon veio crescendo forte no ano passado, após os piores momentos da recente crise, que ocorreram no 2T20. Além das vendas aquecidas, estes números foram positivamente impactados pela aquisição da Nakata;

• Esperamos que os resultados do 4T20 também sejam muito bons, em função dos aumentos das vendas e dos preços. A elevação de custos vai limitar os ganhos de margem. Além dos fatores operacionais, os resultados do 4T20 serão beneficiados pela contabilização de créditos fiscais no valor de R$ 778 milhões, que vão também compor a base para concessão de proventos.


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