Ibovespa recua 1.05% com nova onda de contaminação pelo vírus pesando sobre os mercados

MERCADO


Bolsa
Mesmo com relatórios sobre pesquisas com dados otimistas para uma vacina contra o coronavírus, o aumento de casos de contaminação pelo vírus no mundo tem maior peso sobre os mercados, com a percepção de que antes de melhorar, a situação pode piorar ainda mais. A segunda onda é uma realidade que agora é computada também no Brasil. Ontem o Ibovespa já sentiu o golpe marcando queda de 1,05%, aos 106.119 pontos com os novos números da doença e hoje as bolsas internacionais caem de forma generalizada. O giro financeiro R$ 33,8 bilhões (R$ 27,3 bilhões no à vista). Não fosse a recuperação dos preços das commodities, ajudando Petrobras e Vale, o tombo teria sido maior. Hoje a agenda econômica não tem dados importantes do lado doméstico, mas mostra a produção da construção na Europa em setembro e dados de emprego nos EUA e nível de conforto do consumidor, que podem não agradar. O petróleo que vinha numa curva de alta em pregões anteriores, hoje opera em baixa novamente. Com tudo isso, o Ibovespa pode novamente pesar nesta quinta-feira.

Câmbio
Em meio ao nervosismo dos mercados, o dólar voltou a subir ontem passando de R$ 5,3244 para R$ 5,3622(+ 0,71%). A volta de notícias negativas sobre a Covid-19 deve levar a novas projeções pessimistas para a economia global no curto prazo trazendo mais volatilidade aos mercados.

Juros
Em dia ruim para os mercados, os juros não poderiam ficar de fora desta pressão. Ontem a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 fechou em 3,28% de 3,255% na terça-feira e para jan/27 fechou passou de 7,424% para 7,59%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Eternit (ETER3)
Alienação da UPI Louças Sanitárias (CSC) pelo valor de R$ 102 milhões

Ontem, (18/11), a Eternit, em recuperação judicial, informou aos seus acionistas e ao mercado em geral que foi realizado o leilão judicial de alienação da UPI Louças Sanitárias (CSC), tendo sido o lance vencedor de R$ 102.000.000,00.

O valor obtido no leilão será destinado ao pagamento dos credores concursais da Classe III, na forma prevista no Plano de Recuperação Judicial da Companhia.

Também em fato relevante divulgado em 17/11, a companhia informou que a SAMA retomará as atividades de remoção de estéril para liberação de minério, amparada na vigência da Lei do Estado de Goiás, nº 20.514, de 16/07/2019, regulamentada pelo Decreto nº 9.518 de 24/09/2019, que autoriza, para fins exclusivos de exportação, a extração e o beneficiamento do minério da variedade crisotila.

A Eternit encerrou o 3T20 com lucro líquido de R$ 40 milhões com boa recuperação nos números.  A ação ETER3 encerrou ontem a R$ 11,39 com alta de 185,1% no ano. O valor de mercado da empresa R$ 588,5 milhões.


Itaúsa (ITSA4)
CADE aprova aquisição da Liquigás Distribuidora S.A.

O CADE aprovou ontem (18/11) por unanimidade de votos, a aquisição da totalidade das ações da Liquigás Distribuidora S.A. (“Liquigás”) pelo grupo adquirente composto pela Itaúsa, Copagaz e Nacional Gás, mediante a celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC).

·        O acordo foi proposto pelo grupo adquirente e visa a atender às preocupações de natureza concorrencial identificadas pelo CADE.

·        Outras condições precedentes deverão ser cumpridas nas próximas semanas e caso a Operação seja concluída ainda em 2020, não se espera efeitos significativos nos resultados da Itaúsa neste exercício social.

·        Lembrando que o valor da oferta pelo Grupo Adquirente foi de R$ 3,7 bilhões e está sujeito a ajustes previstos no contrato de compra e venda.

Seguimos com recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 12,70/ação, que traz um potencial de alta de 18,7%.


Taesa S.A. (TAEE11)
Emissão da Licença de Instalação (LI) de Sant’Ana

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM emitiu a última Licença de Instalação (LI) para a linha de transmissão LT Livramento 3 – Santa Maria 3 (C1) de 230kV e para a ampliação das subestações existentes associadas, referentes às instalações da concessão Sant’Ana Transmissora de Energia S.A. (Sant’Ana).

·        Com a obtenção desta licença, a companhia está autorizada a iniciar as obras nestas instalações.

·        Sant’Ana é um empreendimento do lote 12, do leilão de transmissão realizado em dezembro de 2018, 100% controlada pela Taesa, e apresenta uma RAP total de R$ 62,1 milhões para o ciclo 2020-2021 e um Capex ANEEL de R$ 610 milhões.

·        O empreendimento está localizado no Estado do Rio Grande do Sul, com extensão aproximadamente de 591 km de linhas de transmissão. O prazo estipulado pela ANEEL para energização de Sant’Ana é março de 2023.

Ao preço de R$ 32,40/Unit (valor de mercado de R$ 11,2 bilhões) a TAEE11 registra alta de 15,0% este ano. Suas Units fazem parte de nossa “Carteira – Dividendos” de novembro.


BRMalls (BRML3)
Aprovação de emissão de R$ 500 milhões em debêntures perpétuas simples

Ontem, o conselho de administração da BRMalls aprovou a 8ª emissão de debêntures perpétuas, simples da companhia, não conversíveis em ações, no valor total de R$ 500 milhões. A operação será realizada em série única, com esforços restritos.

  • Serão emitidas 50 mil debêntures no valor unitário de R$ 10 mil.
  • A remuneração oferecida para os papéis será composta pela Taxa DI mais um prêmio de 2,30% ao ano.
  • Os recursos obtidos com a emissão serão destinados para reforço de capital de giro e/ou alongamento de perfil de endividamento da companhia.

A companhia encerrou set/20 com dívida liquida de R$ 2,46 bilhões equivalentes a 3,9x o EBITDA ajustado de 12 meses. O custo médio da dívida era de 4,2% ao ano com prazo de 3 anos.

A BRMalls encerrou o 3T20 com lucro líquido de apenas R$ 7,8 milhões, queda de 97% em relação ao lucro de R$ 258,5 milhões no 3T19. Em 9 meses o resultado ficou negativo em R$ 493,3 milhões.


Petrobras (PETR4)
CADE aprovou a venda da Liquigás

Após o último pregão, a empresa anunciou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), aprovou a venda da Liquigás Distribuidora S/A, subsidiária integral da Petrobras, para o grupo formado pela Itaúsa S/A, Copagaz – Distribuidora de Gás S/A e Nacional Gás Butano Distribuidora Ltda.

· Para esta aprovação, o grupo comprador teve de assinar um Acordo em Controle de Concentração, visando atender às preocupações de natureza concorrencial identificadas pelo CADE;

· Esta é uma boa notícia para a Petrobras, mostrando que a finalização desta operação está bem próxima. O valor da venda é de R$ 3,7 bilhões e será pago no fechamento da transação.


CCR (CCRO3)
Emissão de debêntures

Na noite de ontem, a empresa informou que seu Conselho de Administração aprovou a décima quarta emissão de debêntures no valor de R$ 960 milhões. Serão emitidas duas séries, a primeira com vencimento em seis anos e a segunda vencendo em oito anos.

· A empresa não informou mais detalhes sobre a emissão. A CCR normalmente se financia com debêntures, sendo, portanto, é normal a gestão da dívida feita com novas emissões deste tipo de título. Ao final do 3T20, 63,7% do endividamento da empresa era constituído por debêntures.


Vale (VALE3)
Retirada de moradores próximos da Mina de Brucutu

A empresa informou ontem que obedecendo o protocolo de emergência, vai retirar nos próximos dias 34 pessoas da Zona de Autossalvamento referente à estrutura da barragem Norte/Laranjeiras (mina de Brucutu), no Município de Barão de Cocais – MG.

· Segundo a Vale, esta medida vem de acordo com o acompanhamento das condições de segurança da mina. A remoção das pessoas reflete uma atitude conservadora, dado que não ocorreram alterações relevantes na estrutura da barragem, que não recebe rejeitos;

· Medidas que coloquem em suspeição a solidez das estruturas das barragens de rejeitos da Vale, são muito negativas para a empresa, mesmo que não impactem a produção. Os dois acidentes em minas de rejeitos da empresa e sua coligada (Samarco), que ocorreram em 2015 e 2019, além de enormes prejuízos de vidas e financeiro, impactaram muito a imagem da empresa.


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