Em meio à turbulência, Ibovespa encerra a semana praticamente estável (-0,30%) aos 80.263 pontos

MERCADO


Bolsa
Após bom desempenho no mês de abril, o Ibovespa encerrou a primeira semana de maio com queda de 0,30%, em meio à safra de resultados do 1T20, aumento de mortes por cororavívus no país e um cenário político conturbado, o que deverá se repetir nas próximas semanas. O impacto da pandemia na economia brasileira mostrará números ainda piores, provocando instabilidade na bolsa. A sexta-feira foi de alta (2,75%) com o Ibovespa marcando 80.263 pontos. Desta vez as blue chips ditaram o rumo do mercado com as altas de Petrobras, Vale e bancos. O giro financeiro foi de R$ 22,9 bilhões. Hoje a agenda econômica traz em destaque, além do Boletim Focus, o resultado da criação de empregos formais em janeiro e utilização de capacidade da indústria em março. Em 2109, o Brasil criou 644.079 empregos com carteira assinada, O número resulta da diferença entre as contratações, que totalizaram 16.197 mil no último ano, e as demissões – que totalizaram 15.553 mil pessoas. Os dados da pandemia começarão a ser conhecidos. Nos EUA, o presidente Donald Trump tenta convencer os americanos a retornar ao trabalho com o vírus ainda causando muitas mortes. As bolsas internacionais abrem a semana em queda na zona do euro e fechamento em alta na Ásia. O petróleo segue em recuperação. Esperamos mais uma semana de volatilidade nos preços com os novos números da Covid-19.

Câmbio
A moeda americana encerrou a sexta-feira com queda de 1,80% de R$ 5,8357 para R$ 5,730.

Juros
Os juros futuros encerraram a sexta-feira em queda com sinais de busca de um acordo para a questão do reajuste de servidores, em discussão no Planalto. A inflação baixa também ajudou para a redução do contrato de DI para jan/21, de para a mínima histórica de 2,475%. Para jan/27 a taxa caiu de 7,570% para 7,440%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

BRF (BRFS3)
Prejuízo de R$ 38 milhões no 1T20 (com base nas operações continuadas)

A companhia registrou no 1T20 um prejuízo líquido de R$ 38 milhões que se compara ao prejuízo de R$ 113 milhões do 1T19 (com base nas operações continuadas da companhia), refletindo a piora do resultado financeiro por variação cambial e o acordo nos EUA com o pagamento de US$ 40 milhões.

A Receita líquida do 1T20 somou R$ 8.949 milhões, com crescimento de 21,6% em relação ao 1T19, (sendo +8,1% em volume e +12,5% no preço médio dos produtos).

O lucro bruto cresceu 48,5% entre os trimestres para R$ 2.253 milhões no 1T20, impactando o incremento de 67,2% no EBITDA ajustado que somou R$ 1.251 milhões no 1T20. A margem EBITDA ajustada subiu de 10,2% no 1T19 pra 14,0% no 1T20;

Ao final do 1T20 a dívida líquida somava R$ 15.589 milhões e a alavancagem líquida (dívida líquida/ EBITDA ajustado) era de 2,68x e se compara a 2,50x no 4T19.


M Dias Branco (MDIA3)
Lucro Líquido do 1T20 mostra recuperação de volumes e de margens

A M Dias Branco registrou no 1T20 um lucro líquido de R$ 137 milhões, com crescimento de 141% em relação ao 1T19 (R$ 57 milhões) mostrando crescimento de volumes, melhora do resultado operacional e recuperação das margens. Nesta base de comparação o volume de vendas total cresceu 22,4% aliado a alta de 1,5% nos preços médios, resultando na alta de 24,3% da receita líquida.

Os custos evoluíram 17,6% entre o 1T19 e o 1T20, em percentual abaixo do crescimento da receita. Já as despesas operacionais registraram alta de 29,9% em doze meses. Destaque para o aumento de utilização da capacidade e a consequente diluição dos custos e das despesas fixas. Esses aspectos, no seu conjunto, resultaram no crescimento de 104% do EBITDA e da margem que passou de 8,5% no 1T19 para 14,0% no 1T20.

Um resultado trimestral, em linha com o esperado, que refletiu a estratégia de crescimento nos seus mercados de atuação, a criação de novas categorias e o fortalecimento das exportações, com foco no incremento de produtividade e maior eficiência. A empresa também vem desenvolvendo novos canais de distribuição, como o varejo on-line, através das plataformas digitais de varejistas tradicionais e de empresas puramente digitais.


Equatorial Energia S.A. (EQTL3)
Antecipado Projeto de Transmissão SPE 01 previsto para 2022

A Equatorial Energia informou que em 01 de maio de 2020, entraram em operação comercial 100% dos empreendimentos de transmissão que compõem a SPE 01, com RAP (Receita Anual Permitida) total de R$ 86,5 milhões (valores de jun/19).

Vemos como positivo. O Contrato de Concessão da SPE 01 foi assinado em fevereiro de 2017, e a sua entrada em operação representa uma antecipação de aproximadamente 21 meses em relação ao prazo regulatório (fev/22).


CCR (CCRO3)
Dados operacionais mostraram crescimento no tráfego de veículos comerciais

Após o último pregão, a empresa divulgou seus dados operacionais até o dia 7 de maio (quinta-feira), mostrando as grandes perdas provocadas pela quarentena. Em relação à semana anterior, o tráfego de veículos comerciais foi melhor, mas com declínio naqueles de passageiros.

· O tráfego consolidado da CCR (sem a ViaSul) entre os dias primeiro e sete de maio, comparado ao mesmo período de 2019, mostrou uma redução de 20,0%. Este número foi puxado pela queda de 45,7% na movimentação de veículos de passeio, dado que os comerciais tiveram uma alta de 0,3%. Na semana passada, dentro das mesmas bases, o tráfego total havia caído 19,7%.;

· No acumulado de 2020 até o dia 7 de maio, a movimentação nas rodovias administradas pela CCR caiu 14,5% em veículos de passeio, mas o aumento de 4,7% em comerciais, levou a uma redução de somente 4,5% no tráfego total.


Petrobras (PETR4)
Corte adicional de 10% dos custos

Segundo vários veículos de imprensa, a Petrobras comunicou que vai ampliar os cortes de custos e despesas. Estas reduções objetivam diminuir 15% dos gastos corporativos, valor equivalente a 10% do custo total.

· Estas medidas se somam aos objetivos do Plano de Resiliência, divulgado no início de março/2020. Neste Plano, a Petrobras estabeleceu uma meta para corte de custos gerenciáveis de US$ 8,1 bilhões, valor equivalente a 6,6% do total previsto no Plano de Negócios de 2019-2023;

· Além da crise de demanda trazida pela pandemia, as companhias de petróleo estão enfrentando a forte queda das cotações do produto, derivadas das divergências entre a Arábia Saudita e a Rússia. Com isso, o rombo na geração de recursos da Petrobras é grande, tanto que sua diretora financeira afirmou que a empresa está “queimando” cerca de US$ 1 bilhão ao mês;

· Assim, é importante e positivo que a Petrobras esteja focada em reduzir custos e despesas neste momento difícil.


Centauro (CNTO3)
Centauro prepara follow-on de cerca de R$ 500 milhões, diz Valor

Segundo o Jornal valor econômico, a empresa pretende levantar recursos para reduzir seu endividamento, o que já era feito com a geração de caixa – que acabou afetada pela crise. A empresa confirma a possibilidade em fato relevante.

 No último balanço, do quarto trimestre, a companhia tinha uma dívida líquida ajustada baixa, de R$ 136 milhões. Mas a transação com a Nike foi feita por cerca de R$ 900 milhões no primeiro trimestre deste ano, com dívida bancária e prestações futuras. Com a aquisição, a varejista se torna distribuidora exclusiva dos produtos Nike no varejo online e físico no país por um período de dez anos.

A Centauro fez sua listagem na B3 em abril de 2019, com a ação precificada a R$ 12,50.  No acumulado deste ano, os papéis têm desvalorização, mas estão bem acima do preço do IPO negociados a R$ 25,44. Na sexta feira CNTO3 caiu 6,4% antecipando a possível follow on.


Shopping Centers
Vendas ficam em torno de 50% com o início da flexibilização nos primeiros shoppings reabertos

Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), os shopping centers que foram reabertos após o relaxamento das medidas de combate ao coronavírus em várias regiões do País têm registrado vendas equivalentes a 40% a 50% do que no mesmo período do
ano passado, antes da pandemia. Já o fluxo de visitantes está em um nível de 50% a 60% do que era registrado nos dias normais.

O País tem hoje 81 shoppings em funcionamento de um total de 577. O Estado de São Paulo, que concentra um terço do total de empreendimentos do País, teve na sexta-feira a determinação de que a quarentena será prorrogada até 31 de maio, portanto, não tem
shoppings abertos.

No Rio de Janeiro, outro mercado importante para o setor, a possibilidade de um endurecimento das medidas de combate à propagação do coronavírus também deve manter os centros de compras fechados.
Principais mercados por número de shoppings – São Paulo (182), Rio de Janeiro (66) e Minas Gerais (43).

O setor gera mais de 1,1 milhão de empregos e faturou R$ 192,8 bilhões no ano passado num
total de 105,6 mil lojas.


Setor Imobiliário
R$ 1,5 bilhão de lançamento de projetos são suspensos em abril na RMSP

Segundo o balanço do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), a pandemia do Covid-19 provocou a suspensão, em abril, de R$ 1,5 bilhão em lançamento de projetos. No mês, nenhum novo empreendimento foi lançado na Região Metropolitana de São Paulo interrompendo um ciclo de crescimento que já durava mais de dois anos.

Os empreendimentos suspensos já tinham licenças aprovadas e estandes sendo montados, mas acabaram postergados em função da crise econômica.


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Em meio à turbulência, Ibovespa encerra a semana praticamente estável (-0,30%) aos 80.263 pontos

 

 

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