Braskem – Relatório de Análise

Informações acerca do acidente em Maceió

A empresa promoveu ontem uma reunião com analistas, na qual foram discutidos os caminhos para a solução dos problemas gerados pelo acidente geológico em Maceió.  Entendemos que a reunião foi muito positiva, permitindo que o mercado tenha mais informações sobre o problema e com isso reduza os riscos imputados à ação da Braskem.  Ontem BRKM5 já apresentou uma alta de 5,5%, bem maior que a valorização do Ibovespa (2,1%), ao nosso ver já refletindo as informações fornecidas na reunião.  Porém, os problemas em Maceió podem ainda gerar perdas adicionais aos valores já provisionados (líquido atual de R$ 8,8 bilhões).  Por outro lado, é importante lembrar que em nosso último relatório, enfatizamos que a Braskem deve apresentar bons números operacionais no 4T20, em função da forte demanda no Brasil e nos outros mercados importantes (México, Estados Unidos e Europa).  Além disso, os resultados também serão beneficiados por elevados spreads (diferença entre custo da matéria-prima e os preços das resinas) em todo o mundo.  Este resultado será publicado no dia 10 de março.

  • Pequeno histórico do problema: Desde os anos 70, a Braskem realiza a extração de sal-gema na região da Lagoa Mundaú, próxima aos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro em Maceió (AL). A partir de 2010, os moradores desta região começaram a sofrer com fissuras que surgiram nos edifícios e rachaduras em apartamentos. Estes problemas podem ter sido agravados pelo abalo sísmico com magnitude de 2,4 na escala Richter, que ocorreu em Maceió em março de 2018.  Em maio/2019, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) divulgou um relatório concluindo que a principal causa para o surgimento das rachaduras nos bairros de Maceió, era a exploração mineral realizada pela Braskem;
  • Custos para a solução: A Braskem vai gastar muito para resolver esta questão em Alagoas, com os desembolsos sendo feitos nos próximos cinco anos. A empresa vem trabalhando em várias frentes e os acordos celebrados com as autoridades locais para a reparação dos danos geraram provisões de R$ 8,6 bilhões até o 3T20;
  • Recursos para os pagamentos: Na reunião de ontem, a Braskem informou que o pagamento dos R$ 8,8 bilhões para mitigar os danos em Maceió está equacionado. A empresa vai gastar R$ 5,2 bilhões em realocação e compensação dos moradores, R$ 1,2 bilhão no fechamento dos poços, R$ 1,6 bilhão em medidas sócio -urbanísticas e terá R$ 0,8 bilhão em gastos adicionais.  Para financiar os gastos, a empresa já tem uma conta específica para reparação no valor de R$ 1,5 bilhões, que será adicionada em R$ 3,6 bilhões provenientes da monetização dos créditos fiscais com a exclusão do PIS/Cofins do cálculo do ICMS e mais R$ 1,7 bilhão advindo do recebimento de seguros.  Estes valores somam R$ 6,8 bilhões, portanto, faltam R$ 2,0 bilhões, que deve vir do caixa;
  • Risco adicional: Em novembro/2020, a Braskem informou que a Agência Nacional de Mineração (ANM) enviou ofício com determinações para o fechamento de mais poços de sal em Maceió. Para atender às determinações da ANM, a Braskem avaliou que terá custos adicionais de R$ 3 bilhões aos já provisionados.  Em janeiro deste ano, a ANM aceitou o Pedido de Reconsideração para suspender seu ofício.  Com isso, ficarão suspensos os efeitos deste documento até a avaliação final dos argumentos técnicos apresentados no Pedido.

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