A expectativa em realização à agenda provoca cautela nos investidores

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa encerrou a terça-feira com queda de 0,58% aos 107.556 pontos e giro financeiro total de R$ 15,1 bilhões. A realização de lucros nas ações do setor financeiro foi o destaque para a baixa, mas não foi o único setor a perder valor ontem. A expectativa em realização à agenda carregada desta quarta-feira provocou cautela nos investidores. Hoje serão definidas a taxas básicas de juros nos EUA e no Brasil. Além disso, já saíram na zona do euro, os indicadores de confiança na economia, na indústria e serviços para o mês de outubro, todos abaixo da expectativa média do mercado. No Brasil, saiu a inflação de outubro medida pelo IGP-M com alta de 0,68% no M/M e de 3,15% no A/A. Para completar a agenda, ainda nesta manhã sai nos EUA o PIB do 3º trimestre, além e indicadores de consumo. As principais bolsas internacionais mostram queda, diante da expectativa em relação aos juros americanos. Na B3 não deverá ser muito diferente, contando ainda com o impacto de resultados corporativos divulgados ontem.

Câmbio

O dólar permaneceu abaixo da faixa de R$ 4,00 pelo segundo dia consecutivo, mas sem mostrar ainda sustentação nesta faixa de preço. No fechamento a cotação ficou em R$ 3,9994 contra R$ 3,9923 no dia anterior. A percepção no dia ontem foi que o mercado mostra aumento das incertezas no curto prazo.

Juros

Os juros futuros fecharam perto da estabilidade ontem com o mercado mantendo o consenso dos últimos dias em relação à nova taxa Selic a ser anunciada hoje no começo da noite. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/20 fechou em 4,757%, de 4,761% no fechamento da segunda-feira a para jan/25 a taxa fechou na máxima de 6,44%, de 6,401%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Magazine Luiza (MGLU3)

Lucro líquido do 3T19 soma R$ 136,2 milhões, aumento de 12,7% sobre o 3T18. Em 9 meses o resultado ficou em R$ 366,8 milhões (-9,1%)

O Magazine Luiza segue mostrando resultados consistentes e cumprindo a proposta passada ao mercado de forte crescimento no e-commerce, no marketplace e ganho de participação no mercado.

O lucro líquido do 3T19, reflete a evolução do EBITDA, a diluição das despesas financeiras e o benefício dos juros sobre capital próprio, somando R$ 136,3 milhões, aumento de 12,7%, com margem de 2,8%. Nos 9M19, o lucro líquido ajustado totalizou R$ 366,8 milhões com margem líquida de 2,7%.

Ontem a ação MGLU3 encerrou cotada a R$ 41,15 acumulando valorização de 83,2% neste ano, após alta de 511,0% em 2017 e 126,4% em 2018. O valor de mercado da companhia é de R$ 62,7 bilhões.


 

Santander Brasil (SANB11)

Resultado no 3T19 em linha com o esperado

O Banco Santander (Brasil) registrou no 3T19 um lucro líquido, em base gerencial, de R$ 3,7 bilhões (ROAE de 21,1%), com crescimento de 1,9% ante os R$ 3,6 bilhões do 2T19 (ROAE de 21,3%). Um resultado em linha com o esperado impactado pela estabilidade da Margem Financeira Líquida, crescimento de 1,0% das receitas de serviços, estabilidade das despesas com PDD e crescimento de 1,1% das Despesas Gerais (pessoal e outras administrativas).
Destaque para a rentabilidade acima de 21% em linha com a expectativa sinalizada pelo banco, reflexo do crescimento da base de clientes ativos, desempenho positivo da carteira de crédito, resiliência do modelo de riscos do banco e dos custos controlados.
Em base acumulada dos nove primeiros meses de 2019 em relação a igual período de 2018, o lucro líquido gerencial cresceu 20,4% para R$ 10,8 bilhões, com incremento de 1,8pp no retorno para 21,2%. Nesta base de comparação, destaque para a evolução das despesas com PDD em linha com o crescimento da Margem Financeira Líquida; e para o forte crescimento das receitas de serviços, que mais que compensaram a alta das despesas gerais, puxadas pelo incremento das outras despesasa admninistrativas. Já as Despesas com Pessoal seguem controladas e abaixo da inflação.
O modelo de negócio do banco permanece centrado no cliente, com foco na manutenção de rentabilidade suportada pelo crescimento da carteira de crédito e ganho de participação de mercado; crescimento da base de clientes, com maior vinculação e volume de transações; e adequado modelo de risco, com aumento de produtividade e eficiência. Seguimos com recomendação de COMPRA para SANB11 e preço justo de R$ 52,00/Unit.


Cielo (CIEL3)

Resultado do 3T19 pressionado por aumento de custos e ambiente competitivo

A Cielo registrou no 3T19 um lucro líquido de R$ 358,1 milhões, com queda de 17% em relação ao trimestre anterior e redução de 52% ante o lucro do 3T18 (R$ 740,8 milhões), reflexo da queda de 5,5% da receita operacional (em 12m) aliado a maior evolução dos gastos totais (+15,0%) e da redução de 17,2% do resultado líquido de aquisição de recebíveis.
O ambiente competitivo permanece e tem levado a uma maior pressão nos preços e nos custos diretamente ligados ao volume transacionado. O Yield de Receita Líquida caiu de 1,01% no 3T18 para 0,82% no 2T19 e para 0,75% no 3T19. Esta queda “foi refletiu o ajuste de preço dado a atual conjuntura do mercado e redução da receita de aluguel devido à concessão de descontos para clientes cadastrados nessa modalidade”. De acordo com a empresa “o yield foi parcialmente compensado pelo maior volume de pagamento em dois dias e pela maior participação de empreendedores na base de clientes”.
O volume financeiro do 3T19 capturado pela Cielo Brasil aumentou 11,6% em relação ao 3T18 totalizando R$ 171,7 bilhões; e 4,4% frente ao 2T19, sendo o terceiro trimestre consecutivo de expansão de volume. Destaque para o maior crescimento em crédito (+16,4%) do que débito (+4,8%) em base de doze meses. A quantidade de transações cresceu 5,6% em doze meses e 2,4% em base trimestral.
A base ativa ultrapassou a marca de 1,5 milhão de clientes, um aumento de 18,9% em doze meses e de 4,7% em relação ao 2T19, refletindo a adição de clientes no segmento de empreendedores, o reposicionamento comercial no segmento do Varejo e os esforços de melhoria da experiência do cliente.
A Cielo anunciou em 19 de setembro a distribuição de JCP relativos ao 3T19 equivalentes a R$78,1 milhões (R$ 0,02879/ação) e as ações negociam “ex-JCP” a partir de 25/set/19. Ontem (29/out) a companhia divulgou JCP complementar equivalente a R$ 42,0 milhões (R$ 0,01548/ação e yield de 0,2%), totalizando R$ 120,1 milhões que serão pagos em 18 de novembro de 2019.


Copel Energia (CPLE6)

Novo PDI com economia potencial estimada de R$ 142,1 milhões 

A Copel Energia lançou ontem (29/out) um novo Programa de Demissão Incentivada (PDI), estimado em R$ 85 milhões de indenizações. O Programa estará aberto a adesões no período de 1º a 15 de novembro de 2019 e será destinado aos empregados que atendam aos requisitos de no mínimo 55 anos de idade e 25 anos de Copel.
Atualmente, 492 empregados se enquadram nos requisitos, os quais representam uma potencial redução de R$ 142,1 milhões em custos anuais a partir de 2020. De acordo com a Copel, “o programa está alinhado ao compromisso assumido pela companhia com a redução dos custos gerenciáveis e o aprimoramento da eficiência operacional”.


Ecorodovias (ECOR3)
Prejuízo elevado com perdas não recorrentes no 3T19

A Ecorodovias divulgou seus resultados do 3T19 ontem após o pregão, apresentando aumento no tráfego com novas concessões e expressivo incremento na receita e EBITDA. Porém, despesas não recorrentes com Acordos de Leniência levaram ao resultado negativo no trimestre.
• O prejuízo líquido no 3T19 foi de R$ 409 milhões (R$ 0,73 por ação), contra um resultado positivo no 3T18 (R$ 92 milhões). Desconsiderando o item não recorrente, o lucro do 3T19 seria de R$ 58 milhões, 36,5% menor que no mesmo período do ano passado;
• No 3T19, o tráfego total nas nove concessões rodoviárias administradas pela Ecorodovias cresceu 27,3%, sempre comparando ao mesmo trimestre do ano passado. Este forte aumento ocorreu com a adição de duas novas concessões (Eco135 e Eco050). Sem isso, o tráfego total teve uma diminuição de 0,5%.


Gerdau (GGBR4)

Um resultado muito ruim no 3T19

No 3T19, o resultado da empresa mostrou grandes quedas nas vendas, na receita, margens e no lucro. O resultado também foi prejudicado pelos custos da reforma do Alto Forno nº 1 de Ouro Branco (R$ 238 milhões).
• O lucro líquido da Gerdau no 3T19 foi de R$ 298 milhões (R$ 0,17 por ação), 22,4% menor que 2T19 e 63,4% abaixo do mesmo trimestre do ano passado. Sem os itens não recorrentes, o lucro do trimestre seria de R$ 408 milhões (R$ 0,24/ação);
• O volume total de vendas caiu 17,1% no 3T19, sempre comparando ao 3T18. Isso ocorreu pelas negociações de ativos na América do Norte e também pelos mercados fracos em todas as unidades de negócios.


 

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