Com bolsas internacionais em alta, Ibovespa pode ter um alívio após a forte volatilidade e queda de 1,02% ontem

MERCADO


Bolsa
Em dia de movimento atípico, o Ibovespa marcou queda de 1,02%, fechando a 105.537 pontos, com giro financeiro de R$ 34,1 bilhões, estabelecendo novo patamar de liquidez nos últimos pregões. O mercado abriu fraco, mas o anúncio, pelo Fed, da redução de 0,5 p.p na taxa de juros americana puxou repentinamente o mercado para cima. A devolução veio em seguida com muitas incertezas quanto ao impacto do Covid-19 na economia global, aliviando no final com a expectativa de redução também na taxa Selic na próxima reunião do Copom em 17 e 18 próximos. Hoje as bolsas internacionais voltam a se animar com o efeito dos juros baixos nos EUA, com alta na zona do euro e nos futuros de NY. A agenda econômica tem como destaque no Brasil, o IPC-Fipe mensal (fev) com alta de 0,11% e o PIB do 4T19 com alta de 0,5% no T/T e de 1,1% em 2019. Do lado externo, os diversos indicadores não deverão ofuscar a principal ameaça aos mercados, o coronavírus.

Câmbio
A moeda americana rompeu nova barreira fechando a R$ 4,5077 ontem contra R$ 4,4754 no dia anterior (+0,72%). O dia foi de volatilidade com os acontecimentos no exterior, levando o dólar à décima sessão consecutiva de alta, e fechando pela primeira vez no nível de R$ 4,50.

Juros
Os juros domésticos tiveram mais um dia de queda, influenciados pela decisão repentina nos EUA com redução da taxa em 0,5 p.p. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/21 fechou em 3,85% de 3,964% no ajuste da segunda-feira e para jan/27, a taxa caiu de 6,411% para 6,380%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Ferbasa (FESA4)
Redução nas vendas e margens leva a pequeno prejuízo

Divulgados na noite de ontem, os resultados da empresa no 4T19 apresentaram quedas nas vendas, receita e margens, sendo que com isso houve um pequeno prejuízo, na comparação com mesmo trimestre do ano anterior.
• No 4T19, a Ferbasa sofreu um prejuízo de R$ 1 milhão (R$ 0,01 por ação), contra lucros de R$ 145 milhões no trimestre anterior e R$ 20 milhões no 4T18;
• As vendas totais em toneladas no 4T19 caíram 11,8%, comparadas ao 4T18. O pior desempenho foi das ligas de cromo, que apresentaram uma redução de 24,2% no volume vendido no mercado interno, compensada em parte pelo grande aumento percentual (117,6%), mas pequeno em quantidade, do volume exportado. Nas ligas de silício, houve aumento de vendas no mercado interno (9,0%), mas que foi incapaz de suplantar as perdas nas exportações (12,1%).


Tupy (TUPY3)
Queda nas vendas e receita, mas pequeno ganho de margem operacional

Após o pregão de ontem, a empresa divulgou seus números do 4T19 que mostraram queda nas vendas, receita, mas as margens operacionais tiveram pequenos aumentos, na comparação com mesmo trimestre do ano anterior. O lucro líquido do 4T19 foi menor que no 4T18, principalmente, pelo maior resultado financeiro negativo.
• No 4T19, o lucro líquido da Tupy foi de R$ 73 milhões (R$ 0,50 por ação), 6,9% menor que no 4T18, mas 9,1% acima do 3T19;
• O resultado financeiro foi negativo em R$ 32 milhões no 4T19, contra um valor positivo de R$ 45 milhões no 4T18. A grande diferença decorre, principalmente, dos ganhos com atualização monetária dos débitos da Eletrobras, que ocorreu no 4T18. Isso foi fundamental para a queda no lucro líquido do 4T19, quando comparado ao mesmo período de 2018.


Ultrapar (UGPA3)
Divulgação de projeções otimistas para 2020

A empresa divulgou ontem, após o pregão, suas projeções de EBITDA para as controladas e controladoras em 2020, mostrando um forte crescimento esperado.

  • Considerando todas as dificuldades dos setores de atuação da empresa, principalmente a distribuição de combustíveis (Ipiranga), somado aos prováveis efeitos do coronavírus na economia mundial, consideramos estas projeções como otimistas.;
  • A Ultrapar está projetando uma forte recuperação em todos seus negócios em 2020.  Destacam-se, a boa retomada na Ipiranga, que é percentual menor, mas compreende um ganho importante no negócio.  Na Extrafarma, a virada para um EBITDA positivo, contra o negativo no ano passado, acreditamos que mais se deve a não se esperar um novo grande impairment em 2020.

ENGIE Brasil Energia S.A. (EGIE3)
Aquisição de 100% das ações da Transmissora Novo Estado por R$ 410 milhões 

Ontem (03/março), após o cumprimento das condições precedentes, foi concluída a operação de aquisição de 100% das ações da Sterlite Novo Estado Energia S.A. (“Novo Estado”) pela ENGIE Transmissão de Energia Participações S.A. (“ENGIE Transmissão”), uma controlada da companhia.
O presente Contrato de Compra e Venda havia sido firmado no dia 23 de dezembro de 2019. O preço de aquisição de 100% das ações da Novo Estado foi de até R$ 410,0 milhões, sendo R$ 360,0 pagos à vista ontem e R$ 50,0 milhões sujeitos ao cumprimento de determinadas condições previstas no Share Purchase and Sale Agreement (SPA). Uma vez que a operação não constitui um investimento relevante para a companhia não será submetida à ratificação de acionistas em assembleia geral.
A Novo Estado sagrou-se vencedora do Lote 3 do Leilão de Transmissão Aneel n. 002/2017 realizado em dez/17 e que resultou na assinatura, pela Novo Estado com a Aneel, do Contrato de Concessão n. 003/2018. O objeto da referida concessão é a construção, operação e manutenção de aproximadamente 1.800 quilômetros de linhas de transmissão, uma nova subestação e expansão de outras três subestações existentes nos Estados do Pará e Tocantins. Todas as licenças de instalação do empreendimento já foram obtidas, e a respectiva construção tem início previsto para este ano.


WIZ (WIZS3)
Fechamento da Aquisição da Barigui Corretora

A companhia informa que, em continuidade ao fato relevante emitido em 18/dez/19, e diante do cumprimento de todas as condições suspensivas, a WIZ, os Vendedores e a Barigui Corretora efetivaram o fechamento da aquisição. Com o Fechamento, a WIZ passou a ser titular de quotas representativas de 76% do capital social da Barigui Corretora, que atua na comercialização de seguros na rede de concessionárias do Grupo Barigui, um dos maiores grupos distribuidores de veículos multimarcas do país e maior revendedor de seminovos do sul do Brasil ( Paraná e Santa Catarina).
As partes estabeleceram um Acordo Operacional que vigorará por 10 anos, contados da data do Fechamento, e que prevê exclusividade à Barigui Corretora para comercialização de produtos de seguridade (seguros, previdência, capitalização e consórcio) na Rede de Distribuição Barigui.
O Preço de Aquisição será pago em duas parcelas, sendo uma à vista, no valor de R$ 7,0 milhões, na data do fechamento da compra e a outra, variável, com vencimento em 05 de maio de 2021, apurada mediante aferição do cumprimento de determinadas metas de desempenho atreladas à quantidade de novas apólices de seguro Auto emitidas e a índices de penetração de seguro Prestamista. De acordo com os cálculos da companhia, essa parcela alcança R$ 2,2 milhões. Além destas duas parcelas, os vendedores receberão um pagamento de incentivo à aceleração nas vendas, pagos trimestralmente pela Wiz Conseg, pelo prazo de 3 anos a contar de 2021.


Banco Central do Brasil (BCB)
Nota à Imprensa 

Em nota divulgada ontem (03/03) após o fechamento dos mercados o Banco Central do Brasil afirmou que monitora atentamente os impactos do surto de coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira. No último Copom, o 15º parágrafo da Ata da 228ª reunião a autoridade monetária afirma: “O eventual prolongamento ou intensificação do surto implicaria uma desaceleração adicional do crescimento global, com impactos sobre os preços das commodities e de importantes ativos financeiros. O Copom concluiu que a consequência desses efeitos para a condução da política monetária dependerá da magnitude relativa da desaceleração da economia global versus a reação dos ativos financeiros”.
E continua… “À luz dos eventos recentes, o impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros. O Banco Central enfatiza que as próximas duas semanas permitirão uma avaliação mais precisa dos efeitos do surto de coronavirus na trajetória prospectiva de inflação no horizonte relevante de política monetária”.
Nesse sentido está em aberto a redução, ou não, da Meta Selic (atualmente em 4,25%) na próxima Reunião do Copom, nos dias 17 e 18 de março de 2020. Algumas casas veem na decisão do Fed de reduzir em 0,50% a taxa nos EUA, espaço para uma Selic menor.


 

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