Questão política e a retomada gradual da economia no mês de junho

MERCADO


Bolsa
Depois de operar quase todo o dia em baixa, esperando a fala do presidente dos EUA e analisando o desempenho da economia brasileira no 1T20, o Ibovespa fechou na sexta-feira (29/5) em alta de 0,52% aos 87.403 pontos e giro financeiro de R$ 40,9 bilhões, acumulando em maio uma valorização de 8,57%. Os investidores reagiram positivamente à coletiva de Trump e as bolsas responderam com alta. A agenda interna traz o IPC-S até 31/maio em -0,54%, o Markit Brasil PMI Manufatura de maio e o Boletim Focus. Nos EUA o PMI Markit Manufatura de maio, os Gastos com construção de abril e o Índice de Manufaturados ISM de maio. As Bolsas na ásia fecharam em alta e seguem majoritariamente em campo positivo na Europa. No radar a questão política e a retomada gradual da economia no mês de junho.

Câmbio
O dólar refletiu a cautela com exterior, com o mercado aguardando a fala do presidente Trump sobre a China. Ao final a moeda americana à vista fechou em queda de 1,34% cotada a R$ 5,34.

Juros
Os juros futuros registraram leve baixa reagindo à queda de 1,5% do PIB no 1T20, em linha com o esperado e à fala de Roberto Campos, presidente do BC, destacando que não vê a situação retornando ao normal “em oito ou nove meses” e que a taxa de desemprego pode superar 15% em 2020. O discurso de Trump sobre China não afetou as taxas até o fim da sessão regular. O DI para Jan/21 fechou com queda de 2,36% no dia anterior para 2,30%. O DI para Jan/23 caiu de 4,26% para 4,23%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

CSN (CSNA3)
Paralisação do Alto-Forno 2

A empresa informou que desde o dia 29 de maio (última sexta-feira), realizou uma paralisação temporária do Alto-Forno 2, que tem uma capacidade nominal para produzir 1,5 milhão toneladas ao ano.
• A CSN também informou que realizou esta parada para adequar sua produção à demanda atual, impactada pelos desdobramentos do combate à Covid-19;
• A tomada desta decisão já era esperada e ocorre bem depois de as concorrentes da CSN realizarem medidas similares. Na teleconferência dos resultados do 1T20, realizada no dia 17/maio, a empresa anunciou que estava avaliando fechar temporariamente este equipamento. A reforma recente do Alto-Forno 3, permitiu um expressivo aumento da produção e rentabilidade nesta unidade, que pode compensar o fechamento de outro forno.


Petrobras (PETR4)
Conclusão da venda de sete campos terrestres

A empresa informou após o último pregão, que finalizou a venda de sete campos de produção terrestres localizados na Bacia Potiguar (Rio Grande do Norte), para a SPE 3R Petroleum S/A.
• O contrato desta venda havia sido assinado no dia 9 de agosto do ano passado. A operação foi concluída com o pagamento de R$ 676,8 milhões (US$ 124,7 milhões) para a Petrobras, já com os ajustes previstos no contrato;
• Esta é uma boa notícia para Petrobras, mesmo sendo uma operação pequena para os padrões da empresa. Neste ambiente de crise, qualquer entrada de caixa é importante.


CCR (CCRO3)
Tráfego tem pequena redução em relação à semana anterior

Os dados operacionais da empresa, até o dia 28 (última quinta-feira), mostraram pequena piora nos números do tráfego tanto dos veículos de passeio como nos comerciais, em relação ao período anterior.
• O tráfego consolidado da CCR (sem a ViaSul) entre os dias 22 e 28 de maio, comparado ao mesmo período de 2019, teve uma redução de 21,5%. Este número foi puxado pela diminuição de 43,5% na movimentação de veículos de passeio, sendo que os comerciais tiveram uma queda de apenas 3,0%;
• Os maiores impactos negativos da quarentena continuam nos segmentos de Mobilidade Urbana e Aeroportos. Na CCR Mobilidade, o número de passageiros transportados no período de 22 até 28/maio caiu 76,4%, um número melhor que na semana anterior. Na CCR Aeroportos, a queda no ano foi de 96,1%, percentual ligeiramente menor que na semana passada.


Cosan S.A. (CSAN3)
Lucro líquido de R$ 102 milhões no 1T20 com queda de 74% ante o 1T19

A Cosan S.A. registrou no 1T20 um lucro líquido de R$ 102,2 milhões, com queda de 74,2% em relação ao lucro líquido de R$ 395,7 milhões de igual trimestre de 2019, impactado pelo efeito negativo da marcação a mercado de ações detidas pela companhia, assim como o efeito do câmbio na parcela não protegida do bônus perpétuo. Em base ajustada o lucro caiu 77,4% para R$ 90,6 milhões.

O Conselho de Administração da Cosan S.A. aprovou a distribuição de dividendos intercalares, com base no exercício de 2019, no valor total de R$ 576,0 milhões, equivalente a R$ 1,49775265 por ação ordinária. Será considerada a posição acionária de 03 de junho de 2020, sendo que, a partir de 04 de junho de 2020, as ações da companhia serão negociadas “ex” dividendos. O pagamento ocorrerá em 15 de junho de 2020. O retorno esperado é de 2,2%.

Expansão de receita e melhora do resultado operacional no consolidado. A Cosan S.A.  registrou no 1T20 uma Receita Líquida de R$ 18,3 bilhões, 7,2% superior ao 1T19. Nesta base de comparação, o EBITDA ajustado proforma alcançou de R$ 1,8 bilhão (+21,1%), com destaque para a Raízen Energia, em razão da concentração de vendas no trimestre com preços melhores.

Os investimentos no 1T20 somaram R$ 933 milhões, em linha com o 1T19. Houve consumo de caixa de R$ 556 milhões no trimestre na visão proforma, refletindo principalmente a amortização de dívida e recompra de ações. A dívida líquida cresceu 5,8% para R$ 12,3 bilhões e a alavancagem caiu de 2,0x para 1,9x.


IRB Brasil RE (IRBR3)
AM Best rebaixa Ratings de Crédito do IRB e mantém status sob revisão com implicações negativas

A agência global de classificação de crédito com foco exclusivo no setor de seguros e resseguros, AM Best Rating Services (“AM Best”), rebaixou o Rating de Força Financeira para A- (Excelente) de A (Excelente) e o Rating de Crédito de Longo Prazo para “a-” de “a” do IRB-Brasil RE. Concomitantemente, a AM Best manteve o status dos ratings de crédito em sob revisão com implicações negativas.

Segundo a AM Best, “os ratings refletem a solidez do balanço patrimonial do IRB, categorizada pela AM Best como mais forte, bem como desempenho operacional forte, perfil empresarial neutro e gerenciamento de risco da empresa (ERM) marginal. ”

A alteração do rating reflete uma revisão da visão da AM Best sobre o gerenciamento de risco do IRB, após o desenquadramento regulatório da Empresa em ativos que garantem as Provisões Técnicas e, consequentemente, das métricas inerentes calculadas pela SUSEP – Superintendência de Seguros Privados, que resultaram em uma fiscalização especial. “A AM Best acredita que o IRB tem recursos financeiros e de gerenciamento para evitar tal violação regulatória.”


Embraer (EMBR3)
Prejuízo líquido ajustado de R$ 434 milhões no 1T20

A Embraer registrou no 1T20 um prejuízo líquido ajustado de R$ 433,6 milhões e se compara ao prejuízo de R$ 229,9 milhões de igual trimestre de 2019. O resultado operacional medido pelo EBITDA ajustado registrou alta e terminou o trimestre em R$ 319,3 milhões e margem EBITDA de 11,1% (ante 3,9% do 1T19).

• No 1T20, a Embraer entregou cinco aeronaves comerciais e nove executivas (cinco jatos leves e quatro grandes) e sua carteira de pedidos firmes (backlog) alcançou US$ 15,9 bilhões;

• Os resultados do 1T20 incluem itens especiais devido aos impactos da Covid-19: (i) R$ 108,6 milhões em variações negativas no valor da participação da Embraer na Republic Airways Holdings e; (ii) R$ 163,1 milhões em provisão para devedores duvidosos nas contas a receber, uma vez que a empresa adotou uma abordagem mais conservadora no contexto da pandemia da Covid-19;

• O EBIT e o EBITDA ajustados foram de R$ 62,6 milhões e R$ 319,3 milhões, com margens ajustadas de 2,2% e 11,1%, respectivamente;

• A liquidez da companhia permanece sólida e fechou o 1T20 com um caixa de R$ 13,0 bilhões. Sua dívida somava R$ 19,9 bilhões, grande parte com vencimento a partir de 2022, perfazendo uma dívida líquida de R$ 6,9 bilhões, ante à dívida líquida de R$ 4,3 bilhões ao final do 1T19. A Embraer continua avaliando financiamentos adicionais para melhorar ainda mais sua posição de caixa;


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