Boa recuperação com a melhora no cenário doméstico

MERCADO


Bolsa

O Ibovespa mostrou boa recuperação ontem com a melhora no cenário doméstico, com destaque para a votação no Supremo Tribunal Federal (STF) caminhando para uma posição favorável à dispensa de aval legislativo nas privatizações. No final, ficaram isentas somente as subsidiárias, o que já é positivo para as estatais. O dia foi de alta também para as commodities, contribuindo para a alta de 1,26% do Ibovespa, marcando 97.205 pontos no fechamento. Hoje a agenda econômica vem carregada com a inflação de maio (IGP-DI) com alta de 0,40% no M/M e de 6,93% no A/A e também o IPCA com alta de 0,13%% no M/M e de 4,66% no A/A. Nos EUA, destaque para os dados do payroll. As bolsas internacionais mostram alta, puxadas pela arrancada nos preços do petróleo e no aguardo da divulgação dos dados do relatório da folha de pagamento e taxa de desemprego, com expectativa positiva. Do lado doméstico, o ambiente é favorável para mais um dia de alta na bolsa.

Câmbio

O dólar encerrou o dia praticamente estável em relação à quarta-feira, passando de R$ 3,8812 para R$ 3,8808. O dia foi mais calmo no mercado financeiro, favorecido pelo avanço das votações em Brasília.

Juros

O mercado de juros voltoua recuar ontem em dia de queda na moeda americana melhora no ambiente político. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/21 marcou 6,390%, de 6,480% na véspera e para jan/25, caiu de 9,-01% para 7,85%.


ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Biosev (BSEV3)  
Prejuízo no 4T19 e safra 2018/19

A Biosev apresentou seus resultados referentes ao 4T19 e da safra 2018/19 terminada em março de 2019. No 4T19 a companhia registrou um prejuízo de R$ 306,5 milhões, que se compara ao prejuízo de R$ 446,7 milhões no 4T18. Nos 12 meses da safra 2018/19 a empresa reportou um prejuízo de R$ 1,2 bilhão, levemente abaixo do prejuízo de R$ 1,3 bilhão registrado na safra anterior, devido principalmente à variação cambial, aliado a queda de receita por menores volumes e preços de açúcar, compensado pelas reduções de custos.

Suas ações registram queda de 8,8% este ano para uma cotação de R$ 2,79/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 2,85 bilhões.

EBITDA Ajustado atingiu R$ 1,53 bilhão, após queda de 3,8% em doze meses, com margem EBITDA de 24,5% (+2,2pp), sendo que o EBITDA ajustado unitário cresceu 8%. Dentre os principais aspectos que explicam esses resultados, a redução de preços e volumes de venda de açúcar, compensados parcialmente por menores despesas com vendas e gerais e administrativas;

O resultado financeiro líquido na safra 2018/19 foi negativo em R$ 1,37 bilhão (sendo R$ 1,03 bilhão de variação cambial), 22,8% superior a R$ 1,12 bilhão, também negativo da safra 2017/18;

Mix de etanol subiu 12,6 pp em base anual, de 52,5% para 65,1%, o maior da história da companhia para o período, em função da maior rentabilidade desse produto frente ao açúcar, cuja participação caiu de 47,5% para 34,9%;

A companhia investiu R$ 1,3 bilhão na safra 2018/19, um aumento de 9,2% em relação à safra 2017/18. Ao final de março de 2019 a dívida liquida da companhia era de R$ 4,65 bilhões, (+40,2% em doze meses) equivalente a 3,0x o EBITDA ajustado (2,1x em mar/18).


ENGIE Brasil Energia (EGIE3)
Decisão do STF destrava compra da TAG

Ontem (6/junho) o Ministro Edson Fachin revogou a liminar concedida na Reclamação 33292, o que permite a conclusão da operação de venda da participação de 90% da Petrobras na Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG). A decisão de Fachin foi tomada após o STF determinar que, subsidiárias não precisam de autorização do Legislativo para ser vendidas, mesmo em caso de perda do controle acionário.

A partir desta decisão a ENGIE sinalizou que a compra de 90% da TAG por US$ 8,6 bilhões, deve ser concluída até o final do primeiro semestre, reiterando que a aquisição está totalmente alinhada com a estratégia da Engie para liderar a transição “zero carbono”, que requer sofisticada infraestrutura de energia em grande escala, como a rede de gasodutos da TAG.

Ao preço de R$ 46,08/ação, equivalente a um valor de mercado de R$ 37,6 bilhões, suas ações registram alta de 39,9% este ano. Nesse preço os múltiplos para 2019 são: P/L de 15,0x e VE/EBITDA de 9,0x.


Aliansce e Sonae Sierra (ALSC3 e SSBR3) 
Anúncio de combinação de negócios com a incorporação da Aliansce pela Sonae Sierra

A operação tem o propósito de criar uma companhia líder no setor de shopping centers no Brasil.  A Sonae Sierra e a Aliansce estimam as sinergias decorrentes da implementação da Incorporação em R$ 55 milhões a R$ 70 milhões por ano. A Relação de Substituição corresponderá a 0,787808369 ação ordinária de emissão da Sonae Sierra por cada ação ordinária de emissão da Aliansce.

Ontem a ação ALSC3 encerrou cotada a R$ 21,50 com valorização de 14,0% neste ano. Em mar/19, o valor patrimonial da ação era de R$ 12,74 com uma relação Cot/VPA: 1,57x.  A ação SSBR3 fechou a R$ 29,90 com alta de 18,9%. O valor patrimonial da ação é de R$ 36,58 e a relação Cot/VPA: 0,78x.


Hapvida (HAPV3) 
Compra do Hospital das Clinicas e Fraturas do Cariri em Juazeiro do Norte (CE) por R$ 16,5 milhões

O hospital, possui 59 leitos de internação divididos em 3.375 m² de área construída e 7.300 m² de terreno. No comunicado, a Hapvida ressalta que passará a vender todos os seus produtos na região, abrindo, assim, novos mercados de atuação no Nordeste. Recentemente (07/maio) a empresa anunciou também a aquisição do Grupo São Francisco localizado na cidade de Ribeirão Preto (SP) por R$ 5,0 bilhões.

A companhia abriu seu capital em 2018, iniciando as negociações na B3 no dia 24/abril cotada a R$ 23,35 por ação. Ontem a ação fechou em R$ 36,74, acumulando valorização de 18,3% neste ano, com valor de mercado de R$ 24,6 bilhões.


BR Pharma (BPHA3) 
Pedido de falência e queda de 37,0% no preço da ação ontem

Em abril, a BR Pharma tinha R$ 540 mil em caixa, para uma dívida de R$ 1,2 bilhão (em aberto com credores, sem contar o Fisco) e receita líquida de R$ 9,5 milhões em 2018 – em 2016, a soma chegou a R$ 1,5 bilhão

Ontem a ação da BR Pharma caiu 37,0% na B3, para R$ 0,87 – a menor cotação de sua história.


CSN (CSNA3) 
Nova planta de galvanização em São Paulo

A empresa comunicou que avançou nas discussões com o Governo do Estado de São Paulo, para a construção de uma nova planta de galvanização de aço.  Os investimentos neste projeto são estimados em R$ 1,5 bilhão.

A recuperação da indústria automobilística brasileira, está levando os fornecedores de aço (Usiminas e CSN) a planejarem expansões em suas produções de galvanizados.  Naturalmente, a empresa que sair na frente na oferta de galvanizados pode levar vantagem;

Vale lembrar que a CSN tem como objetivo para este ano reduzir seu endividamento, diminuindo a relação dívida líquida/EBITDA para 3,0x.  Este indicador ao final do 1T19 foi de 4,1x.


Indústria automobilística  
Forte crescimento da produção e das vendas em maio

A produção de veículos no Brasil atingiu 275,7 mil unidades em maio, volume 29,9% maior que em igual mês do ano passado, conforme os dados publicados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Nos primeiros cinco meses do ano, o total produzido somou 1,2 milhão de unidades, que foi 5,3% abaixo do mesmo período de 2018;

O forte aumento da produção em relação ao ano passado, ocorreu principalmente porque a base de maio/2018 foi muito afetada pela greve dos caminhoneiros.  Mesmo assim podemos considerar os números de maio/2019 como positivos, dado que comparados a abril/2019 houve um crescimento de 3,1%;

Os números da indústria automobilística são importantes indicadores para as vendas dos fabricantes de veículos e autopeças (Marcopolo, Randon e Tupy), assim como para as siderúrgicas (Usiminas, CSN e Gerdau).


Petrobras (PETR4)  
Decisões judiciais favoráveis ao Programa de Desinvestimentos

Ontem, a justiça emitiu duas decisões favoráveis ao prosseguimento do Programa de Desinvestimentos da Petrobras. Isso vai facilitar e dar segurança jurídica para as negociações de ativos da empresa.

Na primeira, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), reverteu decisão cautelar que condicionava as operações de venda de controle acionário de subsidiárias e controladas de empresas estatais à prévia autorização do Congresso;

Na segunda decisão, houve a revogação da liminar por um ministro do STF, que impedia a conclusão da venda de 90% das ações da Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG).  A Petrobras já havia assinado o contrato para a venda para esta operação.


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