Ibovespa cai 0,84% e fecha em 122.988 pontos

Em mais um dia de forte baixa, o Ibovespa registrou queda de 5,22% aos 63.570 pontos

MERCADO


Bolsa
Mais um dia de forte baixa na B3 com os investidores acompanhando as medidas para mitigar os efeitos do coronavírus na economia brasileira e mundial. Ao final do dia o Ibovespa registrou queda de 5,22% aos 63.570 pontos e giro financeiro de R$ 25,0 bilhões. Em termos de agenda, no Brasil, as Vendas no varejo de janeiro e o índice de Confiança do Consumidor de março da FGV, em 80,2 ante 87,8 da leitura anterior. Nos Estados Unidos o PMI Manufatura EUA Markit de março e as Vendas de casas novas de fevereiro. Começa o período de quarentena por 15 dias em todo o estado de São Paulo. O mercado deve reagir positivamente em linha com o comportamento das bolsas asiáticas, europeias e futuros americanos, que operam em alta, refletindo as notícias de negociação de um amplo pacote de estímulo no Congresso americano.

Câmbio
O dólar voltou a subir nesta segunda-feira, pressionado pelo clima de aversão ao risco provocado pelo coronavírus ao redor do mundo. A moeda chegou a abrir em queda com o anúncio de mais medidas de liquidez pelo Fed e o BCB. Ao final era cotado a R$ 5,1416 com alta de 1,55%, mesmo com leilões à vista pela manhã e à tarde.

Juros
Os juros futuros mais curtos registraram queda, enquanto as taxas longas subiram, após ata do Copom ter sinalizado que o impacto do coronavírus poderia ter levado ao corte de mais de 0,50 pp na semana passada. A liquidez segue fraca, o que favorece a volatilidade. Ontem O Bc anunciou o corte de compulsórios sobre recursos a prazo de 25% para 17%. Ao final o DI Jan 21 caiu de 3,96% para 3,74%, enquanto o DI Jan 25 subiu de 8,25% para 8,65%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Eneva (ENEV3)
Lucro Líquido ajustado de R$ 268,5 milhões no 4T19 acumulando R$ 514,3 milhões em 2019

A companhia registrou no 4T19 um lucro líquido ajustado de R$ 268,5 milhões que se compara ao lucro de R$ 70,7 milhões de igual trimestre do ano anterior, ou 3,8 vezes superior. Um resultado construído a partir do crescimento de 50,1% da receita liquida para R$ 1,11 bilhão e incremento de 49,2% do EBITDA ajustado que somou R$ 464,0 milhões no 4T19. A margem EBITDA ajustada passou de 42,0% no 4T18 para 41,7% no 4T19.

Com esse resultado o lucro líquido ajustado de 2019 alcançou R$ 514,3 milhões, 67,2% superior aos R$ 307,6 milhões de 2018.

Cotada a R$ 29,21/ação (valor de mercado de R$ 9,2 bilhões) a ação ENEV3 registra queda de 33,1% este ano. Nesse preço os múltiplos para 2020 são: P/L de 14,9c e VE/EBITDA de 8,5x. O preço Justo de R$ 36,00/ação aponta para um potencial de alta de 23,2%.

A geração líquida atingiu 4.021 GWh, com despacho de 97% na geração termelétrica. O aumento do despacho das termelétricas impulsionou a produção de gás, que cresceu 138% em relação ao 4T18;

Ao final de dezembro de 2019 Posição de caixa DA COMPANHIA ERA de R$ 1,8 bilhão e alavancagem (dívida líquida/EBITDA) de 2,8x;

A Eneva fez a proposta de combinação de negócios à AES Tietê, ainda em aberto.


WIZ Soluções e Corretagem de Seguros S.A. (WIZS3)
Ex JCP hoje (24/3) e yield de 8,6%

Foi aprovada ontem (23/março) na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGOE), a destinação do lucro líquido do exercício de 2019, sendo R$ 106,9 milhões retidos para constituição do orçamento de capital da companhia; e R$ 106,9 milhões, equivalente a R$ 0,668806085/ação, a título de dividendo mínimo obrigatório.

Tiveram direito aos dividendos ora declarados o acionista titular de ações até ontem, 23 de março de 2020, sendo que as ações da companhia passam a ser negociadas ex-dividendos a partir do dia de hoje, 24 de março de 2020. O retorno foi de 8,6%.

A primeira parcela dos dividendos, na proporção de 50% (equivalente a R$ 0,334403043/ação), será creditada aos acionistas até maio de 2020. A segunda parcela, na proporção de 50% (de R$ R$ 0,334403043/ação), até novembro de 2020. Os valores creditados não estão sujeitos a atualização monetária ou juros.

 


Ambev (ABEV3)

Retirada das projeções feitas no resultado do 4T19

Após o pregão de ontem, a empresa fez uma breve atualização de seus negócios em tempos de pandemia e retirou projeções.

· A Ambev informou que os efeitos no combate da pandemia do Coronavírus, vem comprometendo sua cadeia de distribuição e vendas;

· Tendo em vista esta rápida mudança no ambiente de negócio, a empresa retirou sua projeção de EBITDA feita para 2020. Nos resultados do 4T19, divulgados no dia 27 de fevereiro, e também em Fato Relevante, a Ambev informou que a empresa continuaria sofrendo pressões de custos no seu negócio de Cerveja Brasil (46,2% da receita consolidada, mas esperava retomar ao crescimento do EBITDA deste segmento (caiu 6,5% em 2019);

· O caixa líquido da Ambev ao final de 2019 era de R$ 8,8 bilhões, valor 20,1% maior que em 2018.


Petrobras Distribuidora (BRDT3)
Situação derivada da pandemia

Ontem, minutos antes do início do pregão, a empresa divulgou seus planos para enfrentar os efeitos da pandemia de Covit-19.

A Petrobras (BR) Distribuidora, já acionou seu Comitê de Crise, que vem buscando agir da melhor forma com outros membros da indústria, órgãos reguladores e governo para se adequar da melhor forma às necessidades do momento.

A empresa ainda afirmou que vislumbra uma desaceleração da atividade econômica, mas não consegue neste momento quantificar os impactos em seus negócios. Porém, a BR está próxima de seus clientes buscando soluções operacionais e financeiras para contornar os desafios do momento.

Liquidez é um ponto fundamental para qualquer empresa no ambiente atual. Ao final do 4T19, a dívida líquida da BR Distribuidora era de R$ 4,4 bilhões, valor 91,0% maior que no trimestre anterior e 87,3% acima do 4T18. A relação dívida líquida/EBITDA do 4T19 foi de 1,4x, vindo de 0,9x no trimestre anterior e 0,8x no 4T18. Ao final do ano passado, o caixa da empresa era de R$ 2,4 bilhões e uma dívida vencível no curto prazo de R$ 4,2 bilhões.

Nos últimos doze meses, BRDT3 caiu 35,1%, pouco mais que a queda do Ibovespa no período de 32,2%.


Vale (VALE3)
Tomada de crédito rotativo e apoio aos fornecedores

A empresa comunicou nesta manhã sua decisão de tomar US$ 5 bilhões de linhas de crédito rotativo. A operação terá vencimentos em junho/2022 (US$ 2 bilhões) e dezembro de 2024 (US$ 3 bilhões).

· A decisão da Vale foi baseada no maior risco para o negócio derivado dos efeitos da Covid-19 na economia mundial. Com isso, a empresa considerou ser prudente garantir mais liquidez para enfrentar os desafios à frente;

· Também nesta manhã, a Vale anunciou medidas de apoio a seus fornecedores, com a antecipação nos próximos dias de R$ 160 milhões de pagamentos para pequenas e médias empresas. Além disso, nos próximos 30 dias a empresa vai reduzir em 85% o prazo de pagamento de serviços e materiais que ainda serão faturados para cerca de 3 mil fornecedores de pequeno e médio porte;

· Classificamos como positivas as preocupações da Vale quanto sua liquidez (que já era muito boa) e também com seus pequenos fornecedores de produtos e serviços.


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Em mais um dia de forte baixa, o Ibovespa registrou queda de 5,22% aos 63.570 pontos

 

 

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