M Dias Branco – Relatório de Análise

Menor volume e pressão nos custos resultam em forte contração do lucro e das margens operacionais no 1T19

A M Dias Branco registrou no 1T19 um lucro líquido de R$ 56,9 milhões, 59% abaixo do lucro de R$ 139,7 milhões no 1T18, redução explicada pela piora do resultado operacional que refletiu o aumento de 37% do custo médio do trigo e a redução de 7,3% dos volumes produzidos (notadamente na linha de biscoitos), com reflexo na menor diluição dos custos e despesas. Soma-se a piora do resultado financeiro, em função do resgate de aplicações financeiras para pagamento da aquisição da Piraquê e do aumento dos juros sobre financiamentos captados no 2T18. As despesas operacionais cresceram 25% em doze meses, com elevação na proporção da receita líquida.

Amenizou parcialmente a queda, o aumento de 16,7% do preço médio entre os trimestres. Como forma de retomar volumes, reduzir custos fixos, e aumentar a lucratividade, a M Dias iniciou em abril a redução número de colaboradores através de desligamentos e Programa de Demissão Voluntária, com 408 desligamentos até o momento. A companhia também priorizou (i) investimentos na cadeia de suprimentos; a (ii) linearização dos volumes vendidos ao longo dos meses; bem como (iii) campanhas comerciais e de marketing com foco no crescimento nas regiões e subcategorias com alto poder de crescimento; junto com outras medidas em curso. Com isso esperamos melhora do resultado e o incremento de margem, que virão com a redução dos custos e despesas, maior ocupação de capacidade e a continuidade da captura dos ganhos de sinergia com a aquisição da Piraquê. Revisamos nosso modelo de projeção a partir do resultado do 1T19 e da perspectiva de retomada gradual dos volumes e melhora dos resultados a partir do 2º semestre deste ano. Reduzimos o Preço Justo de R$ 56,00/ação para R$ 50,00/ação e seguimos com recomendação de COMPRA.

A receita líquida do 1T19 cresceu 8,2% em relação ao 1T18 e somou R$ 1,3 bilhão, com queda de 7,3% em volume (principalmente nas linhas de “biscoitos” e “farinha e farelo”), e alta de 16,7% no preço médio (em todas as linhas de produtos). Excluídos os resultados da Piraquê (cuja aquisição foi concluída em 17/mai/18) a receita teria caído 3,7% mostrando quão acertada foi a aquisição, que agrega valor à companhia, pois traz maior margem de contribuição, com produtos de maior valor agregado.

O Lucro Bruto registrou queda de 2,5% em doze meses para R$ 452,8 milhões, com o maior impacto do custo médio de 36,9% do trigo, sua principal matéria prima. As despesas operacionais cresceram 25% em doze meses e somaram R$ 394,1 milhões, com elevação na proporção da receita líquida, de 25,9% no 1T18 para 29,9% no 1T19. Nesse contexto o EBITDA caiu 38,9% para R$ 112,1 milhões, com a margem EBITDA passando de 15,1% no 1T18 para 8,5% no 1T19. O resultado financeiro piorou, vindo de receita financeira líquida de R$ 14,1 milhões no 1T18 para despesa financeira líquida de R$ 3.7 milhões no 1T19, em função do resgate de aplicações financeiras para pagamento da aquisição da Piraquê e do aumento dos juros sobre financiamentos captados no 2T18.

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