O mercado terá como referência o comportamento das bolsas internacionais que estão em alta

MERCADO


Bolsa

Mesmo num ambiente influenciado pelo cenário internacional o Ibovespa encontrou espaço para recuperar parte da queda da sexta-feira, fechando com alta da 0,69% aos 108.367 pontos, com giro financeiro total foi de R$ 15,1 bilhões. Antes do encerramento do pregão, o governo anunciou um conjunto de medidas que visa alavancar o mercado de trabalho, o chamado emprego Verde Amarelo, que tem como foco jovens entre 18 e 29 anos e meta de gerar 1,8 milhão de postos de trabalho até o fim de 2022. Hoje a agenda econômica vem vazia e o mercado terá como referência o comportamento das bolsas internacionais, em alta por conta da expectativa em relação ao avança das negociações entre EUA e China, embora o presidente Trump tenha dito que não tenha uma decisão ainda sobre o assunto. O assunto “impeachment” segue rondando a Casa Branca. Do lado doméstico, a reta final dos resultados corporativos do 3T19 deve influenciar as respectivas ações de empresas com números divulgados ontem.

Câmbio

O dólar voltou a se firmar numa faixa alta de preço após a decisão do STF na última 5ª feira e segue sem um argumento para voltar a ceder no curtíssimo prazo. Ontem houve um pequeno recuo de R$ 4,1676 para R$ 4,1481 (-0,47%), mas as incertezas são ainda predominantes no mercado, mantendo investidores na retaguarda.

Juros

As taxas voltaram a ceder ontem com o DI para jan/21 fechando com taxa de 4,52% de 4,549% no ajuste da sexta-feira. Para jan/25 a taxa passou de 6,251% para 6,22% no fechamento.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Itaúsa (ITSA4)
Lucro recorrente no 3T19 cresce 6% para R$ 2,5 bilhões

A Itaúsa registrou no 3T19 um lucro líquido recorrente de R$ 2,5 bilhões, com crescimento de 6% em relação ao lucro de R$ 2,3 bilhões de igual trimestre do ano anterior.
Um trimestre em linha com o esperado e que refletiu, principalmente o resultado do Itaú Unibanco e das companhias investidas não financeiras. Temos recomendação de COMPRA para ITSA4 e preço justo de R$ 16,00/ação, que quando comparado à cotação de R$ 13,76/ação, traz um potencial de alta de 16,3%.
O resultado recorrente das empresas investidas atingiu R$ 2,54 bilhões, com crescimento de 9%. O resultado do setor financeiro avançou 7%, para R$ 2,5 bilhões. O resultado do setor não financeiro cresceu 1%, para R$ 78 milhões. No 3T19 as despesas administrativas somaram R$ 31 milhões ante R$ 26 milhões do 3T18.
No 9M19 em relação a igual período do ano anterior o lucro líquido recorrente cresceu 8% para R$ 7,2 bilhões. Nesta base de comparação o ROAE recorrente passou de 17,4% para 18,2%.


Sanepar (SAPR11)
Lucro no 3T19 soma R$ 244 milhões

A Sanepar registrou no 3T19 um lucro líquido de R$ 244 milhões, com alta de 85% em relação ao lucro de R$ 132 milhões do 3T18. Um resultado construído a partir do crescimento de 13% da Receita Líquida, do forte crescimento do resultado operacional medido pelo EBITDA e melhora do resultado financeiro líquido.
Cotadas a R$ 89,09 (valor de mercado de R$ 9,0 bilhões) suas Units registram alta de 54,1% este ano. Nesse preço os múltiplos para 2019 são: P/L de 9,4x e VE/EBITDA de 6,6x. Temos recomendação de COMPRA com preço justo de R$ 97,00/Unit e potencial de alta de 8,9%.
A Receita Operacional Líquida registrou crescimento de 13,4%, passando de R$ 1,0 bilhão no 3T18 para R$ 1,2 bilhão no 3T19, em função do Reajuste Tarifário Anual – IRT de 5,12% de 2018, do Reajuste Tarifário Anual – IRT de 8,37% que começou a vigorar em 24/05/2019 e da ampliação dos serviços de água e esgoto e do aumento no número de ligações.
No 3T19 o EBITDA somou R$ 486 milhões e se compara a R$ 373 milhões do 3T18. A margem EBITDA passou de 35,7% para 41,0% entre os trimestres comparáveis e refletiu o crescimento da receita e o menor crescimento proporcional dos custos e despesas que aumentaram 4%.
Ao final de set/19 a dívida líquida era de R$ 2,9 bilhões. O índice de alavancagem, medido pela relação “Dívida Líquida/EBITDA” era de 1,6x e se compara a 1 ,7x no 2T19.


Cosan S.A. (CSAN3)
Resultado do 3T19 em linha

A companhia reportou seus resultados referentes ao 3º trimestre de 2019 em linha com o esperado. Conforme destacado pela companhia o trimestre foi marcado por um período de atividade econômica fraca, níveis de desemprego ainda elevados, inibindo crescimento da demanda. Some-se a isso uma maior volatilidade cambial e dos preços das commodities agrícolas. Mesmo nesse cenário a companhia apresentou expansão dos resultados consolidados.
Em base consolidada “proforma” a receita líquida da Cosan S.A. no 3T19 cresceu 22% (em 12m) para R$ 18,9 bilhões. O EBITDA ajustado proforma alcançou R$ 1,6 bilhão (+30%) no trimestre, suportado principalmente pela expansão dos resultados da Comgás, Raízen Combustíveis e da Moove.
O lucro líquido somou R$ 819 milhões e em base ajustada totalizou R$ 461 milhões. A geração de caixa operacional expandiu para R$ 1,5 bilhão e a alavancagem proforma, normalizada pela Conta Corrente Regulatória da Comgás e pelos efeitos de arrendamentos (IFRS 16) encerrou o 3T19 estável em 1,9x (ante 2,1x do trimestre anterior) para uma dívida líquida de R$ 13,0 bilhões.


São Martinho (SMTO3)
Resultado do 2T20 (safra 2019/20) 

A companhia registrou no 2T20 (safra 2019/20) um lucro líquido de R$ 62,0 milhões, com alta de 6% em relação ao 2T19 (Safra 2018/19) refletindo o efeito não caixa (IFRS 16) de R$ 30,9 milhões no trimestre. Sem esse efeito o lucro teria sido de R$ 92,8 milhões, 59% superior a igual trimestre do ano anterior, e acima do esperado.
Ontem (11/novembro) suas ações fecharam cotadas a R$ 18,90/ação, com alta de 5,6% este ano. Nesse preço o valor de mercado da companhia é de R$ 6,7 bilhões. Temos recomendação de COMPRA para SMTO3 com preço justo de R$ 25,00/ação, que traz um potencial de alta de 32,3% para os papéis da companhia, que estão sendo negociados com P/L de 11,6x e VE/EBITDA de 6,0x para o presente ano safra 2019/20.
A receita líquida no 2T20 alcançou R$ 770,1 milhões, 20% superior ao mesmo período da safra anterior, principalmente explicado pelo (i) maior do volume de vendas de açúcar no período (+34,%) e (ii) o aumento do preço de comercialização de etanol (+14%). No período acumulado da safra a receita cresceu 8% para R$ 1,5 bilhão.
A companhia processou 18,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nos primeiros seis meses da safra 2019/20, 2,7% superior a igual período da safra 2018/19, reflexo de melhores condições climáticas no período, notadamente das chuvas que ocorreram no início da safra, com importante recuperação da produtividade média dos canaviais.
O EBITDA ajustado totalizou R$ 388 milhões no 2T20 (+23%), com margem EBITDA ajustada de 50,4% refletindo, principalmente (i) o maior do volume de vendas de açúcar no período (+34%), e (ii) o aumento do preço de comercialização de etanol no trimestre (+14%). O Fluxo de Caixa Operacional totalizou R$ 348 milhões no 6M20.


Eletrobras (ELET3, ELET6)
Lucro líquido de R$ 716 milhões no 3T19

A Eletrobras registrou um lucro líquido de R$ 716 milhões no 3T19 que se compara ao prejuízo de R$ 2,3 bilhões do 3T18 (impactado pelo prejuízo de 1,0 bilhão das operações descontinuadas – distribuição). O lucro deste trimestre é 100% composto pelas operações continuadas.
A Receita Operacional Líquida cresceu 10% no trimestre, passando de R$ 6,6 bilhões no 3T18 para R$ 7,4 bilhões no 3T19, O EBITDA recorrente passou de R$ 3,2 bilhões para R$ 4,00 bilhões, nesta base de comparação. Ao final de setembro de 2019 a alavancagem da companhia era de 1,8x para uma dívida líquida recorrente de R$ 22,1 bilhões.
Em grandes números, considerando o 9M19 versus o 9M18, a receita líquida cresceu 9% para R$ 20,4 bilhões; o EBITDA recorrente cresceu 7% para R$ 10,0 bilhões e o lucro líquido alcançou R$ 7,6 bilhões revertendo o prejuízo de R$ 404 milhões de igual período do ano anterior.


Marfrig (MRFG3)
Lucro Líquido de R$ 100 milhões no 3T19, em linha com o esperado

A companhia registrou no 3T19 um lucro líquido de R$ 100 milhões, ante o prejuízo líquido de R$ 126 milhões do 3T18, explicado por melhor resultado operacional, incremento de margem e o efeito cambial.
A Receita Líquida consolidada no 3T19 foi recorde e somou R$ 12,7 bilhões, com crescimento de 3,6% em relação ao 3T18. O EBITDA ajustado somou R$ 1,5 bilhão (+29%) e margem de 11,8% (+230 pbs), ambos na comparação com o 3T18.
O Fluxo de Caixa Operacional foi de R$ 1,3 bilhão e Fluxo de Caixa Livre somou R$ 844 milhões. De acordo com a companhia, com base nos resultados acumulados nos nove meses de 2019 e a tendência positiva esperada para o 4T19 reforçam a convicção de atingimento de guidance para o ano.


Tupy (TUPY3)
Um bom resultado operacional no 3T19, mas com lucro menor

Os números da empresa no 3T19, comparados com o mesmo período de 2018, mostraram aumento nas vendas, ganhos de margem e a um EBITDA recorde. Porém, o lucro líquido foi menor que no 3T18, por conta de maiores provisões para o Imposto de Renda.
• O lucro líquido da Tupy no 3T19 foi de R$ 66 milhões (R$ 0,46 por ação), 25,0% menor que no 3T18, mas 11,8% superior ao número do 2T19;
• O EBITDA ajustado do trimestre (R$ 207 milhões – 5,0% maior que no 3T18) foi o melhor da história da Tupy, beneficiado pelos ganhos na operação e também pela estabilidade das despesas operacionais.


Enauta (ENAT3)
Aumento dos custos operacionais e uma provisão comprometeram o lucro do 3T19

Ontem após o pregão, a empresa divulgou resultado do 3T19, que mostrou forte aumento das vendas e da receita, mas maiores custos exploratórios e uma provisão, não permitiram um lucro acima do mesmo período do ano passado.

  • A Enauta obteve no 3T19 o lucro líquido de R$ 42 milhões (R$ 0,16 por ação), um salto de 105,4% sobre o número do trimestre anterior, mas 24,6% abaixo do 3T18;
  • O forte aumento dos custos operacionais, principalmente em Atlanta, não permitiu que o salto na receita se transformasse em lucro;
  • O resultado do trimestre também foi negativamente impactado pela provisão (R$ 27 milhões) referente à possível multa por “conteúdo local” no bloco BM-CAL-5, que foi devolvido à ANP em 2015.

Petrobras Distribuidora (BRDT3)
Um bom resultado no 3T19

O resultado da empresa, divulgado na noite de ontem, comparado ao mesmo trimestre do ano passado, mostrou redução de vendas e receita, mas com ganhos de rentabilidade e um forte aumento do lucro. A elevação do lucro em boa parte foi consequência dos ganhos, contabilizados no resultado financeiro, com a quitação antecipada de parte das dívidas do grupo Eletrobras com a Petrobras Distribuidora.
• O lucro líquido no 3T19 foi de R$ 1,3 bilhão (R$ 1,15 por ação), 23,9% maior que no 3T18 e 342,4% acima do trimestre anterior;
• O volume total vendido pela BR Distribuidora no trimestre, comparado ao 3T18, caiu 4,4%. Esta queda foi decorrente, principalmente, da diminuição das vendas de diesel nos postos com a maior concorrência e a menor demanda das térmicas. Nos combustíveis de aviação, o fechamento de uma empresa do setor ainda impacta o volume.


YDUQS (YDUQ3)
Lucro líquido de R$ 158,8 milhões no 3T19 e R$ 607,3 milhões em 9 meses, com redução nos dois períodos

Lucro líquido de R$ 158,8 milhões no 3T19 e R$ 607,3 milhões em 9 meses, com redução nos dois períodos

A empresa registou bom desempenho operacional no 3T19, mas teve a influência negativa da redução da base de alunos do FIES e aumento de custos o que pesou sobre o seu resultado final. O resultado líquido caiu de R$ 194,3 milhões para R$ 158,8 milhões (18,3%), com recuo na margem de 22,8% para 19,1% no comparativo trimestral. No acumulado de 9 meses, a empresa registrou lucro líquido de R$ 607,3 milhões ante R$ 628,6 milhões nos 9M18, redução de 3,4%.
Ontem a ação YDUQ3 encerrou cotada a R$ 38,16 acumulando valorização de 63,8% no ano.


 

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