Petrobras – Relatório de Análise

A crise Vai Passar

A crise derivada das medidas para combater a pandemia da Covid-19 está abalando o mundo.  Porém, as empresas de petróleo encaram duas crises, depois que os desentendimentos entre membros da OPEP+ levaram os preços do petróleo a caírem fortemente.  Os resultados da Petrobras vão sofrer muito com as duas crises, sendo que os números da empresa já no 1T20 serão impactados pela diminuição na demanda, expressiva perda nos estoques com a queda das cotações do petróleo e derivados, além de, provavelmente, a empresa realizar a contabilização de perdas no valor dos ativos (impairment).  Porém, esta crise vai passar, como as outras, e a Petrobras é dominante no mercado brasileiro de petróleo, além de ter uma razoável situação financeira, o que a coloca na frente quando da recuperação.  Revisamos as projeções para a empresa, mantendo nossa recomendação de Compra, mas diminuindo o Preço Justo da PETR4 de R$ 34,50 para R$ 26,00/ação.

  • Situação financeira: Nesta crise, um ponto fundamental para se analisar em qualquer empresa é sua liquidez financeira. Entre outros aspectos da situação financeira, é importante verificar a relação entre o caixa versus as dívidas vencíveis no curto prazo (360 dias).  Ao final de 2019, a Petrobras tinha um caixa de R$ 33,3 bilhões e dívidas de R$ 18,0 bilhões (sem arrendamentos) vencíveis no curto prazo.  Para enfrentara crise, a Petrobras tomou linhas de crédito rotativo no valor próximo de R$ 45 bilhões;
  • Corte de produção; A Petrobras anunciou dois cortes em sua produção de 100 mil barris por dia, equivalentes a 6,8% do volume médio diário produzido no Brasil durante 4T19. Como a queda na demanda de combustíveis neste momento pode ser estimada em 50%, é muito provável que a empresa faça novas reduções na produção.  Ontem, a empresa informou que em abril manterá uma produção média de petróleo no Brasil de 2,07 milhões de barris ao dia, volume 13,5% menor que no 4T19;
  • Custos de produção: A forte queda nos preços do petróleo está prejudicando muito todos os produtores e inviabilizando aqueles com alto custo. No 4T19, a Petrobras tinha um custo de extração médio (sem Participação Governamental) de US$ 8,22 por barril.  Por área de produção, a empresa no 4T19 teve um custo de extração de US$ 5,02/barril no pré-sal (com afretamento), US$ 11,18/b em águas profundas e US$ 27,94/b em águas rasas.  Nos cortes já determinados, a empresa deve parar primeiro a produção em locais de custo mais elevado, como já fez nas plataformas localizadas em águas rasas do Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e no Polo Garoupa da Bacia de Campos;
  • OPEP: Na próxima quinta-feira (9/abril), a Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep) vai se reunir para discutir a crise do setor e possíveis cortes de produção. Os cortes podem chegar a 10 milhões de barris/dia.  Se houver um acordo, o preço do petróleo pode ter uma boa alta, ajudando a Petrobras.

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