Prezado Sr.(a),

Precisamos realmente consertar o telhado de nossas casas quando o sol está brilhando. Sob esta perspectiva, perdemos o timing de ajuste de nossas contas públicas algum tempo atrás. Nos últimos anos, nuvens negras começaram a aparecer no horizonte, e hoje o tempo fechou. Com a recente decisão, legítima e ao mesmo tempo avassaladora, de nossos legisladores (inclusive com algum apoio do PSL), pouquíssimo espaço de manobra sobrará no gerenciamento do orçamento.

Não devemos perder de vista os impactos que poderemos ter na economia, quando avaliamos medida como esta e o eventual desfecho da Reforma Previdenciária às vésperas de sua avaliação/votação. Não podemos nos perder na história e depois nos sentirmos impotentes diante da “morte” iminente. Embora ainda otimistas que aconteça uma aprovação substancial da Reforma da Previdência, é inegável que a probabilidade de insucesso ou desidratação da mesma aumentou significativamente. A análise é objetiva e com sinais claros. Destruímos as finanças de nosso país na ultima década, e se o plano do Ministro Guedes não for adiante, ele e provavelmente boa parte de sua equipe, deixarão o governo.

Somente este fato já será um desastre, mas ainda que se recomponha a equipe, ainda não se terá recursos para devidamente gerir o Brasil. O governo terá de se submeter mais uma vez ao CN para conseguir créditos suplementares (como desde já tenta fazer através do PL 4/2019) para fazer face às despesas essenciais. Se o CN não aprovar a Reforma, dificilmente fará algum aceno neste sentido. Resultado: ou o governo descumprirá a Regra de Ouro (crime de responsabilidade – impeachment), ou não proverá serviços fundamentais (baixa popularidade e as decorrentes consequências). A interpretação imediata será a de que a Direita foi incompetente e destruiu o país, e teremos a Esquerda de volta. Cético como Hemingway? Não, mesmo! Contra fatos não existem argumentos, e assim deveríamos refletir sobre essa nossa caminhada. Ë fácil entender “por quem os sinos dobram”: eles dobram por nós!

 

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