Ibovespa encerra a sexta-feira em baixa

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa encerrou a sexta-feira com queda de 1,30% aos 102.776 pontos e giro financeiro de R$ 29,3 bilhões (R$ 26,5 bilhões no à vista). Os investidores mantiveram cautela aguardando o final de semana, considerando os diversos assuntos que poderiam piorar as expectativas para esta semana. O mercado ficou no aguardo do pacote fiscal nos EUA, que não aconteceu como previsto. No sábado, Trump assinou quatro medidas para manter alguma assistência, incluindo benefícios de desemprego, um diferimento temporário do imposto sobre a folha de pagamento, proteção contra despejo, etc. A tensão entre EUA e China, segue com novos capítulos voltando a ter Hong Kong no centro da discussão com retaliações dos dois lados. No Brasil, a pauta política segue sem avanços importantes. Destaque para a intenção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia de engavetar o projeto de lei que estabelece teto de juros para cartão de crédito e cheque especial, aprovado ontem à noite pelo Senado. A agenda de hoje traz além do Boletim Focus, a 1ª prévia do IGPM de agosto e o IPC-S. No exterior, nenhum indicador importante para hoje. As bolsas internacionais operam em alta nesta manhã e o petróleo também abre a semana com as cotações em alta (Brent e WTI). Com muitos assuntos difíceis no radar, a semana pode ser de atenção para os investidores. No dia 05/08 houve ingresso de R$ 1,15 bilhão de estrangeiros na B3.

Câmbio
A moeda americana voltou a subir com preocupações do lado externo, após a frustração nas negociações para o pacote fiscal nos EUA. De R$ 5,3324 para R$ 5,4383 com alta de 1,99%

Juros
O mercado de juros futuros registrou alta nas taxas no fechamento da sexta-feira com o atenção a fatores políticos e à dívida do governo. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/22 fechou em 2,65%, de 2,572% na quinta-feira e para jan/27 a taxa passou de   6,203% para 6,35%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Sanepar (SAPR11)
Lucro Líquido de R$ 284 milhões no 2T20

A Sanepar registrou no 2T20 um lucro líquido de R$ 284 milhões, com crescimento de 22% ante o 2T19, impactado principalmente pelo crescimento da receita líquida de 4,6% e pela redução de 1,7% dos custos e despesas operacionais. O lucro veio acima dos R$ 225 milhões que esperávamos basicamente explicado por melhora do resultado operacional medido pelo EBITDA que alcançou R$ 472 milhões (ante nossa expectativa de R$ 425 milhões). A receita líquida de R$ 1.150 milhões veio em linha com R$ 1.145 milhões que estimávamos.

A receita operacional bruta cresceu 4,5%, passando de R$ 1,2 bilhão no 2T19 para R$1,23 bilhão no 2T20, explicado pelo Reajuste Tarifário Anual – IRT de 8,37%, que começou a vigorar em 24/05/2019, do Reestabelecimento do Reajuste Tarifário Anual – IRT, no percentual de 3,76%, a partir de 11/11/2019, da ampliação dos serviços de água e esgoto e do aumento no número de ligações.

Os custos e despesas operacionais no 2T20 tiveram uma redução de 1,7% em relação ao 2T19. Nesse contexto o resultado operacional cresceu 20,2% para R$ 382,7 milhões.

O resultado financeiro veio melhor, passando de R$ 44,6 milhões negativos no 2T19 para R$ 31,7 milhões negativos no 2T20, reflexo da redução das despesas financeiras, principalmente em despesas com variações monetárias de empréstimos e financiamentos.

O EBITDA no 2T20, que representa o resultado operacional da companhia, foi de R$ 472,1 milhões, contra R$ 402,2 milhões no 2T19. A margem EBITDA passou de 36,6% para 41,1%. Esse desempenho ocorreu pelo crescimento de 4,6% da receita líquida e pela redução de 2,7% dos custos e despesas.


M Dias Branco (MDIA3)
Bom resultado do 2T20 em linha com o esperado

A M Dias Branco registrou no 2T20 um lucro líquido de R$ 152 milhões, com crescimento de 51% em relação ao 2T19 (R$ 101 milhões) mostrando crescimento de volumes, melhora do resultado operacional e recuperação das margens. Nesta base de comparação o volume de vendas total cresceu 19,0%, que, aliado a alta de 2,7% nos preços médios, resultou no crescimento de 22,2% da receita líquida. Em relação ao trimestre anterior o lucro líquido cresceu 11%.

Os custos evoluíram 26,2% entre o 2T19 e o 2T20, em percentual acima do crescimento da receita. Do lado positivo, maior diluição dos custos fixos em função do aumento de 20,8% nos volumes produzidos e do aumento da verticalização de farinha. Do lado negativo, aumento de 12,1% no custo médio do trigo; o incremento de 59,3% no custo médio do óleo vegetal consumido; e o aumento de 15,0% no custo médio do açúcar consumido. Com isso o Lucro Bruto cresceu 16,0% para R$ 620 milhões com redução da margem bruta de 34,7% no 2T19 para 32,9% no 2T20.

Já as despesas operacionais registraram alta de 11,5% entre os trimestres comparáveis, com queda de 2,3pp na representatividade das despesas sobre a receita líquida (de 26,5% no 2T19 para 24,2% no 2T20), resultado da maior diluição das despesas fixas pelo aumento de volume; e de redução das despesas com pessoal, marketing e tributos. Esses aspectos (custos e despesas), no seu conjunto, resultaram no crescimento de 23,5% do EBITDA para R$ 226 milhões no 2T20 e estabilidade da margem que passou de 11,8% no 2T19 para 12,0% no 2T20.

Em base trimestral o EBITDA veio em linha, com redução de margem EBITDA de 14,0% no 1T20 para 12,0% no 2T20 por conta da maior pressão dos custos.

Ao final do semestre a dívida líquida era de R$ 333 milhões e redução de 47% ante R$ 627 milhões de junho de 2019. Nesta base de comparação a alavancagem caiu de 0,8x para 0,4x. O caixa da companhia somava R$ 1,4 bilhão em jun/20.


MDIA3 (ABCB4)
Aumento de capital com utilização de JCP

O Conselho de Administração do banco aprovou em 7 de agosto de 2020, o aumento do capital social dentro do limite autorizado da companhia, no valor de até R$ 28,8 milhões, mediante emissão de até 2.531.810 novas ações, com a utilização de crédito dos juros sobre capital próprio (JCP) deliberados nesta data ou em moeda corrente nacional.

O pagamento de Juros sobre Capital Próprio referente aos 1º e 2º trimestres de 2020: 23/09/2020 (valor bruto por ação: R$ 0,158672758), equivalente a um retorno líquido de 0,96%.

A emissão será feita através de subscrição particular, de acordo com os seguintes termos e condições:

1.     Os acionistas poderão exercer o direito de preferência na subscrição de ações na proporção de 1,186068016% sobre a posição acionária que possuírem em 12/08/2020, inclusive, no prazo que se inicia em 13/08/2020 e termina em 14/09/2020;

2.     A data base da posição acionária que será considerada para o pagamento do JCP (dia 12/08/2020) será a mesma data base que será considerada para o direito de preferência na subscrição (dia 12/08/2020);

3.     As ações adquiridas a partir de 13/08/2020, inclusive, não farão jus ao direito de preferência (negociação ex-subscrição);

4.      O preço de emissão por ação (ordinária e preferencial) é de R$ 11,371334773 fixado com base na média ponderada das cotações das ações preferenciais negociadas nos últimos 10 pregões, do dia 24 de julho de 2020 ao dia 06 de agosto de 2020, com aplicação de deságio de 20%.


Copel (CPLE6)
Copel GeT revê cronograma de obras e reduz R$ 234,5 milhões em investimentos

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) informou na sexta-feira (7/ago) que o conselho de administração aprovou a revisão do Orçamento Anual de Investimento da Copel Geração e Transmissão (Copel GeT).

Sobre o orçamento previsto para o ano, de R$ 865,2 milhões, foram cortados investimentos da ordem de R$ 234,5 milhões, resultando em um total de R$ 630,7 milhões para 2020. Segundo a Copel, “a redução é decorrente da revisão do cronograma de obras em razão dos efeitos da pandemia e iniciativas de remanejamento de aportes e renegociação de contratos”. No consolidado do Grupo Copel, que inclui, além da Copel GeT, as empresas de distribuição, telecomunicações, comercialização e holding, vai investir no ano R$ 1,85 bilhão.


Setor de Shopping Centers
Empresas anunciam reabertura de shoppings

Na sexta-feira, as administradoras de shopping centers Multiplan e Iguatemi anunciaram a reabertura de seus respectivos centros comerciais, nas cidades de Ribeirão Preto (SP) e Porto Alegre (RS).

Ainda que de maneira restrita, a notícia ó positiva para as empresas do setor, que já vêm recuperando o faturamento com a retomada gradual de seus estabelecimentos. O uso das vendas online tem tido papel fundamentalmente para reduzir as perdas das companhias.

Na sexta-feira a ação MULT3 encerrou cotada a R$ 22,80 com queda de 30,8% no ano e a IGTA3 cotada a R$ 35,85 com desvalorização de 31,6% no ano.


Oi (OIBR3 e OIBR4)
Telefônica Brasil, Tim e Claro confirmam exclusividade para negociar ativos móveis da Oi

As três companhias Telefônica Brasil, Tim e Claro divulgaram fatos relevantes na sexta-feira, confirmando acordo de exclusividade com a Oi para negociar a aquisição da Oi Móvel.

O Acordo tem vigência inicial até o dia 11 de agosto de 2020 e será renovado automaticamente por períodos iguais e sucessivos, salvo se houver manifestação em contrário por qualquer das partes.

Na sexta-feira as ações tiveram o seguinte desempenho:

  • VIVT4 – R$ 50,61 (- 1,5%)
  • TIMP3 – R$ 15,42 (+1,4%)
  • OIBR3 – R$ 1,56 (estável)
  • OIBR4 – R$ 2,45 (+1,2%)

CCR (CCRO3)
Forte avanço nos dados de tráfego

Na noite da última sexta-feira, a empresa divulgou seus dados operacionais atualizados até o dia 6/agosto (quinta-feira). Os números mostraram avanços expressivos na retomada do tráfego e pequenas melhorias em mobilidade e aeroportos.
• Comparados ao mesmo período de 2019, os dados de tráfego nas concessões rodoviárias da CCR (sem a ViaSul) entre os dias 31 de julho a 6 de agosto, tiveram uma queda de 6,3% no total, com redução de 18,0% na movimentação dos veículos de passeio, mas aumento de 2,5% nos comerciais. O número do tráfego total foi muito melhor que na semana anterior, quando houve uma diminuição de 10,9%;
• Em Mobilidade, os números avançaram de um negativo de 59,1% no período passado para -58,1% neste. Em Aeroportos os números também foram melhores, sendo nesta semana negativo em 86,6%, contra -88,1% na semana anterior.


Braskem (BRKM5)
Venda da participação da Odebrecht

Durante o final de semana, a empresa informou que recebeu correspondência da sua acionista controladora, a Odebrecht S/A (ODB), informando do início dos preparativos para a venda de até a totalidade de sua participação na Braskem.
• Acreditamos que esta informação terá forte impacto positivo nas ações da Braskem;
• Esta a venda das ações pela ODB, que está em Recuperação Judicial, atende aos compromissos assumidos por esta empresa com seus credores;
• Vale lembrar que a participação da Odebrecht na Braskem é de 50,1% das ações ordinárias e 22,9% das preferenciais. A Petrobras, segunda maior acionista, detém 47,0% das ONs e 21,9% das preferenciais.


Petrobras (PETR4)
Quatro comunicados sobre venda de ativos

Na última sexta-feira, a empresa divulgou comunicados sobre o andamento do processo de desinvestimentos de quatro ativos.
• O desenvolvimento do Programa de Desinvestimentos da Petrobras é sempre uma notícia positiva, principalmente neste momento ainda de crise. Estas vendas de ativos vêm permitindo a redução da dívida e dos investimentos, o que beneficia muito o fluxo de caixa da empresa;
• Em três comunicados, a Petrobras informou que os processos que entraram na fase vinculante, que são: a totalidade da participação nos campos de Tartaruga (águas rasas da Bacia de Sergipe-Alagoas), do Polo Urucu (sete concessões terrestres na Bacia de Solimões) e de 35% do Campo de Manati (águas rasas localizada na Bacia de Camamu). Nesta fase, os potenciais compradores recebem informações mais detalhadas sobre o ativo e as instruções para a realização do due diligence;
• No último comunicado, a Petrobras informou que iniciou a fase não-vinculante para a venda de 100% da participação no Polo Ceará, formado pelos campos de águas rasas denominados Atum, Curimã, Espada e Xaréu.


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