Bolsas desabam com disseminação do Covid-19 e expectativa segue negativa

MERCADO


Bolsa
Na volta do feriado prolongado a B3 confirmou a queda esperada, com a disseminação do Covid-19 no mundo e a confirmação do primeiro caso no
Brasil. Neste cenário, o Ibovespa encerrou o dia com queda 7,0% marcando 105.718 pontos no fechamento. Foi a maior queda desde 18/05/17, quando estourou a delação da JBS, o “Joesley Day”, com a bolsa caindo 8,8%. Nesta quinta-feira, as bolsas internacionais seguem em queda na zona do euro e nos futuros de NY e China (Hang Seng) em alta. O governo americano prepara uma ofensiva para combater o vírus no país, mas as preocupações são crescentes com uma pandemia. Hoje a agenda econômica vem carregada de indicadores com destaque para o IPC-S com alta de 0,17% e a inflação medida pelo IGPM com queda de 0,04% no M/M e alta de 6,82% no A/A. Nos EUA, sai o PIB do 4T19 no meio da manhã. O Ibovespa poderá novamente acompanhar a curva das bolsas internacionais.

Câmbio
A moeda americana segue em alta desde a 14/02 (sexta-feira), batendo R$ 4,4496 ontem de R$ 4,3885 na última sexta-feira, (+1,39%).

Juros
A tensão nos mercados nos últimos dias teve pouco impacto no mercado de juros futuros embora outros ativos estejam sob grande pressão. A taxa do
contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/21 fechou em 4,195% de 4,185% no ajuste de sexta-feira. Na ponta mais longa a taxa para jan/27
avançou de 6,471% para 6,63%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Ambev (ABEV3)
Um resultado operacional fraco no 4T19

Nesta manhã, a empresa divulgou seu resultado do 4T19, que comparado ao mesmo trimestre de 2018, mostrou aumento no volume de vendas, mas queda nas margens operacionais.  No entanto, o lucro foi expressivamente maior que no 4T18, devido aos ganhos tributários contabilizados como reversão do Imposto de Renda.

  • O lucro líquido ajustado da Ambev no 4T19 foi de R$ 4,6 bilhões (R$ 0,29 por ação), 89,8% maior que no trimestre anterior e 24,4% acima do 4T18;
  • Em 2019, as vendas da Ambev atingiram 163,2 milhões de hectolitros, volume 2,9% maior que no ano anterior.  Com aumentos de preços, a receita líquida foi de R$ 52,6 milhões, 4,7% acima da verificada em 2018.  O EBITDA ajustado em 2019 foi de R$ 21,1 bilhões e o lucro líquido ajustado atingiu R$ 12,5 bilhões (R$ 0,77 por ação), 8,1% acima do ano anterior;
  • Foi fundamental para o crescimento do lucro líquido do trimestre o valor positivo da provisão do Imposto de Renda (R$ 464 milhões), contra um número negativo de R$ 1,1 bilhão no 4T18.  Isso ocorreu devido, principalmente, às deduções do pagamento de juros sobre o capital próprio, efeitos da hiperinflação na Argentina e outros ajustes tributários.

Marcopolo (POMO4)
Queda nas vendas e uma pequena redução do lucro no 4T19

Os resultados da empresa no 4T19, divulgados na manhã de hoje, apresentaram reduções nas vendas, na receita e no lucro líquido, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

  • No 3T19, o lucro líquido da Marcopolo foi de R$ 71 milhões (R$ 0,08 por ação), 1,0% abaixo do 4T18, mas 212,7% maior que no trimestre anterior;
  • • No 4T19, sempre comparando ao mesmo trimestre de 2018, as vendas totais da Marcopolo (Unidades Registradas na Receita) somaram 4.278 unidades, com queda de 5,9%. No mercado interno, as vendas aumentaram 1,6%, mas as exportações a partir do Brasil tiveram um recuo de 22,0%. Nas unidades da empresa no exterior, o volume vendido caiu 4,7%, com destaque para os crescimentos 30,8% na África do Sul e 18,2% na China, porém, uma forte queda no México (29,7%).

Eneva S.A. (ENEV3)
Oferta pública de distribuição de R$ 600,0 milhões em debêntures simples, não conversíveis em ações, em duas séries

A Eneva emitiu R$ 201,0 milhões em debêntures de 10 anos (1ª série) com remuneração tendo por base o IPCA + spread de 3,80%, abaixo do prêmio de 4,20% proposto no anúncio da oferta. Outros R$ 399,0 milhões (3ª série) foram colocados com prazo de 15 anos, remuneração de IPCA + 4,10%, com prêmio inferior aos 4,65% anunciados como referência inicial.

Após o procedimento de bookbuilding, não foram (i) alocadas debêntures na 2ª série, cujo vencimento seria em 15 de fevereiro de 2030 e (i) alocadas debêntures na 4ª série, cujo vencimento seria em 15 de fevereiro de 2035. Ou seja, a emissão foi realizada em duas séries.

De acordo com informações de mercado, “embora a demanda tenha superado em três vezes o valor ofertado, ou mais de R$ 2,0 bilhões, a empresa optou por captar somente o montante proposto, para fechar a emissão com taxas (custo) mais baixas”. A liquidação financeira da operação está prevista para ocorrer em 10 de março de 2020, nos termos do cronograma previsto nos documentos da Oferta.


Boletim Focus
Nesta semana destaque para a redução da inflação e PIB para 2020 e alta do câmbio para 2021. Demais indicadores foram mantidos

Dentre as alterações contidas no Boletim Focus divulgado ontem (26/fev.), referente a 21 de fevereiro, destaque para a redução do IPCA (8ª consecutiva), redução do PIB (2ª consecutiva), alta da taxa de câmbio, e manutenção para os demais indicadores, tomando por base 2020. Olhando 2021 ressalte-se apenas a alta do câmbio pela 4ª vez consecutiva e manutenção para os demais indicadores.

Destaques do Boletim Focus para 2020:

IPCA: 3,20%;

IPCA (atualização dos últimos 5 dias): 3,22%;

PIB: 2,20%;

Taxa de câmbio: R$ 4,15

Meta Selic: 4,25%


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