Bom humor dos mercados ontem sofre revés com novos casos do Covid-19 trazendo mais preocupações para a economia global

MERCADO


Bolsa
O Ibovespa acompanhou o bom humor das bolsas internacionais e recuperação das commodities, fechando em alta de 1,34% aos 116.518 pontos e giro financeiro de R$ 23,4 bilhões. No mês, a rentabilidade chega a 2,42%. Hoje o mercado tem mais uma relação de resultados para refletir, com destaque para os números da Petrobras. A agenda econômica desta quinta-feira traz dados da China em janeiro com forte expansão em financiamentos e novos empréstimos. No Brasil, saiu o Índice de Confiança do Consumidor em fevereiro e o IPCA-15 com alta de 0,22% no M/M e de 4,21% no A/A. Outros dados dos EUA e zona do euro completam a agenda, carregada. As bolsas internacionais operam com predomínio de baixa na zona do euro e os futuros de NY também pesam nesta manhã. A justificativa vem do aumento de casos detectados do Covid-19 na China, duas mortes de japoneses e seu impacto na economia chinesa e de outros países. Na contramão, o dólar segue a escalada de alta.

Câmbio
A moeda americana segue a escalada de alta, fechando ontem aos R$ 4,3639 contra R$ 4,3622 no dia anterior (+0,04%). O alto grau de incertezas no mercado mundial tem gerado oscilação na moeda no Brasil e em outros mercados. Investidores adotam postura conservadora neste momento.

Juros
Os juros futuros encerraram o dia em queda na ponta mais curta, com a taxa renovando a mínima histórica. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/21 fechou em 4,190% de 4,215% no ajuste anterior. Para jan/27 a taxa terminou em 6,37% de 6,391%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Fleury (FLRY3)
Lucro líquido do 4T19 soma R$ 65,2 milhões, crescimento de 12,0%, acumulando R$ 331,6 milhões no ano

A Fleury mostrou crescimento nas principais contas de resultado do 4º trimestre e no acumulado de 12 meses, comparado aos mesmos períodos anteriores. O crescimento da receita veio principalmente do crescimento orgânico com destaque para a expansão nas marcas São Paulo, Rio de Janeiro e marca Fleury.

Ontem a ação FLRY3 encerrou cotada a R$ 31,99 e já ultrapassou nosso preço justo para o papel. Estaremos revisando estes números com base nos resultados do ano.


Petrobras (PETR4)
Um bom resultado no 4T19

Os resultados da empresa no 4T19, divulgados ontem após o pregão, mostraram aumentos na produção, vendas, margens e no lucro líquido, na comparação com o mesmo período de 2018.  O lucro líquido foi menor que no 3T19 porque naquele período foram reconhecidos “ ganhos das operações descontinuadas’ (R$ 9,3 bilhões), a maior parte com a venda das ações da BR Distribuidora (R$ 7,4 bilhões).

  • A Petrobras lucrou R$ 8.153 milhões (R$ 0,63 por ação) no 4T19, valor 297,9% maior que no 3T19, mas 10,3% menos que no trimestre anterior.  O lucro líquido recorrente no 4T19 atingiu R$ 12,9 bilhões (R$ 0,99/ação), 74,2% acima do 4T18;
  • Em 2019, a Petrobras sofreu com redução de vendas (2,6%), principalmente no mercado interno, onde houve queda de 4,0%.  A receita também foi negativamente impactada pela diminuição na cotação do Brent (8,1%), que impactou os preços internos em -1,2%.  Porém, reduções nos custos permitiram ganhos de margem operacional.  Assim, o EBITDA ajustado em 2019 foi de R$ 134,7 bilhões, 9,4% maior que no ano anterior.  O lucro líquido recorrente em 2019 somou R$ 36,9 bilhões (R$ 2,83/ação), 0,5% acima do verificado em 2018.  O lucro sem ajustes em 2019 ficou em R$ 40,1 bilhões, 55,7% mais que ano anterior.

Ultrapar (UGPA3)
Prejuízo devido a não recorrentes no 4T19

Na noite de ontem, a empresa divulgou seus resultados do 4T19, que apresentaram ligeiro aumento de receita e margem bruta na comparação com o 4T18. Porém, a contabilização de um elevado valor de impairment (R$ 593 milhões), levou ao prejuízo no trimestre.
• O prejuízo líquido consolidado da Ultrapar no 4T19, foi de R$ 267 milhões (R$ 0,24 por ação), contra lucros de R$ 298 milhões no trimestre anterior e R$ 508 milhões no mesmo período de 2018. O lucro do 4T18 sem não recorrentes foi de R$ 133 milhões (R$ 0,12/ação);
• Em 2019, a Ultrapar sofreu com quedas de vendas nas principais controladas levando a receita líquida anual (R$ 89,3 bilhões) a ficar 1,5% abaixo do ano anterior. Aumentos de despesas operacionais e a contabilização de impairment e baixa de ativos no 4T19 levaram o EBITDA de 2019 (R$ 2,4 bilhões) a ficar 20,6% abaixo de 2018. O lucro líquido em 2019 de R$ 410 (R$ 0,37/ação) ficou 61,1% menor que no ano anterior.


Marfrig (MRFG3)
Lucro Líquido de R$ 27 milhões no 4T19 e de R$ 218 milhões em 2019

A companhia registrou no 4T19 um lucro líquido de R$ 27 milhões que se compara ao prejuízo de R$ 1,3 bilhão do 4T18, explicado por fortes vendas na América do Norte e demanda acelerada na China. Em 2019, o lucro líquido foi de R$ 218 milhões, queda de 84% em relação ao R$ 1,4 bilhão de 2018.
No 4T19 a Receita Líquida Consolidada foi de R$ 14,2 bilhões, com crescimento de 23,5% em relação ao 4T18 e recorde histórico da companhia (sendo +3,2% em volume e +19,7% em preço). No trimestre, a operação da América do Sul da Marfrig, que inclui Brasil, Argentina, Uruguai e Chile, foi a principal beneficiária do aumento de exportações para a China. A receita líquida da unidade cresceu 34% para R$ 4,6 bilhões. Nos negócios na América do Norte, a Marfrig registrou alta de 10,2% na receita líquida, para US$ 2,3 bilhões (R$ 9,6 bilhões de reais) refletindo aumento de preços e maior demanda nos Estados Unidos.
O EBITDA ajustado da companhia no 4T19 somou R$ 1,6 bilhão (+70%) com margem foi de 11,4%, um incremento de 310 pbs na comparação com o 4T18. O Fluxo de Caixa Livre foi de R$ 1,1 bilhão no trimestre, permitindo a companhia a descontinuar R$ 0,5 bilhão em operações de capital de giro.
Ao final de dezembro de 2019, a dívida líquida da companhia era de US$ 3,3 bilhões (R$ 13,3 bilhões), composta por uma dívida bruta de US$ 5,5 bilhões e o saldo de caixa e aplicações de US$ 2,1 bilhões. O índice de alavancagem foi de 2,74x em dólares, um aumento de 0,31x em relação ao 3T19. Quando mensurado em reais esse índice ficou em 2,77x.


Cemig (CMIG4)
Investimentos previstos para 2020 somam R$ 2,0 bilhões

A Cemig informou ontem (19/fevereiro) que em 2019 foram investidos R$ 1.235 milhões, dos quais R$ 986 milhões no segmento de distribuição, R$ 26 milhões em geração e R$ 223 milhões no segmento de transmissão de energia elétrica. Esses investimentos foram destinados à conexão de aproximadamente 128 mil novos clientes e na modernização da base de ativos, visando redução dos custos de operação e manutenção, proporcionando melhoras nos indicadores de qualidade e aumento da satisfação dos clientes.

Os investimentos previstos para o período de 2020-2024 somam R$ 10,4 bilhões. Para 2020, os investimentos previstos são de R$ 2.011 milhões, dos quais R$ 1.667 milhões investidos na Cemig Distribuição, provavelmente o maior investimento para uma concessionária de distribuição no Brasil; R$ 95 milhões em Geração e R$ 249 milhões em Transmissão.


Cielo (CIEL3)
Aprovação de Programa de Recompra de Ações

O Conselho de Administração da companhia reunido ontem (19/fevereiro) aprovou a abertura de novo programa de recompra de ações, por meio do qual a Diretoria foi autorizada a adquirir, até 4.006.776 ações ordinárias, de sua própria emissão.

O prazo de vigência será de 02 de março de 2020 a 10 de março de 2020. A operação de recompra será realizada em bolsa, a preço de mercado, com a intermediação da Ágora Corretora. A aquisição das ações tem como objetivo, único e exclusivo, fazer frente aos compromissos assumidos pela companhia no âmbito dos programas de remuneração, retenção e incentivo de seus colaboradores e administradores.

Ao preço de R$ 7,45/ação o montante total alcança R$ 29,85 milhões, equivalente a 0,3 dias de negociação e, portanto adequado ao intervalo previsto para a recompra.


RD Raia Drogasil (RADL3)
Lucro líquido de R$ 146,3 milhões no 4T19 com crescimento de 17.9% sobre o 4T18, somando R$ 542,9 milhões no ano.

No ano forram abertas 240 nova lojas além das 42 lojas adquiridas da Onofre. No ano foram encerradas 34 filiais (79 aberturas e 1 encerramento no 4T19), terminando o período com 2.073 lojas em operação, incluindo as três lojas da 4Bio.

O lucro líquido ajustado totalizou R$ 587,1 milhões em 2019, equivalente a uma margem líquida de 3,2% (R$ 168,7 milhões no trimestre, uma margem líquida de 3,4%). Isto representou um crescimento de 7,0% no lucro líquido e uma pressão de 0,3 ponto percentual sobre o ano anterior (9,3% de crescimento e uma retração de 0,3 ponto percentual no trimestre).

Ontem a ação RADL3 encerrou cotada a R$ 120,24. Vemos a ação bem precificada no momento.


 

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