Ibovespa cai 0,84% e fecha em 122.988 pontos

Investidores aguardam novos fatos

MERCADO


Bolsa

Em dia de noticiário fraco, o Ibovespa encontrou espaço para mais uma alta, marcando 0,40% no fechamento, aos 104.120 pontos. O giro financeiro de R$ 14,7 bilhões. Hoje a agenda econômica traz o IPC-Fipe semanal com alta de 0,12%, acima da expectativa. Os dados dos EUA dominam a agenda desta quinta-feira, com destaque para os pedidos de bens duráveis, estoques no varejo e atacado e pedidos de seguro desemprego, em junho. As bolsas internacionais mostram movimento de alta generalizada, no fechamento da Ásia, na zona do euro e nos futuros de NY. Destaque negativo para a queda recorde dos bonds de 30 anos da Alemanha, reflexo da queda da confiança na economia do País. Outro destaque fica para a expectativa de desaceleração no PIB americano do 2T19 a ser divulgado amanhã. O Ibovespa vem operando numa faixa estreita nos últimos pregões, indicando que os investidores aguardam novos fatos para a tomada de decisões mais firmes. Os resultados corporativos devem continuar influenciando os papéis à medida que vão sendo divulgados. Os destaques de hoje são: Bradesco, Ambev, Pão de Açucar e Carrefour Brasil.

Câmbio

A moeda americana encerrou praticamente estável ontem, queda de 0,01%, passando de R$ 3,7745 para R$ 3,7738, reflexo de poucas notícias capazes de influenciar o mercado.

Juros

Os juros futuros seguem com pouca oscilação nas últimas sessões. Ontem a taxa do contrato de DI para jan/20 ficou em 5,585%, ante 5,593% no ajuste da terça-feira e o DI para jan de 2025 passou de 6,87% para 6,83%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Ambev (ABEV3)  
Aumento das vendas e do lucro no 2T19

A empresa divulgou hoje seu resultado do 2T19, que comparado ao 1T18 mostrou pequeno aumento nas vendas e na receita, mas queda nas margens operacionais com os aumentos nos custos de produção.  O crescimento no lucro líquido do trimestre ocorreu, principalmente, pela forte queda nos custos financeiros.

No 2T19, o lucro líquido ajustado da Ambev foi de R$ 2,7 bilhões (R$ 0,17 por ação), 16,1% maior que no 2T18, mas 1,8% inferior ao 1T19;

No 2T19, os custos subiram mais que a receita, impactando negativamente a margem bruta.  Por hectolitro vendido, o custo dos produtos vendidos (CPV) teve alta de 10,1%.  O CPV total subiu 11,6%, principalmente devido às pressões inflacionárias na Argentina e a alta das commodities, em parte compensadas pela redução nos preços do açúcar;

Um resultado financeiro melhor no trimestre foi fundamental para o crescimento do lucro.  As despesas financeiras líquidas no 2T19 foram de R$ 567 milhões, valor 48,5% inferior ao 2T18.


GPA – Pão de Açúcar (PCAR4)
Lucro líquido consolidado do 2T19 soma R$ 399 milhões e R$ 598 milhões em 6 meses

O GPA divulgou os resultados do 1S19 com queda no lucro liquido e no EBITDA consolidado. Do lado positivo, o crescimento do segmento Alimentar, a redução do endividamento e a reestruturação anunciada dos negócios na América Latina, que levarão a empresa para o Novo Mercado.

Ontem a ação PCAR4 encerrou cotada a R$ 88,00 acumulando alta de 9,7% neste ano. O valor de mercado da empresa é de R$ 24,1 bilhões.


Banco Bradesco (BBDC4)   
Resultado sólido no 2T19, em linha com o esperado

O Bradesco registrou no 2T19 um lucro líquido recorrente de R$ 6,46 bilhões (ROAE de 20,6%) com alta de 25% em relação a R$ 5,16 bilhões do 2T18 (ROAE de 18,4%). Um resultado em linha com o esperado, explicado principalmente por maior margem financeira (notadamente com o mercado), estabilidade das despesas com PDD, maior resultado das operações de seguros, previdência e capitalização, somados ao bom desempenho das receitas de serviços. Nesta base de comparação a alíquota efetiva de IR/CS caiu de 35,7% para 28,0%.

Tomando por base o acumulado dos primeiros seis meses de 2019 em relação a igual período de 2018, o lucro líquido recorrente cresceu 23,7% para R$ 12,70 bilhões, com +2,1pp no ROAE para 20,6%. Nesta base de comparação a margem financeira cresceu 5,6% para R$ 28,56 bilhões; a PDD expandida caiu 4,5% para R$ 7,09 bilhões; o resultado de seguros, previdência e capitalização cresceu 16,9% somando R$ 7,42 bilhões; com estabilidade das receitas de serviços (+1,8% para R$ 16,35 bilhões). As despesas de Pessoal e outras administrativas cresceram 6,2%, acima da inflação, para R$ 20,78 bilhões. A alíquota efetiva de IR/CS caiu de 34,1% no 1S18 para 28,7% no 1S19.

O guidance de crescimento para 2019 foi mantido e o banco segue confiante na realização de suas estimativas. A Carteira de Crédito expandida cresceu 9% no semestre, no piso do intervalo previsto, entre 9% a 13%. A Margem financeira cresceu 6% no ponto médio do intervalo de 4% a 8%. O Resultado das Operações de Seguros, Previdência e Capitalização cresceu 17%, acima do intervalo esperado, entre 5% a 9%. A PDD expandida foi de R$ 7,1 bilhões no 1S19 e se compara ao intervalo entre R$ 11,5 e R$ 14,5 bilhões para 2019. As despesas operacionais (outras administrativas e de pessoal) cresceram 6,2% acima do teto esperado (entre 0% e 4%).

O cenário atual é de melhor dinâmica do crédito, inadimplência contida e queda da PDD. O foco na redução de custos permanece. Seguimos com recomendação de COMPRA para BBDC4 com preço justo de R$ 45,00/ação, equivalente a um potencial de alta de 15,5% em relação a cotação de R$ 38,97/ação (valor de mercado de R$ 314,2 bilhões). Nesse preço o banco está sendo negociado a 2,35x o valor patrimonial e com P/L de 12,1x para 2019.


EDP Energias do Brasil S.A. (ENBR3)
Resultado do 2T19 abaixo do esperado

A EDP registrou um lucro líquido consolidado de R$ 188,9 milhões no 2T19, com queda de 17% ante os R$ 227,7 milhões do 2T18, abaixo do esperado. Com isso, no semestre, o resultado líquido alcançou R$ 484,6 milhões, 9,7% superior aos R$ 441,8 milhões do 1S18.

O EBITDA registrado no 2T19 ficou em R$ 555,7 milhões, com queda de 6,8% ante os R$ 596,3 de igual trimestre do ano anterior. No acumulado dos primeiros seis meses deste ano, o EBITDA somou R$ 1,26 bilhão, 1,6% acima dos R$ 1,24 bilhão em igual semestre de 2018.

Em grandes contas, o resultado do trimestre veio abaixo do esperado, em EBITDA e no Lucro Líquido. Cotadas a R$ 19,55/ação (valor de mercado de R$ 11,9 bilhões) a ação ENBR3 registra alta de 39,9% este ano, cujos múltiplos para 2019 são: P/L de 12,8x e VE/EBITDA de 6,6x. O preço justo de R$ 20,00/ação, corresponde a um potencial de alta de 2,3%.


Petrobras (PETR4)
Dois comunicados importantes

Após o pregão de ontem, a empresa divulgou dois comunicados, um sobre a venda de ativos e o outro acerca de mais uma perda no CARF.

No primeiro comunicado, a Petrobras informou que vendeu campos de petróleo em águas rasas, com valor somado de US$ 1,516 bilhão.  Foram vendidas 100% das participações da empresa no Polo Pampo e Enchova por US$ 851 milhões (pode ser acrescido de US$ 200 milhões no futuro) e o Campo de Baúnas por US$ 665 milhões;

Sempre acreditamos que o seguimento do programa de desinvestimentos da Petrobras é uma boa notícia, por permitir a redução da dívida e dos investimentos;

Foi informado no segundo comunicado, que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), emitiu uma decisão desfavorável em processo sobre a cobrança de CIDE nas remessas ao exterior para pagamento de afretamentos, realizados em 2010, no valor aproximado de R$ 2,7 bilhões.


Cemig S.A. (CMIG4)
Pré-pagamento de dívidas

A Cemig informou que ontem (24/julho) suas subsidiárias integrais Cemig Distribuição S.A. (“Cemig D”) e Cemig Geração e Transmissão S.A. (“Cemig GT”) realizaram o pré-pagamento de dívidas, no contexto da gestão do seu endividamento.

Cemig D. Realizou o pré-pagamento integral do saldo devedor da 9ª emissão de notas promissórias, com vencimento final em outubro/2019, da 6ª emissão de debêntures simples, com vencimento final em junho/2020, da 5ª emissão de debêntures simples, com vencimento final em junho/2022, e de Cédulas de Crédito Bancário, com vencimentos finais em junho/2022. Tais prépagamentos, totalizando R$ 3,644 bilhões em principal, juros e encargos, foram realizados com recursos provenientes da sua 7ª emissão de debêntures simples.

Cemig GT. Realizou a amortização extraordinária, no valor de R$ 125 milhões, de sua 7ª emissão de debêntures simples, com vencimento final em dezembro/2021.

Suas ações (CMIG4) apresentam alta de 6,0% este ano para uma cotação de R$ 14,23/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 20,8 bilhões. O preço justo de R$ 16,00/ação traz um potencial de alta de 12,4%.


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