Ibovespa encerra a semana com queda de 1,00%

MERCADO


Bolsa

No fechamento da semana encurtada pelo feriado do dia 15 (Proclamação da República), com vários assuntos políticos tomando conta do mercado e também já precificando o vencimento de opções sobre ações nesta segunda-feira, o Ibovespa encerrou a semana com queda de 1,00%. Na sexta-feira a baixa foi de 0,47% aos 106.557 pontos. O giro financeiro foi de R$ 17,9 bilhões. Hoje a agenda econômica tem com dado mais importante o Boletim Focus e a inflação medida pelo IPC-S com alta de 0,10%. Encerrada a safra de resultados do 3T19, os investidores devem se voltar para os fatos políticos que devem continuar mexendo com os mercados nesta semana. Do lado externo, nenhum dado econômico importante para hoje. As bolsas operam em queda na zona do euro.

Câmbio

A moeda americana encerrou a semana passada cotada a R$ 41,893 (R$ 4,1767 no dia anterior), acumulando valorização de 0,52% na semana. Com um noticiário negativo, sobretudo do lado externo, o dólar segue como proteção aos investidores.

Juros

Os juros futuros subiram um pouco na quinta-feira com o contrato Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/21 fechou em 4,64%, de 4,619% ontem no ajuste. Para jan/25 a taxa passou de 6,341% para 6,33%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Braskem (BRKM5)
Um mau resultado no 3T19 e o encerramento definitivo das atividades de extração de sal em Maceió

O resultado da Braskem no 3T19 apresentou reduções de receita, margens e rentabilidade em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, o fator decisivo para o prejuízo do trimestre veio do elevado resultado financeiro negativo, com a parcela da desvalorização cambial não coberta pelo hedge accounting.
• No 3T19, a Braskem sofreu um prejuízo de R$ 888 milhões (R$ 1,11 por ação), contra resultados positivos no 2T19 (R$ 84 milhões) e durante o 3T18 (R$ 1,3 bilhão);
• No Brasil, a produção caiu 10,9% no 3T19, com a taxa de utilização das centrais petroquímicas tendo uma redução de 10 pontos percentuais para 85%. Isso ocorreu por problemas logísticos na unidade da Bahia e a paralisação das fábricas em Alagoas.


Eternit (ETER3)
Lucro líquido de R$ 35,7 milhões no 3T19 ante um prejuízo de R$ 43,1 milhões no 3T18

Em recuperação judicial, a Eternit mostrou uma boa recuperação no resultado líquido do 3T19, passando de um prejuízo de R$ 43,1 milhões no 3T18 para um lucro de R$ 35,7 milhões no 3T19. Contudo a receita liquida ainda foi inferior em 10,2% ao montante registrado no 3T18, passando de R$ 141,7 milhões para R$ 123,3 milhões. Em 9 meses, a receita líquida diminuiu em 5,4% de R$ 389,0 milhões para R$ 368,0 milhões. Ainda pressionada pelos efeitos da recuperação judicial, a margem bruta segue fortemente pressionada com queda de 14% no 3T18 para 10% no 3T19.

A ação ETER3 encerrou a quinta-feira cotada a R$ 2,66 com queda de 4,7% no ano e valor de mercado de R$ 84,5 milhões. O patrimônio líquido da companhia está negativo em R$ 2,3 milhões.


Sabesp (SBSP3)
Resultado trimestral impactado por forte melhora operacional

A Sabesp registrou no 3T19 um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, com crescimento de 114% em relação ao lucro de R$ 565 milhões do 3T18, reflexo do crescimento de 42% da receita líquida em percentual acima que os custos e despesas, pelo acréscimo de R$ 1,3 bilhão na receita operacional em função da formalização do acordo com o Município de Santo André em julho de 2019. No acumulado do 9M19 o lucro alcançou R$ 2,3 bilhões, 74% superior aos R$ 1,3 bilhão do 9M18. Seguimos com recomendação de COMPRA para SBSP3 e preço justo de R$ 57,00/ação.
No 3T19 a receita operacional bruta (incluso as receitas de construção) somou R$ 5,7 bilhões e crescimento de 40% em relação a igual trimestre do ano anterior, reflexo (i) do reposicionamento tarifário de 3,5% desde junho de 2018 e reajuste tarifário de 4,7% desde maio de 2019, com impacto aproximado de 4,9% sobre a receita operacional; (ii) do aumento de 2,8% no volume faturado total, sendo 2,4% em água e 3,4% em esgoto, desconsiderando os volumes de Guarulhos e Santo André; (iii) do início da operação no município de Guarulhos em janeiro de 2019, gerando um acréscimo de R$ 115,6 milhões na receita operacional; e (iv) da formalização de acordo com o município de Santo André em julho de 2019, gerando um acréscimo de R$ 1,3 bilhão na receita operacional. A Receita Líquida foi de R$ 5,4 bilhões (+42%).
Custos e despesas cresceram abaixo do patamar de receita, contribuindo para a expressiva melhora do resultado operacional e das margens no trimestre. No 3T19 esta linha somou R$ 2,9 bilhões, com incremento de 5,5% sobre os R$ 2,7 bilhões do 3T18, acumulando no 9M19 R$ 8,8 bilhões, 11% acima do 9M18. Nesse contexto, a participação dos custos/despesas na receita líquida foi de 53,0% no 3T19, abaixo de 71,4% no 3T18.
O EBITDA ajustado somou R$ 3,0 bilhões no 3T19, com alta de 110% em relação a R$ 1,4 bilhão do 3T18, acumulando R$ 8,1 bilhões no 9M19. A margem EBITDA ajustada elevou-se de 37,6% no 3T18 para 55,6% no 3T19. Desconsiderando os efeitos da receita e do custo de construção a margem EBITDA ajustada eleva-se a 63,5% no 3T19 ante 46,0% do 3T18.


Cemig (CMIG4)
Prejuízo no 3T19 reflete provisão de R$ 1,2 bilhão referente a ação judicial

A companhia registrou no 3T19 um prejuízo líquido de R$ 282 milhões ante lucro de R$ 245 milhões no 3T19, e que refletiu (i) uma despesa com provisão no valor de R$ 1,2 bilhão referente a ação judicial de contribuições previdenciárias; e (ii) o ganho de capital em alienação e remensuração de participação com resultado líquido de R$ 224 milhões.
De acordo com a Cemig, “o Tribunal Regional Federal da 1ª Região publicou, em ago/19, uma decisão desfavorável sobre uma discussão com a Receita Federal envolvendo o recolhimento de contribuições previdenciárias sobre o pagamento de PLR entre 1999 e 2016”. Em função desta decisão “a companhia reavaliou a probabilidade de perda de possível para provável para determinadas parcelas pagas a título de PLR”. O valor total da contingência é de R$ 1,43 bilhão, sendo R$ 1,18 bilhão já provisionado.
Nesse contexto, a geração de caixa medida pelo EBITDA registrou queda de 88% no 3T19 ante o 3T18 para R$ 110 milhões. Em base ajustada o EBITDA cresceu 9%, de R$ 902 milhões no 3T18 para R$ 984 milhões no 3T19.


Boletim Focus
Nesta semana destaque para o aumento das expectativas de inflação para 2019 e para 2020, redução da Meta Selic e elevação do PIB

As estimativas para o IPCA de 2019 foram elevadas de 3,31% na leitura anterior para 3,33%. As atualizações dos últimos 5 dias úteis foram mantidas em 3,35%. Mesmo com este ajuste para cima, o comportamento do indicador permanece benigno e a inflação corrente, segue ancorada. Já as estimativas para o IGP-M foram reduzidas de 5,50% para 5,45%. Para 2020 a mediana aponta para manutenção do IPCA em 3,60% nesta semana, e redução de 3,60% para 3.58% do indicador para os últimos 5 dias úteis. O IGP-M foi mantido em 4,07%.

Para o PIB, a mediana das estimativas foi mantida em 0,92% em 2019 e elevada de 2,08% para 2,17% em 2020. Reiteramos o impacto positivo por conta da liberação do saque das contas do FGTS e que deve refletir no incremento de atividade econômica neste final de ano, resultando num efeito positivo de carregamento para o ano que vem. Destaque também para o IBC-Br (indicador antecedente de atividade) de setembro em 0,44% acima do esperado.

A taxa de câmbio foi mantida em R$ 4,00 para 2019 e para 2020, lembrando que a entrada dos recursos da cessão onerosa, que em tese, poderia forçar o dólar abaixo, foi mitigada pela pouca presença das companhias estrangeiras.


 

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