Ibovespa cai 1,19% após ata do Federal Reserve

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa encerrou a quarta-feira com queda de 1,19% aos 100.854 pontos e giro financeiro total de R$ 28,3 bilhões (R$ 25,7 bilhões à vista).  A divulgação da ata do Fed já influenciou a B3 no final do dia. Hoje as bolsas internacionais mostram queda generalizada com a sinalização passada pelo Federal Reserve para a economia americana, em razão da pandemia. O vírus ainda não foi controlado e a economia global vai sofrer. Tudo isso acontecendo num momento em que as bolsas de NY atingem o topo com alguns estrategistas americanos vendo as ações caras neste momento. Até o final deste ano, muitos eventos importantes vão influenciar as decisões dos investidores e os mercados podem mostrar volatilidade. Hoje a agenda econômica traz em destaque dados de seguro desemprego nos EUA e nível de conforto do consumidor e na zona do euro o resultado da produção de construção. Do lado doméstico, nenhum dado importante para hoje. O petróleo mostra queda nesta manhã. Com este cenário, o Ibovespa pode sofrer mais pressão nesta quinta-feira.

Câmbio
Com o real pressionado pela moeda americana o voltou a atuar no mercado vendendo 10.000 contratos (US$ 500,0 milhões) em dinheiro novo. No fechamento o dólar marcou R$ 5,5566 contra R$ 5,4677 no dia anterior, variação de 1,63%.  Com a puxada no dólar, o Banco Central precisou atuar no mercado, com a venda de 10.000 contratos (US$ 500,0 milhões) em dinheiro novo.

Juros
A ata do Fed mexeu também com o humor do mercado de juros. No final, a taxa do DI para jan/22 subiu de 2,692% para 2,78%.  Para jan/27, a taxa passou de 6,703% para 6,85%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

C&A Modas (CEAB3)
Prejuízo líquido pro forma de R$ 181,6 milhões no 2T20 e de R$ 227,4 milhões no 1S20

A C&A registrou prejuízo líquido pro forma de R$ 181,6 milhões no 2T20, variação de R$ 210,7 milhões em relação ao lucro do 2T19. A margem líquida pro forma negativa de 61,6% foi 63,9 pp inferior. No primeiro semestre o prejuízo líquido pro forma foi de R$ 227,4 milhões com margem líquida pro forma negativa de 17,9%.  Observação: o resultado pro forma leva em conta os ajustes que consideram o impacto do IFRS16 e do registro do ganho do crédito fiscal referente à exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins no 6M19.

A pandemia pesou fortemente sobre os negócios da C&A que tem grande dependência dos shopping centers, que permaneceram fechados por grande período e que retomam as atividades ainda de maneira restrita.

No 2T20, a receita líquida totalizou R$ 294,5 milhões, (- 76,6% versus o 2T19) e a margem bruta total de 48,6% foi 0,6 pp menor principalmente pelo efeito da maior participação de fashiontronics nas vendas. No 2T20, o EBITDA ajustado pro forma foi negativo R$ 201,4 milhões. No 1S20, a C&A consumiu um caixa livre de R$ 400,8 milhões, um aumento em relação a 2019 de R$ 220,0 milhões. A C&A encerrou o 2T20 com dívida bruta total de R$ 1,2 bilhão e com uma sólida posição de caixa, com caixa líquido de R$ 53,8 milhões. A dívida total tem um prazo médio de 2,16 anos e um custo médio (all in) de CDI + 2,35%.

Ontem a ação CEAB3 encerrou cotada a R$ 10,22 com queda de 41,7% no ano.


Cosan Limited (NYSE: CZZ)
Resultado do 2T20

A Cosan Limited (CZZ) anunciou ontem (19 de agosto) seus resultados referentes ao 2T20, um lucro líquido de R$ 102 milhões, 51% inferior a igual trimestre do ano anterior, reflexo do cenário de pandemia que afetou negativamente a demanda e as vendas das companhia controladas; os preços dos produtos e o resultado operacional.

A CZZ controla a Cosan S.A. (CSAN3) com 64,4% do capital e a Cosan Log (RLOG3) com 73,4% do capital total; e cujos resultados já haviam sido reportados.

Em termos das principais linhas de resultados ressalte-se a queda de 30% da receita líquida consolidada na CZZ no 2T20 ante o 2T19 para R$ 13,6 bilhões. Nessa base de comparação o EBITDA caiu 18% somando R$ 1,9 bilhão. Em base ajustada o EBITDA registrou queda de 39% para R$ 1,2 bilhão. A alavancagem financeira elevou-se de 2,1x em jun/19 para 2,8x em jun/20.

Em julho a companhia anunciou a Reorganização Societária do grupo Cosan de modo a fortalecer a Governança. A proposta é incorporar a CZZ e a RLOG na CSAN, que continuará listada no Novo Mercado da B3 e emitirá ADRs listados na NYSE. Conforme destacado “a operação unifica a base de acionistas da companhia, combina os free-floats das três companhias, aumentando a liquidez, e consolidando a CSAN como a plataforma para desenvolvimento de novos projetos”.

Vemos como positiva esta decisão cuja completa definição e fechamento da operação, estão estimados em até 250 dias. Atentar que eventuais sinergias, embora existam, ainda não estão quantificadas.


Localiza (RENT3)
Rescisão da Cooperação de Marcas com a Hertz

Na noite de ontem, a empresa informou que rescindiu com a The Hertz Corporation e Hertz Systems, o Instrumento de Rescisão dos Contratos de Cooperação de Marcas (e de Encaminhamento de Clientes.
• Não acreditamos que a Localiza terá uma perda importante com esta rescisão de acordos com a Hertz, dado que a empresa tem uma marca forte no Brasil. Porém, algum prejuízo pode ocorrer nos negócios no exterior, uma vez que os clientes nacionais da Localiza podiam usar a estrutura da Hertz fora do país dentro do acordo rescindido;
• Em setembro de 2017, a Localiza adquiriu as operações no Brasil e realizou acordos de uso conjunto das marcas no país e exterior. Os clientes da Localiza também poderiam ser atendidos globalmente em lojas da Hertz, o que se somaria à troca de tecnologias entre as duas empresas e intercâmbio de executivos. A Localiza pagou na época R$ 360 milhões e assumiu os negócios da Hertz no Brasil, que incluíam uma frota total de 8,4 carros e uma rede de 44 agências próprias.



Petrobras Distribuidora (BRDT3)
Venda da controlada Stratura Asfaltos

Pouco antes do início do pregão de ontem, a empresa informou que fechou a operação de venda da sua controlada Stratura Asfaltos S/A para a Bitumina do Brasil Participações Ltda, por um valor que pode chegar a R$ 100 milhões.
• A Petrobras (BR) Distribuidora já recebeu R$ 4 milhões no fechamento da operação, sendo que o valor restante será pago de acordo com um mecanismo de desempenho da empresa (“earn-out”) e a recuperação de créditos tributários. A transação também envolve o pagamento de mútuo no valor de aproximadamente R$ 147 milhões;
• Acreditamos que é uma boa notícia a venda desta empresa, já que não pertencia ao foco dos negócios que a BR quer atualmente.


Petrobras (PETR4)
Renegociação de pagamento com a Petros

Minutos antes do começo do último pregão, a empresa informou que renegociou a postergação de um pagamento com valor de R$ 2,05 bilhões com a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros). Isso ocorreu devido à orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST/ME), como forma de preservação do caixa da Petrobras. O pagamento agora será realizado semestralmente nos próximos 20 anos.

· Esta notícia é positiva para a Petrobras, porque “alivia” o caixa em um momento de crise como o atual;

· Em maio/20, a Petrobras assinou com a SEST um Novo Plano de Equacionamento de Déficit (Novo PED) dos planos Petros. A insuficiência de recursos dos planos abrangidos pelo Novo PED era de R$ 33,7 bilhões ao final de 2019. Deste valor, a Petrobras terá responsabilidade por R$ 13,6 bilhões. Neste Novo PED foi estabelecido que a Petrobras pagará sua parte por meio de contribuições ao longo da vida dos planos (91% do total em 25 anos).


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