Ibovespa encerra o dia em baixa de 0,06%

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa encerrou a quarta-feira com baixa de 0,06% aos 102.117 pontos, com giro financeiro de R$ 57,3 bilhões (R$ 28,5 bilhões no à vista). O volume total reflete o vencimento de opções sobre o índice. O mercado segue atento aos fatos políticos recentes, gerando movimentação do lado do governo para amenizar a situação. No exterior as bolsas de NY seguem mostrando vigor, também acompanhando os desdobramentos na política dos EUA e o relacionamento com a China.  Hoje a agenda econômica vem carregada de dados com destaque para índices de preços, novos pedidos de seguros desemprego e nível de conforto do consumidor. O presidente Trump afirma que a economia americana vai sair mais fortalecida desta crise. As bolsas na zona do euro operavam em baixa nesta manhã e o petróleo também mostrava queda nas cotações do Brent e WTI. Hoje temos diversos comentários sobre resultados corporativos do 2T20, que podem mexer com os papéis.

Câmbio
Ontem a moeda americana voltou a subir R$ 5,2820 para R$ 5,4329 (+0,85%).

Juros
Ontem o mercado de juros futuros seguiu refletindo a percepção de piora no quadro fiscal. A A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 encerrou em 2,77%, de 2,682% no dia anterior e para jan/27 a taxa passou de avançou de 6,543% para 6,71%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Via Varejo (VVAR3)
Lucro líquido de R$ 65 milhões no 2T20 contra prejuízo de R$ 162 milhões no 2T19

A Via Varejo mostrou uma reversão expressiva no resultado final do 2T20 e no acumulado do semestre. As medidas adotadas pela nova administração e a transformação observada na empresa trouxeram resultados bastante positivos já no 1S20. Acreditamos que este processo continuará gerando bons resultados para a companhia com foco no digital e alcance de sua base de clientes.  Temos recomendação de COMRPA para a ação com preço justo de R$ 21,15 o que representa uma valorização potencial de 16,5% em relação ao fechamento de ontem (R$ 18,16).

Crescimento no e-commerce – A Via Varejo concentrou esforços nas vendas online com sucesso e resultados expressivos. No final do 2T20, 70% de suas vendas eram pelo canal online.

Follow On – A companhia captou recursos através de uma oferta de ações totalizando R$ 4,4 bilhões, recursos que serão destinados à Tecnologia e à Logística (1/3), melhora da estrutura de capital e eficiência do capital de giro (2/3).

Ganho de market share – Segundo a companhia houve ganho de participação de mercado no 2T20. O 1P apresentou crescimento extraordinário de 311% em comparação com o 2T19 e o 3P apresentou evolução de 180% no 2T20.

A receita bruta consolidada foi de R$ 6,5 bilhões, 7,8% inferior ao 2T19. Desta receita,  as venda online representaram 66,0%. No acumulado do 1S20, as vendas online responderam por 43,0% do total, contra 15,9% no mesmo período de 2019.

O lucro bruto consolidado somou R$ 1,9 bilhão, representando uma margem bruta de 35,3% e crescimento de 10,8% no período.

O EBITDA ajustado atingiu R$ 555 milhões e a margem EBITDA foi de 10,5%, com aumento de 4,2p.p. em relação ao 2T19.

No período, o lucro líquido atingiu R$ 65 milhões, revertendo prejuízo do 2T19 no montante de R$ 162 milhões.

Ontem a ação VVAR3 encerrou o dia cotada a R$ 18,16 com valorização acumulada de 62,6% no ano.  Valor de mercado: R$ 29,0 bilhões.


Marfrig (MRFG3)
Excelência Operacional traduzida em melhor resultado histórico com lucro líquido de R$ 1,6 bilhão e fluxo de caixa livre de R$3,3 bilhões

A Marfrig Global Foods registrou no 2T20 um lucro de R$ 1,6 bilhão que se compara ao lucro de R$ 87 milhões do 2T19. Em base ajustada, reportou um lucro líquido de de R$ 32 milhões.

Em adição, se desconsiderado o efeito da variação cambial de R$ 632 milhões no trimestre, o resultado ajustado seria um lucro líquido de R$ 664 milhões, explicado pela melhora do resultado operacional que compensou a piora do resultado financeiro.

Em base consolidada a Receita Líquida cresceu 54% para R$ 18,9 bilhões pelo incremento de 68% nas receitas de exportações, via operação na América do Sul (Brasil, Argentina, Uruguai e Chile) e o excelente resultado da operação na América do Norte (National Beef). O EBITDA consolidado ajustado cresceu 266% para R$ 4,1 bilhões e a margem EBITDA ajustada aumentou de 9,1% no 2T19 para 21,5% no 2T20.

Destaques

América do Norte. A operação da América do Norte teve seu melhor trimestre histórico, com recorde de receita líquida, EBITDA e margem. A receita liquida foi de US$ 2.678 milhões, EBITDAaj de US$ 635 milhões e margem foi de 23,7%.

América do Sul. A operação da América do Sul também teve seu melhor trimestre histórico, atingindo a margem EBITDAaj de 13,9%, receita líquida de R$ 4.402 milhões e EBITDAaj de R$ 613 milhões.

Ações de Liability Management. No trimestre o “Bridge Loan” de US$ 500 milhões foi alongado para um “Term Loan” de 3 anos. Adicionalmente fizemos, em julho, a emissão de um CRA de R$ 250 milhões ao custo de CDI + 2,2%a.a..

Parcerias e Inovações. A parceria entre Marfrig e Archer-Daniels-Midland Company “ADM” avançou para a criação da PlantPlus Foods, joint venture que combinará a capacidade de inovação, excelência operacional e escala global das duas companhias para a produção e comercialização de produtos de base vegetal por meio dos canais de varejo e food service, nos mercados da América do Sul e América do Norte.


Taesa (TAEE11)
Lucro Líquido (IFRS) de R$ 438 milhões no 2T20

A Taesa registrou no 2T20 um lucro líquido (IFRS) de R$ 438 milhões, com crescimento de 42% em relação aos R$ 397 milhões do 2T19, reflexo (i) do crescimento da margem de implementação de infraestrutura em razão dos maiores investimentos nos empreendimentos em construção; (ii) Redução nas despesas financeiras líquidas, resultado principalmente da deflação acumulada do IPCA registrada no trimestre; (iii) Consolidação dos resultados das aquisições recentes de São João, São Pedro, Lagoa Nova, dos 3 lotes do leilão da Eletrobras (Brasnorte, Transmineiras e ETAU), da conclusão dos reforços da Novatrans, e da entrada em operação das concessões de Miracema e Mariana.

Do lado negativo a redução na correção monetária em função dos menores índices macroeconômicos registrados entre os períodos comparados; e b. Maiores custos e despesas operacionais, ex-implementação, em função principalmente do início das operações das novas concessões, reajuste pela inflação e alguns eventos não recorrentes.

Destaques

Com base nas demonstrações financeiras intermediárias de 30 de junho de 2020, o Conselho de Administração da companhia aprovou a distribuição de (i) R$ 220,5 milhões (R$ 0,64018294146 / Unit) a título de dividendos intercalares, e (ii) R$ 58,8 milhões (R$ 0,17057885955 / Unit) a título de juros sobre capital próprio (JCP), totalizando R$ 279,3 milhões (R$ 0,81076180101 / Unit). O pagamento ocorrerá no dia 26 de agosto de 2020, a partir da data-base de 17 de agosto de 2020. O retorno liquido é de 2,7%


BRF (BRFS3)
Lucro Liquido de R$ 397 milhões no 2T20

A companhia registrou no 2T20 um lucro líquido de R$ 307 milhões que se compara ao lucro de R$ 325 milhões do 2T19. Com base nas operações continuadas da companhia, o lucro manteve-se em R$ 307 milhões, 60,8% acima dos R$ 191 milhões de igual trimestre do ano anterior.

Um resultado construído a partir do crescimento de 9,2% da receita liquida (sendo+10,0% em preço médio que compensou a redução de 0,7% em volumes. O lucro bruto registrou queda de 5,4% e o EBITDA ajustado caiu 33,3% para R$ 1,0 bilhão.

Ao preço de R$ 22,70/ação (valor de mercado de R$ 18,4 bilhões) a ação BRFS3 registra queda de 35,5% este ano. O preço justo de mercado aponta para R$ 30,00/ação, equivalente a um potencial de alta de 32,2%.


Eletrobras (ELET3, ELET6)
Lucro líquido no 2T20 de R$ 4,6 bilhões, 17% abaixo do 2T19

A Eletrobras registrou no 2T20 um lucro líquido de R$ 4,6 bilhões, 17% inferior aos R$ 5,6 bilhões do 2T19. O Lucro líquido de Operações Continuadas foi de R$ 4,6 milhões no 2T20, bem superior ao de R$301 milhões no 2T19 (o lucro do 2T19 é composto pelo Lucro Líquido das operações continuadas de R$ 301 milhões e pelo Lucro Líquido da operação descontinuada – distribuição – de R$ 5,3 bilhões).

Receita Operacional Líquida passou de R$ 6,6 bilhões no 2T19 para R$ 11,1 bilhões no 2T20, com crescimento de 68%. O Ebtida IFRS, no valor de R$ 1m3 bilhão no 2T19, subiu para R$ 7,8 bilhões no 2T20.

A Receita Operacional Líquida recorrente apresentou uma redução de 13%, passando de R$ 6,4 bilhões no 2T19 para R$ 5,6 bilhões no 2T20, influenciada pelo término de contratos em Furnas e Eletronorte, no ambiente regulado, bem como pela antecipação do desconto da Parcela de Ajuste da receita de transmissão de R$ 218 milhões, medida adotada pela Aneel para mitigar os efeitos da pandemia no setor e pela amortização de Receita de RBSE.

O Ebtida recorrente apresentou redução de 19%, de R$ 3,0 bilhões no 2T19 para R$ 2,4 bilhões no 2T20.


Notre Dame Intermédica (GNDI3) –
Aquisição da Bio Saúde (SP) por R$ 79 milhões

A Notre Dame Intermédica vem num ritmo forte de aquisições nos últimos trimestres. Ontem foi anunciada mais uma compra, fechando negócio com a Bio Saúde Serviços Médicos (SP) pelo valor de R$ 79 milhões (pago à vista em dinheiro no fechamento da transação), para a compra de 100% do capital da empresa, que atua principalmente na cidade de São Paulo.

Segundo a Notre Dame, a Bio Saúde tem uma carteira de 100 mil beneficiários em todo o Estado de São Paulo, principalmente na capital, e mais de 70% estão na categoria corporate/PME.

Em 2019, a companhia faturou R$ 103 milhões, com sinistralidade caixa de 85,2%.

A Notre Dame prevê sinergias operacionais e administrativas relevantes com as operações na região metropolitana de São Paulo.


Ultrapar (UGPA3)
Lucro líquido caiu 62,2% no 2T20

Após o pregão, a empresa divulgou seus resultados do 2T20, que mostraram expressivas reduções nas vendas, receita e EBITDA da Ipiranga, principal empresa do grupo, que refletiu nos números consolidados. Por outro lado, Ultragaz, Oxiteno e Ultracargo tiveram bons resultados.

· No 2T20, o lucro líquido da Ultrapar foi de R$ 41 milhões (R$ 0,04 por ação), 74,5% menor que no trimestre anterior e 62,2% abaixo do 2T19;

· A Ipiranga sofreu bastante com as medidas de distanciamento social, cujo momento de maior intensidade foi no segundo trimestre. No 2T20, sempre comparando ao mesmo trimestre do ano passado, a Ipiranga teve uma redução nas vendas de 17,5%, com quedas de 28,0% nos combustíveis do ciclo Otto (gasolina, etanol e GNV) e 7,4% no volume de diesel. Com isso, a margem bruta caiu 1,8 ponto percentual para 2,6%, levando a uma queda de 65,0% no EBITDA, que foi de apenas R$ 179 milhões;

· A Ultragaz apresentou no 2T20 aumentos no volume vendido e do EBITDA. As vendas no 2T20 cresceram 2,6%, com incrementos de 8,3% nos volumes de GLP envasado, que compensou a redução de 9,1% no granel. Mesmo com a redução de preços no período, que levou a queda de 2,8% na receita, a contenção de custos e despesas permitiu um aumento de 68,9% no EBITDA (ganho de 5,1 pp na margem), que atingiu R$ 206 milhões.


Tupy (TUPY3)
Forte queda nas vendas leva a um grande prejuízo no 2T20

Na noite de noite de ontem, a empresa apresentou seus resultados do 2T20 com uma fortíssima queda nas vendas, o que levou a lucro bruto e EBITDA negativos.

· No 2T20, o prejuízo líquido da Tupy foi de R$ 83 milhões (R$ 0,57 por ação), contra um resultado positivos de R$ 59 milhões no mesmo trimestre do ano passado e 60,1% menor que o resultado negativo do 1T20;

· As vendas em toneladas da Tupy no 2T20, sempre comparando ao 2T19, caíram 24,2%, com quedas acentuadas em todas as linhas de produtos e mercados. No segmento de Transporte, Infraestrutura e Agricultura, as vendas caíram forte no mercado interno (-71,0%) e no externo (-58,6%). Em hidráulica, as reduções foram de 47,4% no Brasil e 66,0% nas exportações;

· Ao final do 2T20, a dívida líquida da Tupy era de R$ 1.383 milhões, 50,1% acima do 2T19 e 11,6% maior que no trimestre anterior. A relação dívida líquida/EBITDA no 2T20 era de 2,6x, vindo de 1,7% no trimestre anterior e 1,3x no 2T19.


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