MERCADO
Bolsa
O Ibovespa encerrou a sexta-feira com ganho de 0,89% aos 101.353 pontos e giro financeiro de R$ 28,3 bilhões (R$ 25,2 bilhões no à vista). Na semana a bolsa caiu 1,38%. Com grande parte da safra de resultados já divulgada, o mercado deverá ficar mais atento à pauta política que tem com maior desafio, nos próximos meses, a tentativa de equalização do grande rombo causado pelo coronavírus. A semana abre com agenda fraca, sem indicadores importantes, em destaque, apenas o Boletim Focus e o vencimento de opções sobre ações, mas a partir de amanhã os indicadores domésticos e do lado externo, podem impactar o mercado. O petróleo abre a semana com pequena baixa e as bolsas internacionais mostram comportamento misto, sem oscilações relevantes. O mercado segue atento ao assunto “teto de gastos” sem um acordo ainda para o assunto e do lado externo, a tensão entre Estados Unidos e China, não atem afetado as bolsas, mas segue trazendo novas decisões do presidente Trump que devem ser consideradas como risco aos mercados, como o aumento da pressão sobre empresas chinesas que atuam no país e uma postura dura contra a repressão de Pequim à liberdade política e de imprensa em Hong Kong.
Câmbio
A semana passada foi de volatilidade nos principais ativos, mas o dólar fechou cotado a R$ 5,4229 de R$ 5,3692 no dia anterior, alta de 1,00%;
Juros
Os juros futuros tiveram uma sexta-feira sem oscilações importantes, com o mercado acompanhando o desenrolar das mudanças no ministério da economia na semana passada e preocupações quanto à continuidade de Paulo Guedes à frente do ministério. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 passou de 2,813% para 2,80%, e para jan/27 caiu de 6,853% para 6,83%.
ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS
Direcional Engenharia (DIRR3)
Lucro líquido de R$ 33,9 milhões no 2T20 (+30,9% s/ o 2T19)
No 2T20 a empresa lançou 06 empreendimentos/etapas que totalizaram VGV de R$ 351 milhões (R$ 296 milhões % Direcional), crescimento de 151% em relação ao 2T19. A empresa registrou bom resultado de vendas nos dois períodos comparativos, com a velocidade de vendas, no 2T20, medida pelo indicador VSO (Vendas Líquidas sobre Oferta), atingindo 16%.
A Direcional mostrou um bom resultado líquido no 2T20, somando R$ 33,9 milhões contra R$ 26,0 milhões no 2T19. No acumulado do ano, o resultado totalizou R$ 43,9 milhões, queda de 5,1% em relação ao 1S19.
O saldo bruto de Empréstimos e Financiamentos encerrou o trimestre em R$ 881 milhões, 4% inferior ao trimestre anterior e 1% superior em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa tem vencimentos de R$ 235 milhões até dez/20. O prazo médio ponderado de vencimento da dívida no fechamento do 2T20 foi de 36 meses.
A dívida líquida ficou em R$ 32,9 milhões no final de junho, com baixo índice de alavancagem medido pela Dívida Líquida Ajustada² em relação ao Patrimônio Líquido, que encerrou o 2T20 em 2,3% um dos menores do setor.
A Direcional encerrou o 2T20 somando R$ 80 milhões em Geração de Caixa, representando 6% do Patrimônio Líquido da Direcional. No acumulado do ano, a Geração de Caixa totalizou R$ 69 milhões.
Na sexta-feira a ação DIRR3 encerrou cotada a R$ 15,3 com alta de 0,2% no ano.
Centauro (CNTO3)
A companhia comunicou que o CADE aprovou a compra das operações da Nike do Brasil
Na sexta-feira a Centauro divulgou fato relevante informando que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição das quotas da Nike do Brasil por parte da empresa.
A transação, avaliada em cerca de R$ 900 milhões, foi anunciada pelas empresas em fevereiro deste ano.
A Centauro se tornará a distribuidora exclusiva de produtos Nike no território brasileiro, incluindo vestuário, calçados, acessórios e equipamentos, além de operar diretamente o canal de vendas eletrônico da marca no País, por um período inicial de dez anos.
O grupo se tornará também a varejista exclusiva de lojas físicas Nike, responsabilizando-se pela comercialização de produtos ao consumidor final através de lojas monobrand Nike, podendo abrir e operar lojas Nike no território brasileiro, pelo período inicial de cinco anos.
Na sexta-feira a ação CNTO3 encerrou cotada a R$ 29,24 com desvalorização de 16,9% no ano.
Cesp (CESP6)
12ª emissão de debêntures no montante de R$ 1,5 bilhão
O Conselho de Administração da companhia aprovou em reunião realizada dia 12 de agosto de 2020, a 12ª Emissão Pública de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, da Espécie Quirografária, no montante de R$ 1,5 bilhão.
As Debêntures possuem as seguintes principais características:
· Vencimento em 10 anos contados da data de emissão, ou seja, 15 de agosto de 2030, ressalvadas as hipóteses de resgate antecipado e vencimento antecipado previstas na Escritura de Emissão;
· Amortização em 3 parcelas anuais e consecutivas, em 2028, 2029 e 2030;
· Atualização monetária pela variação acumulada do IPCA; e
· Juros remuneratórios sobre o Valor Nominal Unitário correspondente a 4,30% ao ano, base 252 dias úteis, pagos nos meses de fevereiro e agosto de cada ano.
Banco do Brasil (BBAS3)
Novo presidente do BB
O Banco do Brasil comunica que, após comunicação formal, via Ofício do Ministério da Economia, em 14 de agosto, iniciou-se no âmbito do BB os procedimentos de governança necessários à confirmação da elegibilidade do Sr. André Guilherme Brandão para assumir o cargo de presidente do banco.
No dia 24 de julho o Sr. Rubem de Freitas Novaes entregou pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de agosto, vendo a necessidade de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário.
Enauta (ENAT3)
Venda do campo de Manati
Durante o final de semana, a empresa informou que vendeu sua participação de 45% no Campo de Manati para a Gas Bridge S/A. O valor da operação é de R$ 560 milhões, incluindo o fundo de abandono, caso sejam superadas determinadas condições contratuais. Este valor é equivale a 18,4% do valor de mercado da Enauta no último pregão.
· É importante destacar que o fluxo de caixa do Campo de Manati permanecerá com a Enauta até o final de 2020;
· A Enauta estimou que a conclusão da negociação vai ocorrer até 31 de dezembro de 2021;
· Vemos esta venda como positiva, considerando que o campo está próximo da sua exaustão e a Petrobras também vai vender sua participação.
CCR (CCRO3)
Contínua melhoria nos dados de tráfego
Após o último pregão, a empresa divulgou seus dados operacionais dos sete dias encerrados no dia 13 (quinta-feira passada), mostrando melhora no tráfego rodoviário e nos Aeroportos, mas nos Mobilidade houve uma pequena piora.
· O tráfego nas concessões rodoviárias da CCR (sem a ViaSul) entre os dias 7 e 13 de agosto, comparado ao mesmo período de 2019, mostrou queda de 5,4% no total, com diminuição de 17,6% na movimentação dos veículos de passeio, mas aumento de 4,8% nos comerciais. Estes números continuam melhorando, sendo que na semana a queda no tráfego total foi de 6,3%;
· Em mobilidade, ocorreu uma redução de 58,3% na movimentação de passageiros entre 7 a 13 de agosto, enquanto no período anterior houve queda de 58,1%. Em aeroportos, o número foi negativo nesta semana em 85,2%, melhor que os 86,6% do período imediatamente anterior.
Petrobras (PETR4)
Venda de campos terrestres
Na noite da última sexta-feira, a empresa informou que assinou o contrato para venda de 100% de sua participação no Polo Fazenda Belém com a SPE Fazenda Belém S/A.
· O valor total da venda é de US$ 35,2 milhões, sendo US$ 8,8 milhões pagos na assinatura do contrato, US$ 16,4 milhões no fechamento da transação e mais US$ 10 milhões em doze meses após o fechamento da transação;
· Vemos como positiva esta venda, mesmo sendo uma operação pequena.
Sabesp (SBSP3)
Prorrogada a isenção das contas nas categorias, Residencial Social e Favela
A Sabesp informou, em continuidade aos Fatos Relevantes divulgados em 19 de março, 09 de abril, 03 de junho e 01 de julho de 2020, que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP) publicou a Deliberação nº 1.038 prorrogando a isenção do pagamento das contas de água/esgoto, vincendas de agosto, dos consumidores das categorias de uso Residencial Social e Residencial Favela.
Cemig (CMIG4)
Lucro Líquido de R$ 1,0 bilhão no 2T20
A Cemig registrou no 2T20 um lucro líquido de R$ 1,0 bilhão, com redução de 51% em relação ao lucro de R$ 2,1 bilhões de igual trimestre do ano anterior, explicado pela queda de receita, estabilidade do EBITDA e a remensuração do investimento na Light.
Receita de fornecimento de energia no 2T20 ante o 2T19 apresentou queda em função dos efeitos da pandemia, sendo de -8,5% na Cemig Geração e Transmissão (Cemig GT) e -5,6% na Cemig Distribuição (Cemig D).
Queda de 6% na energia distribuída pela Cemig D no 2T20 x 2T19, refletindo principalmente a queda de 8,0% no mercado cativo. Outro impacto da pandemia foi o aumento de R$ 57 milhões na inadimplência da Cemig D, sendo que o montante provisionado foi de R$ 102 milhões no 2T20.
A Receita Líquida apresentou queda de 15,4% no 2T20 para R$ 5,9 bilhões. Destaque para a redução de 8,3% em relação ao 2T19 dos custos, na linha de PMSO (excluído PDV). O EBITDA manteve-se praticamente estável, com leve queda de 0,2% para R$ 1,8 bilhão. Em base ajustada o EBITDA caiu 11,3% para R$ 941 milhões.
Iochpe-Maxion (MYPK3)
Consolidação de operações nos EUA
A Iochpe-Maxion S.A. informou ao mercado e acionistas a sua decisão de consolidar suas operações de fabricação de rodas de aço na América do Norte de três plantas para duas. Segundo a empresa, a recente desaceleração cíclica do mercado norte americano, juntamente com a constante demanda por maior produtividade, está impulsionando a necessidade de reestruturar a presença da Companhia na América do Norte.
A consolidação inclui o fechamento, até o final do ano, da fábrica de rodas de aço para veículos comerciais da Maxion Wheels em Akron, Ohio, nos Estados Unidos. A produção de rodas de aço permanecerá em San Luis Potosi, no México, e em Sedalia, Estados Unidos.
A empresa registrou um prejuízo expressivo de R$ 352,4 milhões no 2T20 e no acumulado do semestre, a perda foi de R$ 343,2 milhões. O 2T20, foi marcado pela forte queda na receita líquida (56,1% s/ o 2T19) e pela margem bruta negativa de 11,3%
No final de junho o endividamento líquido era de R$ 3,64 bilhões (R$ 2,64 bilhões no 2T19). A alavancagem financeira (endividamento líquido / EBITDA ajustado dos últimos 12 meses) representou 5,8x ao final do 2T20. A empresa comunicou a renegociação, ainda no 2T20, dos covenants financeiros.
A ação MYPK3 encerrou a sexta-feira cotada a R$ 12,58 com queda de 43,8 no ano.
Valor de mercado: R$ 1,92 bilhão.
Cotação/VPA = 0,51x.
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