Boletim Diário – 27 de Setembro 2018

MERCADO

Bolsa
A bolsa repetiu, mais uma vez, a expectativa do mercado em relação ao processo eleitoral e ao andamento da política monetária do Federal Reserve (Fed). Os dirigentes do Fed elevaram a taxa básica de juros, como já precificado, e preveem mais uma elevação este ano. Com volatilidade durante o dia, no fechamento o Ibovespa ficou perto da estabilidade – alta de 0,03% – aos 78.656 pontos, com volume baixo financeiro de R$ 8,2 bilhões. Hoje a agenda econômica traz a inflação de setembro medida pelo IGP-M com alta de 1,52% e de alta no 10,04% e também o Relatório de Inflação do 3T. No exterior, destaque para o PIB do 3T nos EUA e índices de confiança na economia, indústria e serviços na zona do euro. As bolsas internacionais pesaram nesta quinta-feira com queda na Ásia e na zona do euro, após a decisão do Fed para os juros e a sinalização passada aos mercados. Este sentimento poderá pesar também do lado doméstico, que aguarda novas pesquisas eleitorais para este final de semana.

Câmbio
Da mesma forma que a bolsa, o dólar tem mostrado volatilidade conforme o fluxo de notícias durante os pregões e a atuação, sobretudo dos investidores estrangeiros no nosso mercado de ações. A leitura em relação a mudanças na política de juros nos EUA deverá continuar geando mais oscilações na moeda. Ontem, no mercado à vista, o dólar marcou de 0,93%, a R$ 4,0344 – a menor cotação desde 20 de agosto (R$ 3,9571).

Juros
Os juros futuros tiveram reação positiva em relação à decisão do Fed. O banco central americano confirmou o que já era esperado, elevando os juros para a faixa entre 2,00% e 2,25% e retirando a expressão “acomodatícia” do comunicado. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para jan/20 fechou em 8,36%, de 8,447% ontem no ajuste. A taxa do DI para jan/25 fechou na mínima de 11,72%, ante 11,874% na véspera.



ANÁLISE DE SETORES E EMPRESAS

Eletrobras (ELET6)
Leilão de participação em SPEs hoje na B3

A Eletrobras realiza hoje (27/set) às 10hs na B3, leilão de participação em Sociedades de Propósito Específico (SPE). São 71 participações da companhia que somam um valor mínimo de R$ 3,1 bilhões, divididas em 18 lotes, sendo oito de geração eólica e 10 de transmissão. A Eletrobras é controladora em dois projetos de geração eólica e de um de transmissão de energia, sendo minoritária nos demais.

  • Dentre os sócios nestas SPE destacam-se a Petrobras, Equatorial, Alupar, Taesa, Cemig, State Grid e Brennand Energia.
  • Taesa e Alupar já manifestaram o interesse em exercer seus direitos de preferência nos ativos que detém, respectivamente. A Copel S.A. deve participar através de sua subsidiária Copel GT.
  • De acordo com o mercado, o prazo para avaliação destes investimentos foi curto, mas adiar o leilão envolveria maiores riscos. Nesse contexto, não sabemos se todos os lotes receberão propostas. Vamos então acompanhar.

BC
Relatório Trimestral de Inflação – Setembro/18

O BC divulgou hoje o Relatório Trimestral de Inflação (RI) de setembro de 2018, que não trouxe sinalizações muito distantes daquelas da última reunião do Copom. Levando em consideração os quatro cenários de evolução da inflação do RI, todos apontam IPCA igual ou abaixo da meta para este ano, de 4,5%.

  • Cenário Externo: O BC entende que a evolução das economias maduras indica continuidade no ciclo de expansão global, a despeito das economias emergentes, cuja revisão do ritmo de crescimento foi baixista, como reflexo das condições financeiras globais mais restritivas e o aumento das tensões comerciais, polarizadas entre Estados Unidos e China.
  • O BC resume que “desde o Relatório de Inflação anterior, o crescimento global manteve-se robusto, porém mais heterogêneo, apresentando desaceleração do ritmo de crescimento de algumas economias, enquanto os níveis de inflação mostram pressões ainda moderadas”.
  • Conjuntura Interna: O BC ressaltou que a paralização de maio somada aos efeitos da Copa do Mundo dificultaram a leitura da evolução da atividade econômica no período posterior à divulgação do Relatório de Inflação de junho. No entanto, a rápida normalização da produção nos setores mais afetados pelos eventos da paralização de maio e o resultado positivo do PIB do 2T18 sugerem resiliência do processo de recuperação. Dados recentes relativos à atividade e ao mercado de trabalho, contudo, ratificaram a perspectiva de crescimento mais gradual do que aquele esperado no início do ano.

BC
Operações de Crédito do SFN registram alta de 1,0% em agosto (+3,4% em 12 meses)

O saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) incluindo as operações com recursos livres e direcionados somou R$ 3.155 bilhões em agosto de 2018, com alta de 1,0% em relação a julho, refletindo o crescimento de 1,1% do saldo destinado às famílias para R$ 1.721 bilhões; a expansão de 0,9% do saldo destinado às empresas para R$ 1.434 bilhões; aliado ao efeito da depreciação cambial no saldo, sobretudo com as empresas.

  • Nos últimos 12 meses o crescimento de 3,4% se explica pela evolução de 8,9% do saldo das operações com recursos livres, mais que compensando a queda de 2,2% do saldo das operações com recursos direcionados, notadamente do crédito para as empresas. Importante destacar que o crescimento das operações de crédito acontece num cenário de manutenção dos juros e dos spreads (em base mensal).
  • A taxa de inadimplência do SFN registrou estabilidade em 3,0% em agosto (sendo de 4,2% nos livres e 1,7% nos direcionados), contribuindo para a continuidade da retomada do crédito.
  • Esse ambiente mais favorável do crédito sustenta a estabilidade de expansão da margem financeira dos bancos, que aliado à redução de PDD e ao crescimento comportado das Despesas Gerais (em linha com a inflação e/ou até abaixo) resulta em perspectiva de boa lucratividade para o 3T18.
  • Os padrões de concessão estão ajustados, o sistema financeiro bem capitalizado e adequadamente provisionado. Desta maneira, tomando por base as ações dos grandes bancos seguimos com recomendação de compra para Itaú Unibanco (ITUB4), Itaúsa (ITSA4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander Brasil (SANB11).

Concessões rodoviárias
Busca e apreensão nas empresas do setor

Ontem, concessionárias controladas pela CCR, Ecorodovias e Triunfo sofreram processos de busca e apreensão pela Polícia Federal dentro da Operação Integração II (fase 55 da Lava Jato).

  • Ocorreram buscas e apreensões nas sedes e nas concessionárias, inclusive com a prisão de vários atuais e ex-executivos;
  • Isso foi um fato muitíssimo negativo para as empresas, cujas ações já sofreram impactos no pregão de ontem, com quedas de 5,2% na CCRO3, 2,4% em ECOR3 e 1,6% na TPIS3.

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