Ibovespa cai 0,51% aos 79.084 pontos em dia de volatilidade

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa encerrou a quarta-feira com queda de 0,51% aos 79.084 pontos, com giro financeiro de R$ 21,7 bilhões. O mercado abriu pressionado na expectativa de uma repercussão negativa do depoimento de Sérgio Moro e notícias do exterior, o que acabou não prevalecendo, amenizando a pressão no final da tarde. No começo da noite o BC confirmou a redução na Selic em 0,75 p.p para 3,0% ao ano. Hoje a agenda econômica traz dados da balança comercial da China em abril com crescimento de 3,5% nas exportações e queda de 14,2% nas importações. O saldo foi de US$ 45,3 bilhões. Nos EUA saem ainda nesta manhã dados do mercado de trabalho, seguros desemprego e custo de mão-de-obra, que poderão surpreender negativamente. Amanhã saem os dados do Payroll. As bolsas internacionais mostram ânimo na zona do euro e nos futuros de NY. Do lado doméstico, a votação do pacote fiscal com reduções expressivas e os dados lá de fora podem ditar o rumo de nosso mercado. Destaque para os resultados corporativos do 1T20.

Câmbio
A moeda americana deu mais uma arrancada ontem de R$ 5,5786 para R$ 5,7158 (+2,46%). Os fracos indicadores divulgados nos EUA e o aprovação de um projeto “desidratado” de socorro aos Estados aumentaram o pessimismo investidores.

Juros
Em dia de reunião do Copom com a redução da taxa Selic para 3,0% (0,75 p.p) os juros futuros mais uma vez tiveram motivos para seguir em queda na ponta mais longa. A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/21 no final da sessão estava em 2,745%, ante 2,710% na terça-feira enquanto o DI par jan/27 caía a 7,350%, ante 7,450%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

TOTVS (TOTS3)
Sem sentir efeito da COVID-19, empresa cresce lucro em 43%

A empresa reportou um excelente resultado ontem, reforçando que o setor de tecnologia foi um dos poucos a ter passado quase ileso aos primeiros efeitos econômicos da pandemia do coronavírus.

Receita Líquida – A Receita Líquida da Companhia cresceu 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado, aos R$ 601,4 milhões, motivada principalmente pelo crescimento da Receita Recorrente, de 13,1%.

EBITDA Ajustado – O contínuo crescimento da Receita Recorrente, somado aos ganhos de eficiência operacional que a Companhia tem obtido viabilizaram uma nova expansão da Margem EBITDA Ajustada, chegando a 21,1% no 1T20, expansão de 70 pontos base tanto em relação ao 1T19 quanto ao 4T19. É importante lembrar que esta expansão se deu apesar do início da crise da Covid-19 na quinzena final do trimestre, como mencionado anteriormente.

Lucro Líquido Ajustado – O crescimento de 43,5% do Lucro Líquido Ajustado do 1T20 em relação ao 1T19 se deve principalmente ao crescimento do EBITDA, aliado ao resultado financeiro positivo e à menor taxa efetiva no período.

A Totvs afirmou que tinha posição de caixa de cerca de R$ 1,4 bilhão no fim de março e que pretende manter sua posição de liquidez para enfrentar potenciais impactos decorrentes da evolução do Covid-19 nos seus negócios e em seu ecossistema.


Notre Dame (GNDI3)
Crescimento de 56% no lucro líquido do 1T20, somando R$ 160,4 milhões

A Companhia registrou um forte crescimento no lucro líquido do 1T20 passando de R$ 102,8 milhões para R$ 160,4 milhões (+56,0%). O forte resultado reflete uma redução de custos e despesas além de ganhos de sinergia e escala que foram parcialmente impactados por provisões de SUS e PEONA acima do demonstrado em 1T19. O Lucro Líquido Ajustado foi de R$ 208,0 milhões, 40,9% maior que o 1T19. Os ajustes contemplam: Stock Options (R$ 10,9 milhões), R$ 29,4 de amortização de intangíveis de empresas adquiridas e R$ 7,3 milhões de imposto de renda e contribuição social.

Houve crescimento nas principais linhas de resultado, com uma perspectiva favorável para o ano.

A ação GNDI3 encerrou cotada a R$ 54,25 ontem com queda de 20,2% no ano. O valor de mercado é de R$ 32,7 bilhões. A empresa iniciou as negociações na B3 em 20/04/18 ao preço ajustado de R$ 16,37, com valorização de 231% no acumulado de pouco mais de dois anos.


BR Properties (BRPR3)
Lucro líquido de R$ 14,4 milhões no 1T20

O Lucro Líquido registrado no primeiro trimestre do ano foi de R$14,4 milhões contra um prejuízo de R$ 167,9 milhões no 1T19. Desconsiderando os efeitos não caixa e não recorrentes do trimestre, a Companhia apresentou um Lucro Líquido Ajustado (FFO) no 1T20 de R$ 46,2 milhões, correspondendo a um aumento nominal de R$ 37,2 milhões quando comparado ao primeiro trimestre de 2019. A margem FFO atingiu 61%, o maior nível já registrado desde a criação da Companhia.

Ontem a ação BRPR3 encerrou cotada a R$ 8,36 com queda de 41,7% no ano.    O valor de mercado é de R$ 4,1 bilhões.


AES Tietê (TIET11)
Lucro Líquido de R$ 75,3 milhões do 1T20

A companhia registrou no 1T20 um lucro líquido de R$ 75,3 milhões, com crescimento de 21,5% em relação ao lucro de R$ 62,0 milhões do 1T19, explicado pela melhora na margem líquida, resultado da estratégia de alocação de energia hídrica e da entrada em operação dos ativos solares; parcialmente compensado pelo aumento nas despesas operacionais, reflexo do custo sazonal da manutenção das eclusas; e o aumento nas despesas financeiras, por atualização cambial sobre discussão judicial vigente.

A companhia aprovou a distribuição de R$ 89,2 milhões como dividendos intermediários relativos ao 1T20, equivalente a R$ 0,22352356315 por unit. A data base será no dia 11 de maio de 2020 e as ações passarão a ser negociadas “ex-dividendos” a partir do dia 12 de maio de 2020. O pagamento será realizado em 20 de maio de 2020. O retorno estimado é de 1,5% e o payout trimestral alcança 118,5%.

A empresa destacou que no 1T20 não foi identificado nenhum evento relacionado ao cenário da pandemia que tenha impacto os seus resultados no período. Suas Units (TIET11) registram queda de 8,5% este ano para R$ 14,70 (valor de mercado de R$ 5,8 bilhões). O preço justo de R$ 17,00/unit traz um potencial de alta de 15,6%.


Banco do Brasil (BBAS3)
Lucro Líquido ajustado de R$ 3,4 bilhões no 1T20 com queda de 20% ante o 1T19

O Banco do Brasil registrou no 1T20 um lucro líquido ajustado de R$ 3,4 bilhões (ROAE de 12,5%) com queda de 20% em relação aos R$ 4,2 bilhões do 1T19 (ROAE de 16,8%), explicado principalmente pelo reforço de provisão de R$ 2,0 bilhões, sendo: R$ 1,2 bilhão no segmento pessoa física, R$ 824 milhões no segmento pessoa jurídica e R$ 46 milhões no agronegócio.

No contexto da pandemia o BB suspendeu o guidance para 2020. Seguimos com recomendação de COMPRA e preço justo de R$ 47,00/ação que representa um potencial de alta de 69,1% em relação a cotação de R$ 27,80/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 79,7 bilhões. Este ano a ação BBAS3 registra queda de 46,6%.

Na comparação anual a Margem Financeira Bruta cresceu 9,9% entre os trimestres comparáveis e somou R$ 14,0 bilhões. Já a Margem Financeira Líquida registrou queda de 9,5% para R$ 8,5 bilhões, reflexo do impacto direto da PDD que cresceu 63,3% e alcançou R$ 5,5 bilhões. Destaque para o crescimento de 4,0% das Rendas de Tarifas e o incremento abaixo da inflação das despesas administrativas para R$ 7,8 bilhões no 1T20.

O índice de eficiência em 12 meses atingiu 36,2% no 1T20, melhora de 90 bps em relação a 37,1% do 1T19, explicado pela geração de receitas e principalmente pelo controle de suas despesas administrativas e de pessoal.

Ao final de março de 2020, o índice de Basileia do banco era de 17,8% sendo de 13,9% o índice de capital nível I e de 9,98% de capital principal. A meta para janeiro de 2022 é manter no mínimo 11% de Índice de Capital Principal.


Duratex (DTEX3)
Lucro líquido recorrente de R$ 50,6 milhões no 1T20

O lucro líquido recorrente alcançou R$ 50,6 milhões no trimestre, 162,5% superior ao mesmo período ano anterior. Este resultado é decorrente dos impactos positivos na variação do ativo biológico, devido a apuração de inventário da floresta localizada em Minas Gerais, da melhora dos resultados da Divisão Madeira e consolidação dos resultados da Cecrisa.

 Destaca-se o ROE recorrente relativo ao 1T20 de 4,2%, melhora relevante frente aos períodos anteriores, reforçando a gradativa melhora operacional da Companhia.

A empresa vem mostrando recuperação em relação aos últimos anos.

A ação DTEX3 encerrou ontem cotada a R$ 9,75 com queda de 41,7% no ano.


Ambev (ABEV3)
Lucro líquido caiu 55,6% no 1T2

A empresa divulgou seu resultado do 1T20 nesta manhã, mostrando quedas no volume de vendas, na receita e nas margens operacionais. Estes números refletiram a baixa do volume vendido no Brasil e os impactos da crise em março. Além disso, a alta das despesas financeiras foi importante para a redução do lucro.

· O volume total vendido pela Ambev no 1T20 caiu 5,6%, sempre comparando ao 1T19, mesmo com o aumento de 4,3% no preço médio de vendas. No Brasil, houve uma contração no volume de 9,1% com a diminuição de preços em 0,5%, fazendo a receita cair 9,6%;

· A elevação dos custos impactou o resultado no período. O custo de produção excluindo a depreciação aumentou 10,2%, sendo a alta do CPV por hectolitro vendido de 16,7%. Isso ocorreu principalmente devido ao aumento da taxa de câmbio e as pressões inflacionárias na Argentina;

· Este resultado ficou abaixo das projeções médias do mercado compiladas pela Bloomberg.


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