Ibovespa segue o exterior marca queda de 1,40%. A quarta-feira já inicia pesada para as bolsas internacionais

MERCADO


Bolsa
O mercado de ações segue pesado nas principais bolsas mundiais nos últimos dias, com o acúmulo de notícias negativas. Os problemas são os mesmos e nenhuma alívio ou a solução são enxergados neste momento. A política interna que deu uma acalmada nas duas últimas semanas, ontem voltou a esquentar com declaração do presidente da Câmara Rodrigo Maia, sobre o travamento da pauta de votação. Com isso, o Ibovespa recuou 1,40% no fechamento de ontem (99.606 pontos) com giro financeiro de R$ 24,5 bilhões (R$ 22,2 bilhões à vista). A safra de resultados do 3T20, já influencia a curva do mercado e deverá ganhar mais peso nesta duas próximas semanas. As bolsas internacionais mostram queda forte nesta quarta-feira com o aumento da tensão mundial em relação à nova onda de disseminação do coronavirus e os futuros de NY também pesam com a proximidade da eleição presidencial nos EUA, (03/11). Neste momento os resultados corporativos estão à margem dos fatos mais críticos no exterior. Este mal momento dos mercados pode refletir novamente de nosso lado. Hoje a agenda econômica traz a decisão sobre a Selic, sem chamar a atenção de investidores, já que há um consenso sobre a manutenção da taxa.

Câmbio
Piora no cenário global e desacordo entre a base do governo e a Câmara levam o dólar para R$ 5,6857 no fechamento e ontem (+1,26%), om maior patamar desde o pico de 20 de maio (R$ 5,6875).

Juros
O nervosismo predominante pesou também sobre os juros, após um alívio no dia anterior. O ambiente de incertezas segue deixando os ativos financeiros no sobe e desce. A taxa do contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 fechou em 3,44%, de 3,435% e para jan/27 a taxa subiu de 7,434% para 7,49%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Telefônica Brasil (VIVT4)
Lucro líquido de R$ 1,21 bilhão no 3T20 (+25,5% s/ o 3T19)

No 3T20, o Lucro Líquido foi de R$ 1,21 bilhão, crescimento de 25,5% na comparação anual em função do melhor resultado financeiro e menor despesa com impostos no trimestre. No 3T10 o lucro líquido foi de R$ 965,1 milhões. No acumulado de 9M20 o resultado foi de R$ 3,48 bilhões comparado aos R$ 3,72 bilhões nos 9M19. Os números finais da empresa mostram não houve um peso relevante da pandemia, mesmo com a queda na parte operacional.

O EBITDA do 3T20 foi de R$ 4,32 milhões, uma redução de 4,8% em relação sobre o 3T19, refletindo, ainda que em menor escala, a menor atividade comercial do período em função da pandemia do Covid-19, parcialmente compensada pela eficiência no controle de custos.

O Fluxo de Caixa Livre após pagamento de Leasing foi de R$ 3,54 bilhões no 3T20, aumento de 61,9% quando comparado ao 3T19 (R$ 1,35 bilhão).

A ação VIVT4 encerrou ontem cotada a R$ 43,49 com queda de 19,7% no ano.


Localiza (RENT3)
Um salto no lucro do 3T20

A empresa divulgou ontem, após o pregão, seu resultado do 3T20 que apresentou uma expressiva recuperação dos efeitos da crise no 2T20 e também números operacionais muito melhores que no mesmo período do ano passado. Porém, aumentos de custos levaram a perdas de margens operacionais, sendo que o lucro foi impulsionado pela redução das despesas financeiras.

· No 3T20, o lucro líquido da Localiza alcançou R$ 326 milhões (R$ 0,43 por ação), valor 262,1% acima do trimestre anterior e 59,0% maior que no 3T19;

· Comparado ao 3T19, nos números do segmento de Aluguel de Carros (RAC) houve um aumento de 3,6% no número de diárias. A frota média alugada no trimestre (139 mil carros) aumentou 5,4%. A utilização da frota deste segmento caiu de 78,6% no 3T19 para 75,9% no 3T20. A tarifa média do RAC no trimestre foi de R$ 66,80, 3,7% menor que no 3T19, mas 24,2% acima do trimestre anterior;

· A Gestão de Frotas (GTF) seguiu crescendo no 3T20. O número de diárias deste segmento no 3T20 aumentou 8,6%. A tarifa média da GTF no 3T20 foi de R$ 53,90, praticamente estável (+0,1%) com o 3T19. A frota média (61,8 mil veículos) ficou 3,3% abaixo do mesmo período do ano passado.


Cielo (CIEL3)
Lucro Líquido de R$ 100,4 milhões no 3T20 reverte prejuízo do 2T20

A Cielo registrou no 3T20 um lucro líquido de R$ 100,4 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 75,2 milhões do 2T20, mas com queda de 71,6% em relação ao lucro de R$ 352,9 milhões do 3T19. Em base trimestral, destaque para o crescimento de 29,4% do volume financeiro de transações capturado pela companhia, que resultou no incremento de 17,6% da Receita Líquida; compensado pela evolução de 6,9% dos gastos totais; a redução de 31,3% do resultado de aquisição de recebíveis, e a queda de 72,7% do resultado financeiro líquido.

O cenário continua desafiador, com aumento de competição e redução do yield de receita por mudança de mix de produtos e maior participação do débito, aliado ao aumento nas concessões de desconto de aluguéis de terminais POS neste cenário de pandemia.

Alguns destaques

A receita líquida consolidada do 3T20 subiu 2,9% quando comparada ao 3T19, para R$ 2,9 bilhões e com crescimento de 17,6% em relação ao 2T20 (R$ 2,8 bilhões), explicado pelo aumento do volume capturado devido à flexibilização nas restrições de circulação e funcionamento dos estabelecimentos no país, somado à valorização do dólar frente ao real nas receitas da controlada no exterior (Cielo USA).

Os gastos totais consolidados (custos e despesas) totalizaram R$ 2,7 bilhões no 3T20, com crescimento de 6,9% em relação aos R$ 2,5 bilhões do 2T20 e alta de 14,3% ante o 3T19 (R$ 2,4 bilhões). O EBITDA caiu 33,7% em 12 meses, mas cresceu 103,4% em base trimestral, terminando o 3T20 em R$ 480,0 milhões e margem de 16,7%.

A base ativa ao final de setembro era de 1.426 mil clientes, representando um aumento de 6,8% frente ao 2T20 (1.335 mil), refletindo a “maior produtividade da força comercial no segmento do Varejo que atingiu patamar acima do período pré-pandemia”.


Sanepar (SAPR11)
Aprovação de Debêntures Incentivadas pelo MDR e Proposta de trabalho para a 2ª Revisão Tarifária pela Agepar

A Sanepar realizou ontem (27/10) dois comunicados ao mercado que seguem descritos. As debêntures servem de instrumento de captação de longo prazo e viabilizam a execução do Plano de Investimentos da companhia. A questão da revisão tarifária é fundamental para a recuperação via tarifas dos investimentos realizados. Temos recomendação de COMPRA para SAPR11 e Preço Justo de R$ 37,00/Unit.

Debêntures Incentivadas. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) aprovou como prioritário, projetos de investimento em infraestrutura no setor de saneamento básico, apresentado pela companhia, no montante de até R$ 391,1 milhões, por meio de Debêntures Incentivadas. A realização da operação depende de aprovação pela Administração da companhia;

Proposta de trabalho para a 2ª Revisão Tarifária. A Agência Reguladora do Paraná (Agepar) aprovou em Reunião Extraordinária realizada em 21 de outubro de 2020, o planejamento e proposta de trabalho para a 2ª Revisão Tarifária Periódica do Saneamento Básico.


Porto Seguro (PSSA3)
Conselho aprova JCP de R$ 0,5596/ação. Ex-juros em 03/11

O Conselho de Administração da Porto Seguro aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio (JCP) no montante bruto de R$ 180,2 milhões, equivalente a R$ 0,55962046524 por ação, com base nas posições de ações em 30 de outubro de 2020.

A partir de 03 de novembro de 2020 as ações serão negociadas ex-juros. O retorno líquido é de 0,92%.

A data de pagamento dos juros será fixada na AGO companhia, a realizar-se até 30 de abril de 2021.

Seguimos com recomendação de COMPRA para PSSA3 e Preço Justo de R$ 65,00/ação que traz um potencial de alta de 25,8% em relação à cotação de R$ 51,68/ação.


Petrobras (PETR4)
Aquisição da P-71

Após o pregão de ontem, a empresa informou que assinou o compromisso de compra da plataforma P-71 dos seus parceiros no Consórcio MS-S-11, que são Shell Brasil Petróleo Ltda (25%) e Petrogal Brasil S/A (10%). O valor da aquisição foi de US$ 353 milhões, referente à parcela dos sócios.

· A Petrobras também se comprometeu na elaboração de um novo Plano de Desenvolvimento para o campo de Tupi, onde o FPSO P-71 seria este equipamento seria originalmente instalado, dado que agora ele será alocado no campo de Atapu. Por sua vez, a licitação da plataforma que seria utilizada em Atapu foi cancelada;

· A aquisição desta plataforma vai permitir a antecipação em um ano do primeiro óleo no campo de Atapu. Portanto, a aquisição parece positiva, mesmo sem considerar as opções de afretamento de terceiros.


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